pub

Fotografia: Miguel Chocobai
Publicado a: 06/11/2020

Latino gang.

benji price sobre “Quem Te Dera”: “O resultado sou eu e o Mike El Nite a canalizar a nossa ‘Ana Malhoa interior'”

Fotografia: Miguel Chocobai
Publicado a: 06/11/2020

Quando Ana Malhoa apareceu no videoclipe de “Type R“, a ideia ficou logo no ar: iríamos ter uma colaboração entre os elementos da Think Music com a cantora? Ontem, ao final do dia, chegou-nos a resposta: um redondo “sim”. Interpretada pela “bomba latina”, “Quem Te Dera” é uma música escrita e composta por benji price e Mike El Nite.

Neste novo tema, o tropical urbano dá lugar a uma aproximação ao neoperreo, um derivado do reggaeton que ganhou vida na Internet e que a dupla da turma pensadora começou a atacar de forma mais evidente com “comer” e a anteriormente mencionada “Type R”, juntando-se a nomes internacionais como Tomasa Del Real e Ms Nina ou até do português RIVAthewizard (em “Fuckboy“, tema de Loucura Censura) nessas explorações.

Da canção ao videoclipe (realizado por Cheezy Ramalho e com cameo de ProfJam), há uma série de ilações a retirar, mas a mais declarada talvez seja que Ana Malhoa está preparada para se superar e renovar a sua imagem — e desta vez tem alguns dos mais inventivos artistas desta geração ao seu lado.

Em troca de mensagens com o ReB, benji elucida-nos sobre as etapas que foi preciso cumprir para se chegar a “Quem Te Dera”. E fica a promessa de mais música deste trio.



A primeira vez que te vimos e ao Mike El Nite com a Ana Malhoa foi na “Type R”. Quando saiu esse tema, já tinham estado no estúdio juntos? Como é que aconteceu esta ligação com ela?

Ainda não tínhamos estado com ela em estúdio antes, mas na verdade aconteceu pouco tempo depois. A “Type R” foi feita algures em Novembro de 2019 e, se a memória não me falha, a “Quem Te Dera” em meados de Dezembro. Eu e o Miguel já estávamos (obviamente) super familiarizados com o trabalho da Ana, e ao que parece ela acompanhava as coisas que nós fazíamos há algum tempo também. O management dela entrou em contacto com o nosso, e a partir daí foi só ir para estúdio e fazer acontecer.

Imagino que não tivessem canções já preparadas para lhe oferecer. Foi fácil compor e escrever esta música?

Não havia nada preparado, mas de certa forma já havia. Como devem imaginar, há coisas que artistas fazem em estúdio que por vezes fogem drasticamente ao conteúdo que lançam, experiências e tal, e eu e o Miguel não somos excepção. Falando de forma exagerada, acho que a este ponto já devemos ter experimentado fazer sons de quase todos os estilos de música — rap, rock, funk, house, reggaeton, etc. — e a verdade é que nós sempre tivemos imenso interesse em trabalhar um projecto dentro da estética do neoperreo. Nesse sentido, já estávamos “preparados” para fazer uma música deste género, e saiu de uma forma super natural. A Ana é uma pessoa muito fácil de trabalhar, super receptiva a ideias novas, e todo processo foi uma experiência muito divertida e desafiante. Quando estás a compor para outra pessoas obviamente que deixas sempre a tua identidade lá, mas a ideia nunca será fazer uma faixa “tua” e que simplesmente metes outra pessoa a interpretar, ou seja, o resultado que saiu sou eu e o Miguel a canalizar a nossa “Ana Malhoa interior” e a filtrar isso pelas nossas sensibilidades estéticas. Acho que correu bem!

Comentaste “icon living” na publicação de Instagram dela. Este trabalho foi riscar um item da tua lista de “Artistas Com Quem Quero Trabalhar em Portugal”?

Acho que sim, sem dúvida. Admito que nunca sequer tinha contemplado a ideia de trabalhar com a Ana, mas assim que o convite foi feito foi um sim instantâneo da nossa parte. Já tive a felicidade de ao longo da carreira ter trabalhado com um grande número de artistas de renome dentro do rap, mas quero sempre expandir horizontes e aumentar a minha “caderneta de cromos”. Este ano já tive o privilégio de colaborar com a Ana, o Pedro Abrunhosa, o Diogo Piçarra, com o Vitor Kley… e também com o xtinto, o ProfJam, o Sippinpurpp, entre outros. Acho que já dá para perceber a ideia da diversidade que eu gostaria de ter no meu currículo. Espero que possa continuar a riscar nomes dessa lista, até porque ainda faltam uns quantos.

Até parece natural ver-vos a colaborar com ela depois da “comer” e da “Type R”. Este é o primeiro single de muitos com os três? Tu e o Mike estão-se a preparar para tomar conta da wave latina?

O que vou fazer a seguir ainda é uma incógnita absoluta como habitual, até para mim, mas claro que o universo do afro/latino estará sempre em cima da mesa, uma vez que são sonoridades que adoro e nunca me importarei de revisitar. Acho que o mesmo se aplica ao Nite. Quanto ao projecto Ana Malhoa, equipa que ganha não mexe e a intenção de nós os três é continuar — já temos mais uma quantas feitas que, se tudo correr bem sairão dentro do próximo ano. Agora é esperar que o público goste tanto delas quanto nós gostamos. Se vamos tomar conta da wave latina não sei, mas pelo menos estamos a tentar ser major players. Oxalá consigamos!


pub

Últimos da categoria: Curtas

RBTV

Últimos artigos