A 15ª edição do festival Semibreve está marcada para decorrer entre os dias 23 a 26 de Outubro em Braga e tem os seus passes gerais à venda por 55€. Os primeiros nomes convocados para fazer parte do cartaz foram hoje anunciados, com a organização a prometer continuar a expandir as fronteiras da música electrónica e da arte digital.
Em destaque está o encontro improvável entre Actress e Suzanne Ciani, dois ícones de gerações e visões opostas, agora unidos para uma nova performance. “Concrète Waves”, obra encomendada pelo Sónar e pelo Barbican, junta o experimentalismo abstracto do produtor britânico à elegância analógica da “diva do diodo”, numa colaboração que simboliza a convergência do cerebral com o sensorial, da máquina com a emoção.
Outra novidade imperdível será “Not A Word From Me”, espectáculo que reúne a violoncelista Lucy Railton, o artista visual Charlie Hope e a realizadora Rebecca Salvadori. O trio propõe uma experiência profundamente sinestésica onde som, imagem e luz se entrelaçam numa dramaturgia sensorial que explora os estados psicoacústicos do corpo e da perceção. Comissariado pelos festivais Semibreve, CTM (Berlim), FIBER (Amsterdão) e DE SINGEL (Antuérpia), esta obra reafirma o certame minhoto como ponto de encontro de vanguardas e de alianças artísticas internacionais.
A compor o programa estão também Ava Rasti, compositora nascida no Irão, que estreia mundialmente o seu novo álbum The River num concerto com quarteto de cordas que funde ambient, drone e música clássica contemporânea; a londrina aya, que regressou à Hyperdub com o visceral hexed!, disco aclamado que transforma a dor da dependência em matéria sónica intensa e desconcertante; o duo emptyset, referência na arquitetura sonora extrema, que apresenta Dissever, um novo trabalho que prolonga a investigação sobre os limites do som e da materialidade digital; já Heinali & Andriana-Yaroslava Saienko recriam o legado místico de Hildegard von Bingen através de uma fusão ousada entre canto tradicional ucraniano e síntese modular, num projecto que espelha a espiritualidade e a resistência em tempos de guerra.
O festival, que espalha actuações, instalações e workshops por espaços simbólicos de Braga, volta assim a afirmar-se como um bastião da curadoria exigente e do risco estético, acolhendo obras que questionam as normas estabelecidas e propõem novas possibilidades para o som e a imagem. Nesta edição, o Semibreve volta a apostar em encomendas exclusivas e parcerias internacionais, alimentando um ecossistema criativo que valoriza a inovação, a experimentação e a partilha. Mais nomes serão anunciados em breve.