pub

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 20/01/2020

"Salute" é o terceiro single a solo da rapper.

Chong Kwong: “Muitas vezes peco por excesso mas é raro jogar por baixo”

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 20/01/2020
Está completa a tríade “Chong Kwong”. Depois de em 2019 termos recebido “Chong Kwong” e “Não Te Convidei”, Vanessa Pires abre 2020 com “Salute”. A faixa, que volta a ter produção de SnakeDizzy, chegou ontem à noite para reforçar a presença da rapper da Cova da Moura no panorama nacional. Poder, representatividade e foco nos planos passeiam lado a lado ao longo dos três minutos e meio do audiovisual que Chong Kwong idealizou junto de Wilsoldiers. O estilo blasian que a rapper tem vindo a cunhar no último ano volta a estar em evidência: no styling, na produção, no décor, milimetricamente pensado para desenhar a imagem de uma das artistas revelação de 2019 que, a julgar pelo mês de Janeiro, terá ainda muito por dizer ao longo do ano. Poucos dias antes do lançamento e um mês após ser confirmada para o ID_NOLIMITS, o Rimas e Batidas esteve à conversa com Chong Kwong sobre este “Salute” e tudo o que representa.

Recebemos agora o teu terceiro single — Salute — e, pessoalmente, achei que seria uma faixa mais “calma”. Ao início dá-nos essa sensação, de podermos estar perante uma quase “balada”… Só que não! [Risos] Foi propositado? A pedrada que vem a seguir? Sim! Foi porque o Salute representa, também, parte desta tríade “Chong Kwong”. Eu queria criar uma tríade musical onde as três primeiras faixas que surgissem tivessem um vinco bem marcado. Que dissessem “Ok, this is rap shit!” [Risos] Bebendo de várias fontes, indo ao boom bap e ao trap, fazendo essa mistura, mas que me consolidasse enquanto rapper, também em termos de versatilidade. Existe um duplo significado, também, por ser a tríade “Chong Kwong”, que depois, no videoclipe, vai se perceber melhor. Mas era esse o objectivo! Levares com uma pedra na cabeça quando entrasse o drop! [Risos] Em termos de temática, o “Salute” representa muito daquilo que eu vivi enquanto mulher e enquanto rapper. Um pisar. Um dizer “chega”! Se é assim, então eu vou passar a definir as minhas regras do jogo. Se de facto existe um game, então eu vou passar a jogar consoante aquelas que são as minhas regras, não é? E fala, também, sobre valores que são importantes para mim, quando tu começas a estabelecer essas regras e tu queres começar, que são maiores que tu. Sim, é fixe ser independente, é bué sexy, é muito bom, mas rodeia-te das pessoas certas, não é? E para isso é preciso haver algumas bases que eu considero importantes. Respeito, lealdade, confiança… No fundo são alguns dos valores da tríade, sem matar ninguém, não é? [Risos] Sem dúvida… O que é que te diziam essas vozes que tu calaste? Eu aprendi a não levar desaforos para casa, mas antes lições, sabes? Nunca senti que tivesse ficado com coisas por dizer ou coisas por fazer. Percebi foi que, se estas são as condições, se é isto que é percepcionado pela generalidade das pessoas, seja por eu ser rapper ou por eu ser mulher, então eu vou usar esta informação a meu favor sem ter que mudar a vossa maneira de pensar, e começar a fazer da minha maneira, aprendendo, sabes? Levar uma lição para casa e passar a fazer diferente. Mas não penso nunca nas pessoas. I don’t care. É também uma questão de adapt or die? Sim. Eu sou assim desde sempre. Costumo dizer: put me in the jungle and I will survive, sabes? Essas skills, desde muita nova que estão cá. Não tenho medo. Não tenho medo… Já não tenho medo! [Risos] Assim é que é. Demorei 10 anos a chegar aqui. Aliás, 10 anos a tomar esta decisão, madura, de chegar aqui depois do projectos que tive. Mas não tenho medo. Não tenho medo do que as pessoas possam pensar. Sempre lidei com essa diferença e às vezes, erroneamente, estava a tentar encaixar-me. Porquê? Não tenho mais essa necessidade. Já percebi que a diferença vai sempre existir, as pessoas vão sempre achar-me estranha. Olham para mim e pensam, “mas tu és portuguesa? Mas tu rimas? Mas tu és rapper?” Ok, se é estranho, vamos normalizar o estranho. Let me do me. Fala-se muito sobre a tua pausa de sete anos mas, arrisco-me a dizer, que talvez essa “pausa” tenha sido imprescindível para o que ouvimos hoje ou, melhor, que entre também como parte do trabalho que já estava a ser feito.  