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Publicado a: 10/08/2017

A caminho do Sol da Caparica com Criolo

Publicado a: 10/08/2017

[ENTREVISTA] Rui Miguel Abreu [FOTO] Direitos Reservados

Sol da Caparica começa hoje. O Rimas e Batidas tem vindo a encurtar a distância temporal para a 4ª edição do certame com conversas com alguns dos artistas presentes no cartaz. O quinto nome a surgir no nosso radar é Criolo.

Ainda Há Tempo é a base do alinhamento do concerto em Portugal. Criolo, que lançou Espiral de Ilusão este ano, aterra em território nacional para apresentar os temas do álbum de estreia, uma oportunidade especial para ouvir um trabalho “totalmente dedicado ao rap”.

O Rimas e Batidas esteve à conversa com o MC brasileiro e falou sobre o concerto n’O Sol da Caparica, o estado do hip hop brasileiro e a responsabilidade social da cultura:

 



Como é que vai ser o concerto de Criolo? O que é que podemos esperar?

[Vai ser] uma apresentação de um momento muito especial porque esse álbum que vamos cantar representa um momento de celebração de 10 anos do meu primeiro disco. Vem carregado de muita emoção, muitas histórias e muitas energias que me acompanham desde então. Um álbum totalmente dedicado ao rap. Vai ser uma apresentação feita com muito carinho, com muito respeito e com toda a força possível que a gente possa gerar naquele momento. As apresentações desse período, elas sempre me marcaram muito. Eu tenho algumas histórias. Tenho uma memória positiva desse momento da minha vida e a gente quer levar toda essa energia para essa apresentação.

Como é que vai ser a estrutura de palco? Que banda é que o acompanha?

Esse show é tradicional com DJ e MC. Um DJ e dois MCs no palco.

Nestes dez anos, como é que o hip hop evoluiu no Brasil? 

De forma gigantesca, muito plural, cada vez um número maior de pessoas vem entrando em contacto com essa arte e ela acaba desenvolvendo-se de muitas maneiras. Cresceu brutalmente desde a época em que comecei escrever, em 1988, e depois cantar, em 1989. São quase 30 anos e é uma música, é um estilo de vida e é uma cultura que conquistou o país.

Nos ombros do hip hop costuma ser depositada uma responsabilidade social muito importante. Neste momento político tão especial no Brasil, como é que o hip hop brasileiro tem lidado com isso? 

Desde quando ele nasceu aqui há tantas décadas, ele vem apontando situações e tentando oferecer diálogo. Nesse período agora não tem sido diferente. O rap do nosso país sempre tentou dividir com as pessoas. Olhares profundos nas questões sociais e nos problemas que acontecem no nosso país.

Aproveitando o título desse seu primeiro álbum, diria que ainda há tempo para salvar o Brasil com a música?

Sempre tem que ter essa frase, “ainda há tempo para as coisas boas”. A gente não se pode distanciar desse sentimento e não se pode distanciar do que temos de melhor: a nossa boa energia, a nossa boa intenção e a força do nosso povo.

Aproveitando um outro tema que diz que o “Rap é Forte”, que exemplos é que nos pode dar da força que o rap tem no Brasil actualmente?

O número de jovens envolvidos com essa arte e com essa música. O grande número de jovens envolvidos com essa cultura. O grande número de educadores e professores. O grande número de personagens da sociedade enxergando no hip hop um poder de transformação real na vida dos jovens.

Falando sobre o concerto n’O Sol da Caparica, vai haver alguma surpresa? 

Infelizmente, dessa vez não vai acontecer nenhum encontro nem nenhuma surpresa, infelizmente.

Tem algum relação com os artistas portugueses? Alguma opinião sobre os MCs que cá se movimentam na mesma área?

Eu conheço, já escutei música, mas não tenho nem um contacto com eles. Ainda, né? Não conheço, nunca conversei. Infelizmente ainda não tenho.

Há abertura para que esses encontros comecem a acontecer depois desta visita?

Seria um prazer. Recentemente, um amigo meu muito querido teve aí em Portugal e tem esse contacto maior: o Emicida. Ele e o Rael têm feito esse trabalho e eu acho muito maravilhoso e muito especial.

 


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