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Texto: ReB Team
Ilustração: João Pombeiro
Publicado a: 23/05/2022

Outros tipos de encontros.

Coimbra, Lisboa, Braga e Leiria na rota de Rodrigo Brandão e Marshall Allen

Texto: ReB Team
Ilustração: João Pombeiro
Publicado a: 23/05/2022

Marshall Allen e a “sua” Sun Ra Arkestra vão juntar-se a Rodrigo Brandão para quatro datas em Portugal: a 22 Set tocam no Jazz ao Centro, em Coimbra, a 23 Setembro, na Culturgest, em Lisboa, a 24 Setembro, no gnration, em Braga, e a 25 Setembro, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria.

O ponto-de-partida são os dois mais recentes discos de Brandão, o primeiro com a própria Arkestra (Outros Espaço, gravado no SESC Jazz Festival, em São Paulo, em 2019, e editado pela Comets Coming) e o segundo, ainda por editar, feito com “catorze dos mais aplaudidos improvisadores nacionais e brasileiros, numa experiência onde o público foi convidado a assistir à própria gravação do disco” (Outros Estado, o resultado de uma residência na Fábrica do Pão, em Lisboa, em 2021).

Esta curta digressão chamar-se-á, então, Outros Mashup, denunciando o espírito livre da mistura que partirá desta “bifurcação” que desenha “uma cartografia entre São Paulo, Lisboa e Nova Iorque”. Na capital portuguesa e em Coimbra, Brandão e Allen estarão na companhia de Carla Santana, Elson Nascimento, Hernâni Faustino, João Valinho, Knoel Scott e Rodrigo Amado; em Braga e Leiria, Nascimento e Scott mantêm-se na equipa, enquanto os restantes saem. Felipe Zenícola, Luís Vicente, Pedro Melo Alves e Yedo Gibson ocupam os seus lugares.

Numa entrevista, publicada no ano passado, o artista brasileiro falou sobre o seu primeiro encontro com a música de Sun Ra e da sua Arkestra:

“Lembro como se fosse hoje! Foi em meados dos anos 1990. O amigo Daniel Bozio aka Dj DvBz me chamou pra uma sessão de cinema na casa dele. Eu já era notório aficionado no Funkadelic, e ele me disse que aquele longa era o precursor do conceito de Mothership Connection. Fui sedento e me lambuzei nas tintas, tons e sons do filme Space Is The Place.

Era a raiz quadrada do afro-futurismo, anos antes desse termo ser cunhado. Era um domingo à noite. Um Sun-day. Assim como a gravação d’Outros Espaço também aconteceu num domingo. Coincidência é coisa que não existe… domingo é dia de Ra, porra! Já faz uma data que toda semana, quando chega o sucessor de sábado, o primeiro disco do dia é dele, na vitrola lá de casa.

Mas concordo, é nítida a impressão de que quanto mais o tempo passa, mais relevante sua música se revela, mais novo o Sun Ra soa. Mais gente descobre o mito e a música dele, mais longe seus conceitos ecoam. Mais discos inéditos emergem. Espero que permaneça nesse ritmo!”


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