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Fotografia: Nash Does Work / Iminente
Publicado a: 25/09/2019

Em estreia absoluta no nosso país, o autor de Let Love apresentou-se ao vivo no Festival Iminente, em Lisboa.

Common: “Quero que as pessoas se lembrem de quem são”

Fotografia: Nash Does Work / Iminente
Publicado a: 25/09/2019

Amor é a palavra-chave no dicionário de Common. O rapper de Chicago estreou-se em Portugal num grande concerto no Festival Iminente e ficou com vontade de voltar com mais tempo para sentir a paz de Lisboa.

Em digressão na Europa a espalhar a palavra de Let Love, o seu mais recente álbum, Lonnie Rashid Lynn Jr. falou connosco no fim do concerto no Panorâmico de Monsanto.



Como foi esta estreia em Portugal?

Queria primeiro agradecer-vos e dizer que é uma honra estar aqui. Espero estar a dizer bem: “Obrigado”! Tem sido uma experiência incrível vir a Lisboa e poder apresentar-me neste festival. As pessoas, a energia, foi qualquer coisa fora deste mundo. As pessoas desfrutaram da minha música e retribuíram muito e o próprio festival tem muito boa onda. A cidade de Lisboa é muito dope, pelo que consegui ver. Hoje pude sentir um dia tranquilo e pacífico. Chegámos muito cedo, eu estava ensonado, pensava que ia chover, estava a ficar resmungão e quando acordei de manhã pensei, “meu, esta cidade é muito bonita!”. Bastou olhar à minha volta… Gostava de ter passado cá mais tempo e espero voltar em breve.

Soubemos que o Vhils gostava de te ter mostrado um pouco mais da cidade.

Sim, mas hoje não tivemos tempo para isso. Temos andado nesta digressão europeia a promover o [novo disco] Let Love e isso em si é toda uma experiência. Para além de concertos em festivais como este também temos os concertos da digressão e todos os dias temos coisas a fazer. É por isso que eu quero cá voltar e visitar a cidade porque senti aqui uma energia muito boa. Senti uma paz que nesta altura nós não temos na América. Sinto que as pessoas são boa gente, comi boa comida…

Bom sítio para espalhar a mensagem do amor e da compreensão. Tem sido difícil espalhar a palavra nos Estados Unidos? Amor não é palavra que estes dias ande na boca de muita gente.

Acho que essa é uma das principais razões por que eu a digo e me esforço por vivê-la. Lembrar às pessoas que amor existe. Sim, quero que as pessoas se lembrem de quem são. Eu sei que anda por aí ódio e ignorância e há pessoas desequilibradas. Todos temos problemas, mas há pessoas a cuspir ódio para cima dos outros sem razão nenhuma. Não podemos sucumbir perante essa ignorância e essa loucura. Todo este movimento Let Love serve para nos lembrarmos de quem somos e o que criámos à imagem de Deus. Que devemos ensinar as crianças a amar o próximo sem olhar à sua origem, à língua que fala, ao dinheiro que tem e o popular ou o pobre que é — todos merecem amor e respeito. Eu vejo amor como uma palavra de acção, não é do estilo, “oh, estou apaixonado e a flutuar pelos ares”, é o amor dos rebeldes, o amor que o Bob Marley expressava.

Um outro momento de amor aqui, no teu concerto no Iminente, foi quando convidaste uma rapariga para subir ao palco e lhe dedicaste um longo freestyle.

Eu chamei uma jovem que estava no público e parecia estar a divertir-se e naquele pedaço do concerto fiz-lhe uma espécie de serenata em freestyle, que é algo que eu gosto muito de fazer. Estar presente no momento. Ter uma banda comigo nos concertos faz-nos estar presentes e eu adoro estar ali e descobrir algumas coisas acerca daquela pessoa, ir fazendo freestyle com isso e incluir o resto do público. Foi um grande momento. Ela chama-se Telma, como em Thelma & Louise!

Já fazes parte da vida dela.

Sim. E depois convidámos outra jovem que fazia breakdance e que era muito boa!

São momento únicos.

Sim, grandes momentos.

O nosso tempo está a acabar, mas queria só saber como tens tempo para tudo. És músico em digressão, actor galardoado, activista. Como consegues? Tu dormes?

Sabes, as coisas a que eu me dedico – a representação, a música, o activismo — são coisas que me dizem muito e que eu amo realmente. Estou agradecido pelo facto de por vezes ser pago para o fazer e de poder fazer disto a minha profissão. Era o meu sonho de criança e ser actor é o meu sonho de adulto — e eu estou a cumpri-lo. Eu agradeço a Deus por estas bençãos, mas eu acredito que devemos viver cada dia com um propósito e para mim a música e ser actor fazem parte do meu propósito. Quero fazê-lo todos os dias até ter pelo menos 80 anos.


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