No doubt. Eu não acredito na aleatoriedade das coisas. O universo tem sempre bigger plans para ti. E se há coisa que eu tive que desenvolver ao longo deste tempo foi a paciência. Aprender a esperar pelo meu momento. Antes de perceber isto pensava que não ia voltar mais. Mas havia qualquer coisa em mim que gritava que não ao mesmo tempo que sabia que ainda não era o momento certo. Precisava de ter as ferramentas, o conhecimento certo, a experiência e a maturidade emocional, principalmente, para conseguir suportar tudo e para estar na indústria, hoje em dia. Pelo menos da maneira como eu quero estar. Tinha que ter uma raiz. Então, esses sete anos, eu agradeço. Foram uma blessing porque, de outra forma, não conseguiria fazê-lo como estou a fazer agora. Nem pensar.  Em Outubro passado, o Rimas e Batidas esteve na primeira conferência de mulheres na indústria da música a nível global, e uma das coisas que me chamou à atenção foi que, independentemente do tema que estava em discussão, a confiança — ou a falta dela — parecia sempre perseguir as mulheres nesta área e potencialmente limitar o seu sucesso, fossem artistas, jornalistas ou executivas. Sentes ou sentiste isso em algum momento? Sem dúvida. E, sabes, há momentos em que eu penso que, hoje em dia, há muitas portas que também se fecham para mim por eu ser mais confiante. Mesmo a um nível mais pessoal, até. Mas será que eram essas as portas que eu queria abrir? Há coisas que eu sei que, automaticamente, por ter esta atitude e por estarmos num meio predominantemente masculino, não vão cair bem. Então, se estou num meio masculino e sou uma mulher, vou aprender a jogar com essas regras. Ainda acho que só de mulher para mulher é que nos entendemos. Temos esse jogo de cintura que tens que ter para, muitas vezes, fechar os olhos a coisas que, enfim… Não dar mesmo importância a coisas que estão muito enraizadas na sociedade. E culturalmente, também, não é? Porque é que nós, enquanto mulheres, não somos educadas para vingar?  Somos educadas para seguir guidelines muito específicas ao longo da vida. Claro! Nós não somos educadas para ser líderes. Para estar na linha da frente. E nunca teve nada a ver com o facto de sermos mais ou menos que os homens. Tem a ver só com igualdade e, acho, que muito com questões culturais. Eu cresci numa família onde as mulheres detêm as rédeas da casa. Mas as decisões… Existe uma cultura muito machista dentro da cultura africana. Há uma dualidade que eu própria vivo, também. Mas a forma como eu fui educada foi: tu tens que ser independente, period. Em qualquer coisa que faças a independência é um dos pilares mais importantes. Então, sempre vi isso como uma coisa super importante para fazer o tipo de arte que eu queria fazer. Senão ia ficar sempre subjugada a qualquer coisa. Ainda por cima sou rapper mas não produzo. Tenho que trabalhar com outras pessoas. Encontrar parcerias… Sim. Então, essa mentalidade hustler, não é uma característica muito feminina. As conversas sobre negócios, sobre dinheiro, ainda são muito dominadas pelos homens. Os nossos pais e os amigos dos nossos pais a falar sobre isso ao fundo da sala. Completamente. Mas eu sinto que tens que ter um pouco mais de confiança, sim. Tens que ter. Não digo que os meus peers, os meus male peers a tenham sempre, mas tens que ter um pouco mais porque nós também somos mais sensíveis, não é? Ler uma crítica que te destrói na Internet, mais do que ao teu trabalho, destrói a tua aparência? Não é fácil. Tens que criar uma casca grossa. Mas não trocava por nada. [Risos] Claro! Até porque depois há toda uma sensação de liberdade e poder que vem com isso. E há medida que vais alimentando esse “tamagotchi” interior, é difícil fazê-lo emagrecer!  