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Publicado a: 11/07/2017

Beatoven sobre “Bofas da Cara”: “Quis trazer uma competição saudável de barras com um refrão orelhudo”

Publicado a: 11/07/2017

[FOTO] Direitos Reservados

“Bofas da Cara” é o novo single de Beatoven com participações de T-Rex, Laton Cordeiro e Kelson Most Wanted. O vídeo, que ficou por conta da Rutz Records, mostra os 4 artistas na Big Bit a trocarem versos.

O produtor luso-angolano está a preparar Mind Frames, álbum de estreia que, se tudo correr bem, trará, de forma definitiva, o seu nome para a primeira linha da produção nacional. O Rimas e Batidas esteve à conversa com Beatoven e falou sobre o novo tema, as colaborações com MGDRV, Slow J e Wet Bed Gang ou a produção executiva do longa-duração de Kroniko.

 



No making of do ” Bofas da Cara” dizes que quiseste juntar ”três dos melhores artistas angolanos”. Quais é que são as principais qualidades que vês no T-Rex, Laton Cordeiro e Kelson Most Wanted?

O som em si já tem uma junção vasta de elementos de todo mundo, isto no que toca à sua composição musical. Para completar este banger, a qualidade [dos artistas] não poderia estar a baixo.

T-Rex é um dos rappers mais completos da nova escola, desde barras até às melodias, um flow único e consistente. O seu modo de escrita é impressionante, ele não usa papel, usa apenas a sua mente como tela e projecta a sua monstruosidade.

Para mim, Laton Cordeiro é uma inspiração diária num modo geral: musicalmente, visualmente e a sua personalidade. É impossível não sair um hit com a sua presença e a sua coordenação num estúdio. A sua boa energia e visão transpiram na sala e entranham a música. Fora as grandes produções que ele tem no seu reportório, até às colaborações que tem feito com singers, é uma lenda para mim, basta procurar o seu portefólio e entende-se o porquê desta ”patente”.

Kelson Most Wanted é, actualmente, o rapper mais forte da nova escola no que toca ao liricisimo em Angola e a sua visão é ampla. Quem mo apresentou foi o Reptile há um ano e, quando dei conta, ele e a sua equipa (TRX), passado um ano, tinham conquistado o seu país com as suas sonoridades.

De um modo geral, os artistas angolanos que estão em Portugal são muito ricos porque bebem de vários países e daí criam as suas sonoridades. Com esta música quis trazer uma competição saudável de barras com um refrão orelhudo.

Este single faz parte do álbum Mind Frames. O que podes contar sobre o disco? O “Vida Loka” também vai fazer parte?

Este álbum tem sido uma dor de cabeça muito gratificante pelas musicalidades diferentes que tenho criado e a equipa envolvida (artistas, fotógrafos, realizadores de vídeo, etc.). Não poderia estar mais contente com o produto que está a ser criado e posso dizer que ainda sairá este ano. Também já tenho datas para concertos para este Verão.

O disco tem colaborações nacionais e internacionais. Uma musicalidade muito rica. Não se trata apenas de um álbum de rap, mas sim de uma colectânea bem pensada do início ao fim. Estou a fugir ao máximo do trap, muito pelo facto de ter sido intitulado como um dos primeiros desse género em Portugal. Quero demonstrar as minhas capacidades e dar uma viagem com a sua escuta.

O tema “Vida Loka” não fará parte deste álbum, muito por culpa do tempo que já passou. Apesar do seu feedback ter sido fantástico a nível mundial, a música hoje em dia é temporária e apenas quero dar produto fresco aos meus seguidores.

 



Também estiveste em estúdio com o Slow J e os MGDRV. Como foi trabalhar com eles? O que é que achas que eles podem dar ao teu disco?

Acima de tudo, a música, para mim, é feita de energias e eles transpiram energia positiva. São pessoas com um mood fantástico. Eu, em estúdio, gosto que tudo seja desenvolvido na hora, desde a melodia, à letra, passando pela gravação do tema, isto para não se perder a direcção, vontade e credibilidade do mesmo. Nunca tinha estado com estes artistas pessoalmente antes de irmos até ao estúdio. Foi logo criado uma grande ligação. Em uma questão de horas existia um à-vontade surpreendente.

Gosto de tirar os artistas da sua zona de conforto e foi o que foi feito com eles, especialmente com os MGDRV. O que mais gostei com o Slow J foi o ambiente criado na sala, tudo escuro, vinho e música.

Tenho dado conta que com o tempo adapto-me cada vez mais às personalidades diferentes e não tenho dificuldades em trabalhar com essas personalidades. Isso é um calo que cada vez tem ficado mais rijo a partir do momento em que comecei a trabalhar na Big Bit. No final das contas – com a junção de todas estas ideias –  posso dizer que vou surpreender bastante os ouvintes pela sonoridade que será dada.

 



Estiveste bastante envolvido no novo álbum do Kroniko. ”Big Ben” é o grande banger desse trabalho. Começas a ser dos nomes mais requisitados do rap nacional. Como é que descreverias o teu estilo de produção a quem não te conhece?

No álbum Estigma, do meu irmão Kroniko, fui o produtor executivo e compus 4 temas do mesmo. Foi um grande prazer e foi o primeiro [trabalho] em que tive liberdade de dar a minha visão e concluir um produto brilhante.

Do ano passado para cá, o trabalho como compositor tem triplicado. Apenas posso agradecer à minha disciplina de trabalho, a quem me apoia , desde família a amigos e artistas que depositaram confiança no meu trabalho.

O meu estilo é vasto e há quem me chame de “híbrido” pela versatilidade sonora. E tenho de agradecer a quem me ensinou a produzir: One O One, o meu produtor favorito e mentor desde o início. Ele sempre me aconselhou que, para crescer a nível musical, devia consumir diversos géneros e, do que eu bebesse, deveria aplicar na minha produção. E o que me fez evoluir anos mais tarde foi o desafio de criar sonoridades que não dominava, até conseguir o pretendido.

No entanto, este ano ditou tudo. Tenho trabalhado muito fora do rap, tendo em conta as minhas origens, indo mais para África. Laton Cordeiro, Yuri Da Cunha, Dino d’Santiago, Sari Sari e Nelson Freitas são alguns dos nomes fora da cultura do rap que tive o imenso prazer de me associar e crescer com essas experiências.

Também partilhaste uma foto com os Wet Bed Gang e o Forever Suave. O que é que andam a preparar?

Em relação a essa foto, posso dizer que foi um momento épico, mas o que andamos a preparar está no segredo dos deuses. Do grande produtor Forever Suave, posso dizer que está a trabalhar no meu álbum como co-produtor. Gosto da visão dele. Ele anda farto de ouvir os meus beats e elevar a minha música, mas este último tema, “Bofas da Cara”, não chegou a ter a mão dele. E temos a nossa equipa de produção, ”The Snippers” (risos).

Para finalizar: já tens uma data prevista para o lançamento do álbum Mind Frames?

Já tenho, mas não quero revelar. O segredo é alma do negócio e a surpresa cria uma envolvência maior da parte dos ouvintes.

 


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