Pontos-de-Vista

Pedro João Santos

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Músicos, Bandcamp e o dever de devolver a chamada.

Comprar música. Por um diálogo urgente de amor

Na primeira semana global de quarentena, a sexta-feira foi mais nobre. A 20 de Março, o Bandcamp, mercado de música onde prospera a fauna independente, abdicou das suas comissões de venda. Agora, a 1 de Maio, volta a fazê-lo. E a 5 de Junho e 3 de Julho fá-lo-á novamente.

A reacção ao movimento foi homérica: um dia rendeu por quinze, com mais de quatro milhões de dólares arrecadados pelas obras de bandas, cantores e autores dispersos pelo mundo. Sem terem que prescindir da fatia de 15%‌ normalmente cobrada pela plataforma. Tal foi a sobrecarga que, quando o site se reencontrou no ar, após momentos de fraqueza, regressava lento e sem resultados de pesquisa. O amor pode ser um bom sufoco e, pelo menos, a música inspira mais humanidade do que o papel higiénico.

Tanto a medida como a respectiva adesão clamam pela protecção da classe artística, em tempos de incerteza agravada. Ninguém é estranho às condições precárias do sector, mesmo que assobie para o lado. E, na clausura contra um vírus sem fronteiras, quem quer estar à bolina da sua própria canção? Músicos ao socorro: Portugal esteve na linha da frente, ao organizar, em tempo-recorde, um festival no Instagram, com vozes como Ana Moura, Nelson Freitas ou Luís Severo. Outros colegas, dentro e além-fronteiras, seguiram o exemplo. Enquanto as transmissões de Boss AC ou Bárbara Tinoco atingiam picos de mais de 15 mil espectadores, os portugueses violavam o distanciamento social com um toque de melodia.

Quem trabalha resolve-se em tele-possibilidades, ou aguarda directrizes que o protejam‌, quando não tem de suplicar. Quem tem lar reencontra-se na domesticidade dos dias: conversa, aspira, cozinha, perde-se em maratonas televisivas. A música corta a bruma do isolamento com um bálsamo, uma ginga, um poema. Semanas, meses quiçá, passarão sem a electricidade de um concerto, mas o pelotão artístico abre uma janela para milhares, neste princípio de rame-rame. É no artista que começa a profusão de amor; também ele a trabalhar, claro, a partir do seu lar.

E quando o directo acaba? Despertamos para a nossa própria rede de segurança, que está a desvanecer, e o olhar cai para o umbigo. Quando nos apetecer, administramos a banda sonora mais conveniente, por rádio ou streaming. Do outro lado, aquele que nos deu um concerto gratuito também vai telefonar a um amigo, exceder as calorias previstas, exercitar-se, ler um romance…

Mas não tem a opção de abafar o volume da música, sempre o seu horizonte e sustento. Deixa-a tocar, enquanto observa, impotente, uma derrocada de concertos cancelados e gravações interrompidas. Uns foram adiados, irradiando o sol do optimismo; outros, fazendo mímica de um mundo provisoriamente intangível, foram suspensos. As novas datas coincidem com o regresso à normalidade: a ser anunciado.



O trabalhador comum vacila entre o lay-off e o medo. Ao estudante, aconselhado a voltar a casa, é vincada uma mensagem: não está de férias, comunica-lhe quem rege este interregno de vida.

Quem tem terra para onde voltar, enquanto se ausenta da metrópole, descobre a segurança do seu torrão natal. Foi o que fiz. Há pouco de sacrificial neste privilégio, que me separa de quem corre perigo de vida, ou vive sem tecto, ao sabor do vento. Se é infantil ter saudades de prazeres que tarde ou cedo regressam, como perscrutar caixotes de discos, é inevitável não recear a indefinição deste embargo geral.