Yeah! E isso é um coisa que eu depois percebi, sabes? Sabes quando falas com alguém e vês a expressão da outra pessoa, tentas traduzir, mas vês que a pessoa não percebeu o que estás a dizer ou está muito confusa? Durante toda a minha vida senti isso. Principalmente quando as pessoas não me conhecem e querem tentar pôr-me, automaticamente, numa caixa. De onde és. O que és. É difícil para a maioria das pessoas lidar com a diferença. E eu tentava sempre pôr-me na posição da pessoa e tentar ao máximo ajustar o meu discurso e a minha postura. Fuck that shit! Porque a cara da pessoa era sempre de confusão, sabes? E isso deixava-me, a mim, mais confusa. Aceita-te a ti, primeiro. Fica tu, primeiro, tranquila com a tua diferença e as pessoas hão-de seguir. Mas vai tu. Arranca. E isso é complicado. Porra, não encontrar uma referência… Tu tens que ir encontrar outras referências. Referências masculinas, referências femininas fora do mundo da música. As minhas referências são muito poucas, no caso das female rappers, não é? Até porque só recentemente é que surgiram casos de female rappers que explodiram, não é? Eu gosto muito da Lauryn Hill mas a Lauryn não faz mais música. E tens uma série de rappers que não deram o salto como a Nicki ou a Cardi deram. Tanto a “Salute” como a “Chong Kwong” e a “Não Te Convidei” são três faixas muito poderosas, onde destilas esse poder e essa segurança. Sentes que tens bater mais nisso para realmente perceberem ao que vens?  Aí misturam-se duas coisas. Toda essa questão e o egotripping, claro. Mas, sim, fazê-lo só porque sim, sem te incutir qualquer coisa, sem te passar aquilo que é a minha experiência ou aquilo que eu acho que deve ser diferente ou o que posso trazer para cima da mesa, não faz sentido. Tanto é que essa foi uma das razões pelos quais no “Chong Kwong” eu mencionei coisas pelas quais eu mesma passei. Do ghostwriting, de questionarem tanto o que eu tinha escrito como escreverem para mim, aos convites para videoclipes nasty. Coisas que não são mensuráveis no mundo masculino. Não são coisas com as quais um rapper tenha que lidar. Ser convidado para um videoclipe ou ter beats em troca de… Sabes? Favores. Isso é pão nosso de cada dia. E é tão tabu. Chateia-me! Porque é que isso é tabu?  Pode dizer-se que encontraste no SnakeDizzy o aliado que procuravas? No doubt. O Snake produziu este beat e ele tem uma história engraçada, até. Nós estávamos em estúdio, com sessão marcada, e eu já tinha chegado. Ele atrasou-se e disse qualquer coisa do género, “depois vais perceber porque é que eu me atrasei”. Mas era uma sessão de estúdio importante e eu fiquei meio chateada. “Está bem. Quando vieres depois falamos”. Mas naquela, “desaparece-me da frente porque agora não quero falar contigo!” [Risos] Ele chega com o que tem para me mostrar mas eu estava preocupada com o que nós estávamos a fazer. Acabamos a cena e ele pergunta se pode mostrar a cena. “Porra, chegaste atrasado e ainda me queres mostrar coisas? Bora trabalhar!” Ele mostra-me o beat, eu estava a fumar um cigarro cá fora e fiquei wow! Para mim também foi uma surpresa. Quando começa e depois tem aquele drop, foi óbvio. Era este o beat que eu precisava. Temos uma relação de amizade para além da profissional e ele acaba por perceber os moods e as vibes em que eu estou e vai facilmente ao encontro disso, sabes? Foi uma altura complicada em termos profissionais, muitas coisas a surgir, muitos problemas, muito stress, estávamos numa fase um pouco complicada… E esse beat como é tão forte, foi perfeito. É um beat chateado! [Risos]

