O ensemble ars ad hoc, que tem desde 2018, ano da sua criação, abordado um amplo repertório para música de câmara, com especial foco na contemporânea, estreou-se em registo discográfico. Uma selecção criteriosa de duas destintas gerações de criadores, cruzando obras de Emmanuel Nunes, Beat Furrer e Gérard Grisey aos novos compositores nacionais João Moreira, Mariana Vieira, Carlos Lopes e Pedro Berardinelli. A edição tem o selo da neper music e é servida em formato físico composto por dois CDs acompanhados de um livrete de 40 páginas com textos sobre as obras, os compositores e os músicos, bem como uma fotografia Polaroid do momento da gravação no Auditório da Fundação de Serralves.
Sobre a vasta obra de Emanuel Nunes, a escolha recaiu sobre “Degrés”, de 1964, escrita para trio de cordas quando o compositor tinha 24 anos, composta por 10 movimentos. De Furrer, gravaram “intorno al bianco”, uma composição escrita para clarinete e quarteto de cordas sobre a luz e os seus contrastes e estreada em 2016, com o compositor helvético-austríaco a dirigir o próprio ensemble; “Talea”, de Gérard Grisey, é apontada como uma obra maior da música espectral, com a exploração de texturas extremas, entre a harmonia e o timbre. Estas três escolhas contrastam com a estreia discográfica de quatro obras de novos compositores portugueses que têm desenvolvido nova música para o ensemble: “Atropos” de Moreira, “Quarteto de cordas nº 1” de Mariana Vieira, “TO_mbeau” de Carlos Lopes e “a” de Berardinelli.
O ars ad hoc é formado por Ricardo Carvalho (flauta), Horácio Ferreira (clarinete), Diogo Coelho e Matilde Loureiro (violinos), Ricardo Gaspar e Francisco Lourenço (violas), Gonçalo Lélis (violoncelo) e João Casimiro de Almeida (piano). Este registo marca o arranque da nova temporada da formação e encontra-se disponível nas páginas da editora e do grupo, bem como nos concertos agendados: Teatro Aveirense (24/11), Museu de Serralves (29/11) e no Teatro Cinema de Fafe (14/12).