Naquela noite de sexta-feira, foi a empatia que me conduziu às galerias virtuais do Bandcamp, mais do que o desejo inadiável de gastar dinheiro em música digital. Pus de parte o vinil, os CD e as cassetes, amofinado pelas ambiguidades éticas de usar o correio. Volvidos poucos minutos, já o meu carrinho de compras chegava aos três algarismos. A vontade de apoiar metamorfoseou-se num júbilo quase palpável: sentir o primeiro relance de capas minhas desconhecidas, ignorante dos abalos sísmicos que podem estar dentro de cada uma. Logo a seguir, espreitar outras bem conhecidas, que quase denunciam todas as crises de que foram confidentes.

Decidi levantar somente lançamentos em que era virgem. Desde Alfa Mist a Beatrice Dillon, de Miguel Noya a DJ Python, tanto Habibi Funk quanto Awesome Tapes from Africa, os meus braços alongaram-se sem fim. Preferia que essa não fosse uma metáfora. Pensei intermitentemente no gozo que me daria rechear a minha prateleira com tudo isto. Até que fui assaltado pela anormalidade vigente: vitais são a música e esta felicidade que estendo ao artista, independente da forma. É mesmo altura para ser pedante quanto a formatos?

Sempre temi a ideia de dar 10 euros por ficheiros digitais, principalmente quando já há vinil prensado. Não preciso de epifanias para justificar esse dogma: é a minha associação primordial de música a uma peça física, ao design, ao invólucro, ao livrete. Não deixo de crer que a recompensa é maior, em virtude do cuidado com o produto, mas passo a duvidar do meu anti-axioma sobre o digital. A música, pontificou David Byrne em How Music Works, não se segura em riste, nem se fecha numa efígie. Neste sentido, não serão os formatos digitais e o streaminga imagem desse espírito? Quem adquire ficheiros MP3, WAV ou FLAC fá-lo não para ostentar a música, mas com o intuito de a poder ouvir – questão menos premente para quem leva para casa o seu disquinho.

Quando encomendei o último e belíssimo álbum de Helado Negro, This Is How You Smile, já eu vivera com ele um ano. Ensinou-me muito, como a escuta obrigatória no gira-discos me recordou. Ainda assim, mais do que rodá-lo ansiosamente dali em diante, pu-lo na estante: plantado, supimpa, na minha safra de clássicos. Se o quiser ouvir, o mais provável será repescá-lo no Spotify ou servir-me da cópia digital, que o vinil ofereceu como brinde – e a ideia do digital como bónus, por bem que saiba, acaba por ridicularizar a sua venda isolada.

O “disco riscado” cristalizou-se num provérbio: quem, nos dias que correm, irá escutar um dispendioso naco de plástico até à exaustão? Ouvimos, limpamos e encapamos o tesouro, antes de o reservarmos acuradamente nos proto-baús das nossas casas. Quem correu à banca de merchandise para adquirir a caixa com as três obras de Conan Osiris em CD, após a sua epopeia no Coliseu dos Recreios, escutava esses projectos há anos – e decerto que não cerceou do seu computador os separadores do SoundCloud. Havendo alternativas à mão, esse magnífico material pode repousar, mesmo que nos confins da memória.



Os humanos agarram-se a uma tecnologia até se finar, esmagada por outra. Nada de novo na novidade, é o círculo da obsolescência. Cada formato novo na linhagem reforçou o conforto de ouvir música e apagou o ímpeto para a comprar, hoje degenerado por completo.

Que o boom do CD se tenha dado no amanhecer dos anos 90 não é coincidência. O vinil e a cassete cederam face ao maior armazenamento e mais fácil manuseamento do irmão mais novo, além da facilidade de reprodução dos “novos”‌ mini-discos – perdão, que esse nome tem outra história… Falamos dos 12 centímetros de diâmetro que brotaram em aparelhagens, auto-rádios, Discmans, portáteis e o diabo a sete – e só agora, com louvável resistência, estão a abandonar o nosso dicionário.