Mas, então, estavam a gravar outras coisas completamente diferentes e de repente surge esta faixa? Sim, estávamos em estúdio a gravar outras coisas só que ele tinha-se atrasado… Tinha ido para a cama às sete e tal da manhã por causa do beat! [Risos] Porra, Snake, podias ter dito! [Risos] Exacto! [Risos] Mas é uma relação profissional excepcional. Enquanto produtor, para já, não podia pedir melhor. Obviamente que estou alerta e a trabalhar com outros produtores, também, mas o Snake tem uma forma de trabalhar na qual confio, além de ser ecléctico em termos musicais, e isso vai-se perceber ao longo das outras faixas. Desde o r&b ao dancehall. E é muito perfeccionista. É atento ao detalhe e isso deixa-me descansada, para que ele possa trabalhar um beat por fases, criá-lo, depois trabalharmos juntos, depois eu escrever a letra e percebermos o que é que tiramos e não tiramos. Em termos de qualidade do mix e master então, é um conforto e uma confiança que eu tenho em tê-lo na minha equipa. E a única forma que eu gosto de trabalhar com produtores é assim. Envolver uma relação pessoal, perceber qual é a linha, como é que a pessoa trabalha. Não aquela cena de mandar beats. Aquele fast producing Sim. Já fiz muito. Se for para uma coisa simples, ok. Mas não é padrão. Não é rotina. E claro que o Snake acabou por perceber a linha que eu queria seguir, a linha blasian. Uma coisa que eu tentei explicar durante muito tempo e poucos produtores entenderam. Ele percebeu que é uma linha muito ténue em termos de sonoridade, que se complementou com a vibe que eu tinha, e poucos produtores o conseguiram. Então, ele vai produzir o teu álbum.  Sim. Tens previsão? Ou não te queres comprometer, para já? Não me quero comprometer! Sou uma mulher solteira! [Risos] Antes de vir ter contigo, cruzei-me com um teaser de uma entrevista do Slow J ao José Mariño, em que ele falava sobre a pressão de dar concertos e montar espectáculos quando ainda se tem poucas faixas ou um EP, que seja. Como é que tem sido isso, para ti? Principalmente tendo em conta que hoje a indústria e as necessidades da indústria são muito diferentes do que eram há sete anos? Parte da aprendizagem que eu tenho feito, e daquilo que eu tenho visto também, claro, é perceber que a indústria está completamente diferente daquilo que estava, sim. E isso foi uma das coisas a que me propus. Que quando entrasse, não entrasse a matar ou sem noção das coisas. Que entrasse para perceber qual era a tendência. Se, na altura, era lançar álbuns, agora é lançar singles. Se, na altura, não havia videoclipes, agora são muito importantes. Obriguei-me um pouco a entrar de mente aberta e ir, isto vindo de uma control freak, sem coisas muito delineadas e muito fechadas… Sem muitas guidelines, portanto. Sim, sem muitas guidelines! Tinha a certeza daquilo que queria fazer mas podia-me adaptar. E o lançamento dos singles cruza-se com isso. Eu lanço o primeiro single e começo a ter os festivais marcados e para mim foi um daqueles desafios em que pensei, “vou abraçar isto da melhor forma que o meu control freakismo me permitir…” Assustou-te? Claro! [Risos] Para já porque era uma responsabilidade enorme pisar o palco sozinha, apesar de ter a certeza do que queria fazer e saber que ia fazê-o. E, depois, porque sou muito ambiciosa. É raríssimo eu jogar por baixo. Muitas vezes peco por excesso mas é raro jogar por baixo. E o meu receio é não conseguir entregar um show. Não sei como, com os dois singles e as faixas que estavam terminadas e ainda não tinham sido lançadas, acabei por dar os shows e construir, visualmente, aquilo a que eu me tinha proposto. O Chong Kwong Palace. Que queria e quero levar para os meus shows cada vez mais. Quando pagas um bilhete para um concerto queres estar noutra dimensão. É suposto o artista transportar-te para outra coisa. Levar-te um pouco com