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Publicado a: 05/09/2017

Baco Exu do Blues lança Esú

Publicado a: 05/09/2017

[TEXTO] Núria R. Pinto [FOTO] Mavi Morais

Se há algo que, por esta altura, deveria ser ponto assente é a existência de uma cena hip hop brasileira antes e depois de “Sulicídio“.

A faixa lançada no final de Agosto de 2016 por Baco Exu do Blues e Diomedes Chinaski – MCs da Bahia e de Pernambuco, respectivamente-, chegou como uma chapada sem mão para a prepotência do rap do eixo Rio-São Paulo e, definitivamente, trouxe a atenção merecida para o rap nordestino. Diss clássico, “Sulicídio” corre a pontapé uma série de MCs e, por si só, merecia uma análise detalhada. De resto, muitas podem ser encontradas por aí que são certamente merecedoras da vossa atenção.

Servimo-nos dela para introduzir Diogo Moncorvo aka Baco Exu do Blues, pois se o nordeste se mostrou vivo em “Sulicídio”, o MC tem pelo menos metade da responsabilidade pelo facto e deve-lhe a ela, à faixa, um início de carreira alicerçado em mais de 6 milhões de visualizações de um lyric video no YouTube.

Desde então, seguiram-se parcerias com BK, Bril, MC Sid, Derek, Matheus Coringa, participações no “Perfil” e “Poetas no Topo 2“ da Pineapple Supply e, finalmente, o aguardado primeiro álbum Esú, lançado ontem.

 


Acabou de sair

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Exu, também conhecido como Esú, é o orixá africano do movimento, da comunicação e da sexualidade. Em Iorubá, idioma com origens na Nigéria e no Congo e actualmente falado por mais de 25 milhões de pessoas, “Esú” significa “esfera” e é este o Orixá que recebe as oferendas em primeiro lugar e garante que a sua função de mensageiro entre Orun – o mundo espiritual – e Aiye – o mundo material, seja realizada.

Ao portal RND, Baco confessou que Esú divide-se em duas partes e pode ser encarado como “uma batalha épica entre a divindade e a humanidade” e que quis “entender a força do humano e a fraqueza da divindade e, ao mesmo tempo, trocar esses papéis.” No início de Agosto, o MC lançava uma faixa prévia – que sabemos, agora, ser a quarta faixa do álbum – “En Tu Mira”. O interlúdio já explorava a questão das expectativas, da pressão auto e hetero-imposta e a humanização do rapper. Onde é que já lemos sobre isto?

 



Para já, são 10 faixas libertadas no YouTube que, segundo o próprio, “proporcionam uma viagem sinestésica, passando pelas ladeiras de Olinda, com o batuque do Maracatu, pelo Carnaval de rua com o choro da guitarra baiana, até as nossas matrizes africanas, com cânticos em Iorubá e batuques dos atabaques do candomblé.”

 


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