Retrocedam até 2000 para verem outro termo ingressar no léxico corrente: o MP3. É fundamental entender o que isto significou: apesar de não ter sido o Napster que pariu a pirataria, fez dela o novo normal. Longe os dias de duplicar entre amigos uma cassete: a partir desse momento, deixava de haver sequer um disco original para replicar. Na minha infância, o CD pirata de Confessions on a Dance Floor era pragmaticamente idêntico ao que compraria numa loja. Eis a música, eis o sentimento; que me importava a diferença?

O ciberespaço putrificou os termos de troca entre público e artista. Para o primeiro, a facilidade sem barreiras – enquanto os pais não consultassem quanto faltava para acabar o tráfego da Internet. O outro lado via secar uma fonte essencial de receitas, como um divórcio unilateral, para o qual era fácil arranjar motivos. A transacção resultante de comprar um álbum, como ouvi muitas vezes, era chover no molhado de grandes fortunas. Porquê canalizar mais dividendos para senhores e senhoras de bolsos já pesados? (Como se fosse sinal de prosperidade ter um microfone à frente.) E talvez gravar música fosse, afinal, um passatempo nos intervalos da boémia: algures pelo caminho, o ato de gravar música tornou-se uma abstracção. Não é suposto termos noção do quão penoso é esse regime físico, mas tornou-se transparente demais. Discografias inteiras nascidas do vapor, da espuma dos dias.

A estocada final? Perdeu-se a noção de quanto custa gravar música: quantos milhares se subtraem ao ordenado ou às poupanças do músico. Esse cisma não inquietou as famílias, que viram o seu rendimento disponível ficar menos concorrido. No fim, a compra de música reduziu-se a um anacronismo míope, um parasitismo desprovido de nexo – quando, na verdade, era e é o mais puro mutualismo.



Em 2013, quando Portugal viu o seu advento, olhei para o Spotify com esperança. Enquanto miúdo desautorizado de se endividar por discos, restavam-me os bazares da Internet – de portas trancadas por uma aflitiva velocidade de ligação. Perdemos a televisão musical para o desencanto tabloidesco dos reality shows. A rádio prolongava a sua companhia, mas parecia-me uma instância com demasiado controlo.

O amadurecer do ouvinte exige liberdade para pesquisar, apaixonar-se e agonizar-se. Estas eram possibilidades agora postas diante dos nossos olhos: não só o Spotify vinha desembaraçar-nos da entropia dos discos perdidos ou da música furtada e “organizada”‌ em pastas, planeava soldar os nossos dedos a um arquivo indomável de todas as canções passadas, presentes e futuras. Sem carregar o ónus pirata ou obrigar ao extenuante ato de descarregar tudo.

Em retrospectiva, pôr a tónica no ouvinte já sugeria o pau de dois bicos que estávamos a aceitar. O reverso é a revoltante contrapartida, amealhada por cada música reproduzida, à volta de 28 milésimas de euros. Mais expressivos são os cálculos do The Guardian: dois euros e oitenta cêntimos por 1000 streams.

São royalties que, multiplicados por milhões, permitem levedar os rendimentos dos músicos que coleccionam êxitos em tempo real. Infelizmente, esse é um alcácer de poucas assoalhadas, e não abriga os menos afortunados na eventualidade de um descalabro. Não é o caso dos Talking Heads, que por já se terem retirado do estúdio e não andarem em digressão, só usufruem dos rendimentos passivos do seu catálogo. Mas é ilustrativo: repartidas as receitas de um hit da banda com mais de 30 anos, o líder David Byrne recebeu algo como 440 euros.

Outros números são menos propícios a divisões, como aqueles que calham a artistas independentes – basta perguntarem a um amigo que o seja. Se as ninharias não põem pão na mesa nem para um, como podem alimentar famílias, pagar a compositores e produtores, financiar luxo ou manter a sanidade?