ele. E, então, essa era a minha maior responsabilidade. Fazer um pouco jus àquilo que eu estava a construir visualmente. Mas super contente! Quem é que te tem ajudado nesse processo? Quem são as pessoas imprescindíveis para ti, que estão na back e de quem normalmente pouco se fala, para montares tudo isto? Olha, imprescindíveis eu acho que não há ninguém. E isso foi uma das coisas que eu tive que aceitar. Se esta pessoa amanhã não poder trabalhar contigo, como é que vais fazer? Porque às vezes há tanta carreira que acaba porque produtor x deixou de trabalhar contigo ou porque a pessoa deixou de fazer os teus vídeos ou porque tiveste uma agência ou uma editora. E acabou, de repente. Isso é uma das coisas coloquei como obrigação para mim mesma, pensar desta forma. Qualquer pessoa com quem eu esteja a trabalhar, por mais que eu goste, admire e respeite o trabalho delas, se, em algum momento, os nossos caminhos se separarem, I’m good. Claro que dá medo quando começas a construir qualquer coisa com as pessoas que tens à tua volta, não é? O SnakeDizzy é um desses exemplos, em termos de produção. O Wilsoldiers é outro exemplo, em termos de realização e idealização dos videoclipes. Mas a validação tem sempre que ser tua. Sempre. Felizmente, a equipa que eu tenho neste momento, também [ajuda]. O Pablo em estúdio, nos Estúdios Santa Catarina, já percebeu perfeitamente a minha linha. Confia nas minhas ideias mas, no início, tive um pouco que fazer aquele grind de trying to prove myself. We can do this. Não parece, não é? [Risos] Mas vamos conseguir. O “Chong Kwong” foi assim. Eu quero filmar num palácio. A visão que tenho é filmar num palácio. O que é que se aproximava mais? O Museu do Oriente. “Não vais conseguir o Museu do Oriente”. Eu vou conseguir o Museu do Oriente! [Risos] No início tens muito esse trabalho de fazer com que as pessoas acreditem na tua visão. Mas quando começas a ter provas, a ter resultados, ok. We good. A parte mais bonita é quando tu tens a confiança para deixá-las trabalhar, também, a sua arte, Contribuir com a arte delas para a tua. A direcção e a visão, muitas vezes, grande parte das vezes, aliás, é minha. Mas fico muito contente quando me propõem coisas que vêm mesmo dentro da linha Chong Kwong. Uau, you got this!  Foste confirmada também, recentemente, para o próximo ID_NOLIMITS. O que estás a pensar para esse espectáculo? Ainda falta tanto! Falta muito! [Risos] Mas ’tou excited. Vai ser nice! Uma das coisas que eu posso sempre garantir é que o meu perfeccionismo não me deixa fugir de algo bonito e com qualidade, sabes? Às vezes joga contra mim, mas aprendi a usá-lo a meu favor. De certeza que vou montar um Chong Kwong Palace lá!  Voltando à falta de representatividade… Eu sinto, e espero estar certa, que podes vir a ser um modelo para muitas aspirantes e muitas newcomers neste mundo. Se pudesses partilhar a tua experiência com elas, dar-lhes algumas luzes para ter sucesso enquanto rappers ou artistas, o que dirias?  Eu diria identidade, sabes? Terem a certeza de quem são. Há muitas pessoas que as vão questionar, ao longo do tempo. E elas próprias vão duvidar delas. Vão pôr em causa muita coisa, então é importante saber quem tu és ou aquilo que queres criar. Identidade. O que queres transmitir, onde queres chegar. Teres isso bem delineado antes sequer de começar a fazer qualquer coisa. Atitude, no doubt. Pisa firme. Mas pisa firme! [Risos] Pisa com peso! Sem dúvida. E confiança e muito respeito por elas próprias. Para saberem dizer não a coisas que não acrescentam nada. Às vezes é melhor comeres o bolo mais tarde do que comeres as migalhas antes. Respeito, mesmo, por elas próprias. Porque se tiverem a sorte de terem um bom produto nas mãos e não tiverem essas bases, vão fazer de vocês o que quiserem.

pub

Últimos da categoria: Entrevistas

RBTV

Últimos artigos