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Publicado a: 27/04/2018

“Black Snow” é o primeiro avanço do novo álbum de Oneohtrix Point Never

Publicado a: 27/04/2018

[TEXTO] Diogo Pereira [FOTO] David Rudnick

Oneohtrix Point Never, nome artístico de Daniel Lopatin, lançou ontem o primeiro vídeo oficial do seu novo álbum Age Of, a sair dia 1 de Junho pela Warp.

O vídeo, da faixa “Black Snow”, mostra-nos um homem de rosto grotesco, boca deformada e fato protetor, isolado do mundo num cenário pós-apocalíptico, resgatando o fascínio pelo gore e o bizarro que vimos nos vídeos de “Sticky Drama” e “The Pure and the Damned”, evocando uma estética algures entre Lynch, Del Toro e Kuso, de Flying Lotus.

Este é o primeiro vídeo oficial depois do trailer de MYRIAD, a sua instalação audiovisual pluridisciplinar a estrear em Maio no Park Avenue Armory em Nova Iorque, que servirá como apresentação ao vivo do disco.

Realizado pelo próprio, conta com a colaboração habitual do animador Nate Boyce (nos efeitos visuais), responsável pela componente gráfica dos seus concertos. As letras, da autoria de Shaun Trujillo, cantadas também por Lopatin, são inspiradas nos escritos da Cybernetic Culture Research Unit, colectivo interdisciplinar de estudantes do departamento de Filosofia da Universidade de Warwick, activo nos anos 90, que se debruçou sobre as temáticas da cibernética, do futurismo, da ficção científica, do pós-estruturalismo e da tecnociência, em trabalhos tanto intelectuais como artísticos.

Quanto à música, descrita como uma “balada de pesadelo”, desta vez Lopatin pôs de parte os arpeggios de cravo à Bach de “myriad.industries” e focou-se na voz processada à Burial, outra das presenças comuns na sua música.

Age Of será o primeiro álbum com colaborações, entre as quais James Blake, Anohni, Prurient, Kelsey Lu e o baterista Eli Keszler. Também será a primeira vez que Lopatin entrará em digressão com uma banda, que inclui Keszler ao lado dos teclistas Kelly Moran e Aaron David Ross.

Em declarações à Rolling Stone, confessou, acerca da dificuldade em tocar com uma banda:

“Nunca fui bom a fazer parte de uma banda. Infelizmente era demasiado egoísta. E sempre pensei na música como uma oportunidade de criar um mundo ou uma sensação. Nem sempre estava completamente interessado na música como uma espécie de expressão visceral de pessoas em uníssono e sincronizadas, uma expressão federada de um grupo de pessoas. Adoro-a como um excluído, um fã, mas quando estava por dentro, sempre senti que não tinha sido feito para aquilo. Depois vejo a actuação dos Replacements no SNL ou algo desse género e desato a chorar.”

E ainda se pronunciou acerca da crise de sensibilidade que vivemos:

“Há uma crise de sensibilidade que é preciso compensar com uma dose elevada. O tipo de ubíqua e nebulosa descida de resolução da sociedade, a compressão da sociedade, o nivelamento da experiência, da experiência mediada, que precisa de ser salva. Por isso é preciso espetar uma agulha de esteróides no pescoço disso tudo.”

 


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