O Spotify tem alguma munição. Nunca a pirataria tinha sofrido uma placagem tão grande quanto a sua – Apple Music, Pandora, Tidal e Deezer no elenco secundário –, que sem a erradicar, ajudou a indústria a sair de um longo mata leão. De chofre, combinou-se o melhor dos dois mundos: a democratização do acesso a uma biblioteca infinita, e a remuneração dos seus obreiros.

Como em tudo, para o ouvinte sem fronteiras, toda a fome tende a dar em fartura. Cada sexta-feira traz um dilúvio maior de lançamentos;‌ todo o álbum ouvido se segue de recomendações algorítmicas. Música ad nauseam, sem parar. Uma absorção deste tipo é uma proposição apetitosa, até ser contraproducente. Faz-se ruído branco para a rotina de trabalho, afastou-nos do “dom dos deuses” (como escreveu Herzfeld em Nós e a Música) que a pré-história ouviu na música. O arrepio é raro por definição, mas tanto que nos esquecemos da sensação?

Evitar que um mundo mágico se transforme numa pocilga passa pela contenção: não a restringir o nosso campo, mas a dar-lhe profundidade e foco. Precisamos de resistir. Posto isto, que problema há com o artista finalmente reembolsar o que lhe foi roubado na era pirata?‌ As verbas não são suficientes. O Spotify pôs um ponto final a esse descalabro, embora esse lápis ainda precise de ser afiado; volta e meia, contudo, expõe-se ao ridículo da sua actuação.

A situação-limite da Covid-19 veio triar as engrenagens do mundo capitalista e desigual, cujo falhanço ressonante está a ser corrigido com pensos rápidos. Ministérios da cultura, micro-associações como os Anjos 70 ou fundações como a Calouste Gulbenkian semeiam fundos de emergência como ratoeiras para um caos iminente. De repente, também o Spotify se prestou à solidariedade – dias após o Netflix, plataforma e produtora de cinema, ter alocado 100 milhões de dólares ao alívio dos desempregados da indústria. O serviço musical comprometeu-se a igualar todas as doações que recebesse, até um total máximo de 10 milhões de dólares.

É quase cómico: um auxílio que tem génese na benevolência alheia (e um limite pouco impressionante), em vez de partir de um sistema que, no terceiro trimestre de 2019, lucrou 54 milhões de euros. Agora, que vale a vanglória de estar a expandir continuamente a sua rede de subscritores? O mesmíssimo Spotify que contesta o aumento de royalties reivindicado pelo Copyright Royalty Board e exige em tribunal a devolução do excedente. Valha-lhe a coerência.



Quando tudo falha, já nem precisamos da prova dos nove: o músico Evan Greer, como a maioria dos colegas, é bem versado nisto. A fome deixada pelos concertos não se sacia com migalhas de lucro. Além de pedir um donativo substancial para um fundo da Califórnia destinado a músicos e trabalhadores da indústria, a petição lançada por Greer propôs o improvável mas justo:‌ que o Spotify triplicasse, de forma permanente, as percentagens recebidas pelo artista. (Redobra-se o “improvável” nestas semanas de choque: a pandemia tem feito decair o streaming, em prol da rádio.) É claro quem enverga a camisola, e quem vai nu.

Neste quadro, quão mais generoso parece o Bandcamp? Abdicar de uma taxa já razoável foi gritante em ambição e alcance, que literalmente excedeu a capacidade do site (vale a pena continuar a usar em dias normais, visto os artistas continuarem a receber 85% das suas receitas). A comunidade musical não gastou um riso sequer com o Spotify: congregou-se na plataforma decidida em devolver a nutrição a quem lhe traz o mel. O stream existe no Bandcamp, com um resultado justo para o autor, mas não deixa de ser a opção fugaz.

Que essa sexta-feira tenha sido devotada à compra de música significa algo – álbuns, mixtapes, singles e ainda merchandise (desde roupa até máscaras com a cara do artista; obrigado, Klein). Pagá-la com dinheiro é uma chamada ao valor tangível da música, uma manifestação de respeito para com o investimento corporal e mental concentrado numa obra de arte tão frequentemente reduzida a objecto. É amor que se envia.



