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Publicado a: 15/09/2018

A caminho do Nova Batida 2018 com Peanut Butter Wolf: “Nunca tive grande sentido de negócio”

Publicado a: 15/09/2018

[ENTREVISTA] Rui Miguel Abreu [FOTO] Direitos Reservados

Madvillainy, Donuts, Champion SoundToeachizown, Good Things e Yes Lawd!: estes são alguns dos discos editados por Peanut Butter Wolf, através da Stones Throw Records, durante as últimas décadas. A certa altura da conversa com o Rimas e Batidas, o fundador da editora falava, de propósito ou não, sobre isso mesmo: “Eu acho que uma editora é tão forte quanto os artistas que fazem parte dela”. Touché.

Chris Manak, um dos nomes incontornáveis da beat scene de Los Angeles, actua hoje no festival Nova Batida. Quando questionado sobre o que poderíamos esperar, a resposta foi simples: “Depende do tipo de evento. A minha colecção de discos vai a todos os lados e eu tento que os meus sets sejam iguais. Mas acho que podemos definir como música dançável com alguma espiritualidade”.

Em 2018, a Stones Throw continua a representar a mesma causa de sempre: assinar música fascinante sem olhar a credos ou bilhetes de identidade. Prophet, Kiefer e Stimulator Jones lançaram álbuns este ano  e já existem mais surpresas a caminho: o destaque vai para o álbum colaborativo de Homeboy Sandman com Edan. “Foi algo que eles fizeram sozinhos. Lembro-me quando o Sandman me contou que ia gravar com o Edan… Fiquei bastante entusiasmado porque queria fazer algo com o Edan há muito tempo — eu conheço o Edan há 20 anos. Ele trabalha devagar, faz um álbum de cinco em cinco anos [risos]. Ele é muito leal à Lewis Recordings, do Reino Unido, por isso nunca forcei nada para perturbar isso. A ideia soava-me bem, e depois ouves a música e percebes que é tão bom quanto esperavas que fosse”, revelou.

Ainda houve tempo para um desvio: Madvillainy 2. “Pessoalmente acho que nunca vai acontecer. Não ouço música deles juntos há muito tempo”, assumiu o DJ, deitando por terra as esperanças mais secretas dos fãs do projecto que combinou os talentos galácticos de Madlib e MF Doom. Neste momento, as preocupações de PBW passam pelo elenco jovem da editora que, na sua óptica, está a fazer novas e diferentes versões da música “antiga” que gosta.

Jerry Paper, por exemplo, é uma das suas contratações mais recentes: “Ele trabalhou com os BadBadNotGood, mas eu acho que a música dele é uma mistura de vários géneros. Quando isso acontece, a música fica sempre mais interessante.”

Um homem de vários projectos não pára e um bar com 7 mil discos da sua colecção privada é o próximo empreendimento. A premissa é promissora: um espaço acolhedor para 50 pessoas e o próprio Peanut Butter Wolf e amigos a passarem som com os tais discos. “Não deveria ser ao contrário?,” questionámos? “Que queres dizer?”, retorquiu o patrão da Stones Throw. “Bom sentido de negócio não seria fazeres um bar para 7 mil pessoas com espaço para 50 discos?”. Depois de se rir, Wolf rematou: “Acho que nunca tive grande sentido de negócio”. Ainda bem…

 


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