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Publicado a: 01/11/2016

A bruxaria electrónica dos Moderat a encantar o LX Factory

Publicado a: 01/11/2016

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Sara Coelho

 

Existe bruxaria na electrónica dos Moderat, não poderá ser outra coisa. O trio alemão apresentou-se no LX Factory em noite de Halloween com poucas máscaras – no público e no palco – e a provarem que são caso singular no panorama internacional com música feita de um aglomerado de influências tão bem aproveitadas que, noutros tempos, seria certamente considerado heresia.

 


primeira moderat


O evento não teve a melhor entrada: o atraso de uma hora para a hora marcada criou um ambiente de impaciência que, naturalmente, se dissipou com a entrada de Sascha Ring, Gernot Bronsert e Sebastian Szary. “Ghostmother”, “A New Error”, “Running” e “Eating Hook” são o quarteto escolhido para entrar de início, mostrando que a máquina alemã estava bem oleada e a passear-se pelos 3 álbuns da sua discografia como se se tratassem de um só. Visualmente irrepreensíveis, os Moderat juntam o trabalho de luzes à desconstrução visual que se vai passando no ecrã atrás deles: o reflexo da música que vai saindo das colunas.

 


segunda moderat


Apparat, o elemento do trio que assume a voz das canções, é, inevitavelmente, uma pérola por ser descoberta no universo pop. Voz aveludada a encaixar na perfeição nos arranha-céus musicais de Moderat, autênticos monstros com camadas e camadas de sintetizadores, graves e batidas notoriamente dançáveis. O público não conseguia resistir ao techno musculado – apesar de ser redutor colocá-los numa caixa – vindo directamente da Alemanha e o pouco espaço que temos para dançar foi aproveitado ao máximo.

 


terceira moderat


E volto à premissa com que comecei o texto: existe bruxaria nas canções dos Moderat. As duas partes que são uma – os Modeselektor – colocam-se lado a lado com Sascha Ring para honrarem a herança musical alemã. Se os Kraftwerk olharam para o rock que se fazia fora da Alemanha e quiseram tomar outro caminho, o trio viu o que se fazia bem na EDM, IDM e no techno para criar um género só seu.

 


quarta moderat


A interacção com o público foi q.b e até deu para um português bastante desenrascado de Sebastian Szary criar um momento de ligação com a audiência. O mais activo foi, como não poderia deixar de ser, o “vocalista” e , por vezes, guitarrista Apparat, mas ficou sempre a ideia de que já não existem segredos para os Moderat de como fazer um bom concerto.

 


ultima moderat


Dois encores com destaque para “Bad Kingdom”, malhão incrível com muito balanço na anca e letra niilista à espera de ser agarrada para um guião de filme sobre a inutilidade que é a vida quando confrontada com a morte. Fechou-se a noite de Halloween e a magia não acabou: os Moderat continuam a ser incríveis.

 


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