Podia recordar o meu prazer de abrir a caixa, rodar o disco, folhear as páginas… Tudo bem, todos temos os nossos prazeres extra-auditivos. Mas há um fundo universal que nos nivela: é no subcutâneo que nos vem tocar este barulho organizado a que chamamos música.

“Qual é o teu álbum favorito? Há quanto tempo já não o ouves – e ouvir como deve ser – de cima a baixo?” Apenas um? Uma das melhores coisas que li desta torrente pandémica de pensamentos, tem assinatura do jornalista Randall Roberts, no Los Angeles Times. Foi assim que To Pimp a Butterfly se sagrou um dos discos da minha vida: a agulha a trabalhar no escuro, cada textura burilada de vida a narrar um capítulo, a projetar 33 fotogramas (e um terço) por minuto.

Porque é que este pequeno cerimonial é tão raro? Afeiçoei-me a esse prato de Kendrick Lamar quando comprei o vinil, com aparelhagem e colunas – o que não impossibilita reproduzir essa ambiência com um computador e auscultadores. Nada nos impede de o fazermos mais, mas os nossos hábitos do clique, corte e costura não instigam a paciência. É a “arte perdida da escuta profunda: escolhe um álbum. Afasta o telemóvel. Fecha os olhos.” Diz Pauline Oliveros, compositora experimental, que ouvir é a percepção que não desligamos, mas escutar é uma actividade em que deliberamos mergulhar.

O arraial de novas edições não me inspira essa vontade – o hiper-estímulo começa a ser, se algo, exasperante. A anos-luz desse cinzento, refastelei-me no banquete do Bandcamp, e o raciocínio foi imediato:‌ paguei esta música e pouco importa que não a receba nas minhas mãos. Dei uma fração de segurança aos artistas, alguma felicidade, e não há razão para não derivar o meu próprio prazer disso.

Tratar estas obras como os presentes que são, reservar uma noite e sentar-me na cama, celebrar uma pequena liturgia. Preciosismo? Talvez. Mas se é algo sacro para as artes irmãs da literatura e do cinema, não o merece menos a música.



A música em formato digital, que sempre mirei com desconfiança, parece-me agora a melhor escolha. Haverá variações desta opinião. Os correios, funcionando sob pressão, garantem a muitas lojas independentes a sua sobrevivência. Os streams continuarão a deixar-nos cativos, da mesma forma que a pirataria ainda é espectro que paira. Há quem queira consumir e digerir canções como ração, pois então que procedam – não os isenta da obrigação de valorizar os criadores.

Não voltaremos tão cedo a sentir a electricidade duma plateia. Quem se destina às ovações de palco estará também, de salário minguante, em casa. É altura de começar a pensar de que lado queremos estar, de abrir os olhos perante a precariedade que assola as nossas vozes de eleição – sob pena de não as voltarmos a ouvir. Esses heróis estão a vacilar; o seu ganha-pão deforma-se num ponto de interrogação. Salas de concertos vedadas e festivais suspensos: um Verão cancelado vai privar as plateias daquilo que as mantém sãs, e abrir um limbo financeiro e mental para o músico, o técnico de som, o produtor de palco.

Quantos de nós devolvemos a chamada? Muitos, sensivelmente, estão a cogitar uma forma de saldar a próxima renda. Revelação: por cada temente à precariedade no mundo normal, há garantidamente outro, ou três, no corpo artístico.

Façamos o que podemos: já não há grades entre nós. Tenhamos empatia. Compremos, se pudermos. Fechemos os olhos, se quisermos. Sintamos esse novo abraço. É amor que volta, vector que perfura o coração. A melhor música sempre fez isso por nós e nunca foi tão urgente retribuir. Que bem que nos vai saber a todos.


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