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Texto: ReB Team
Fotografia: Paula Vidal
Publicado a: 02/07/2019

“Password” é o segundo tema da cantora pela Sony Music Portugal.

Annia sobre “Password”: “Eu escrevo sempre sobre mim”

Texto: ReB Team
Fotografia: Paula Vidal
Publicado a: 02/07/2019

Annia lançou um novo tema na passada sexta-feira: “Password” é o segundo single da cantora pela Sony Music Portugal.

O primeiro contacto com a voz de Annia aconteceu através de um par de participações, que levaram a cantora a contracenar com Valete e Agir. Em 2018, a artista assinou um contrato com a major portuguesa e regressou aos radares, desta vez com um projecto sólido e em nome próprio — “Chuva” foi o primeiro fruto desta ligação, um tema que colocou o timbre de Annia nas mãos de Baghira, produtor de “Rap Consciente”.

Um ano após a “Chuva”, chega um novo tema em que Annia aborda os problemas de uma relação amorosa antiga e passa a contar com a ajuda de Tayob J. na produção.



Passou um ano desde que te apresentaste com o “Chuva”. De que forma é que as reacções que influenciaram os meses de trabalho que se seguiram, e que agora culminam no “Password”?

Foi um ano duro, principalmente a nível pessoal. Problemas graves familiares ocuparam totalmente a minha cabeça e culminaram num afastamento do estúdio. Tinha de estar lá para os meus, e a única coisa que amo mais que música é a minha família. Então posso dizer que 2018 foi um dos anos mais difíceis da minha vida. O “Chuva” foi bem recebido, ganhei aqui um respeito dos meus pares, que me apoiaram, encontrei uma segunda família nos meus fãs, que começaram a surgir e tenho genuinamente pena de ter tido um ano de gap entre os meus dois singles. Quando voltei a ter “vida”, agarrei-me a isto com muita fome e posso dizer que já estão mais três faixas na caixinha à espera de sair. Acredito que o “Chuva” foi uma faixa de transformação para mim. De certa forma ditou o final de uma fase e o começo de uma outra, em que me sinto mais preparada, mais motivada e, como disse, com mais fome. Encontrei-me. Quando assinei com a Sony cheguei com um álbum, que apesar de fundamentalmente r&b era uma salada de frutas um pouco dispersa. O “Chuva” fazia parte, mas era uma de muitas possíveis direcções. Depois de sair, senti que o “Chuva” me apontou o caminho a seguir. Este ano, eu conheci-me e descobri verdadeiramente quem é Annia, lembrei-me de onde ela veio e agora sei exactamente para onde é que ela quer ir.

Depois de trabalhares ao lado do Baghira, contaste agora com o Tayob J. na produção do teu novo tema. Como se deu a parceria?

Cheguei ao Baghira através do Keidje. Ele tinha produzido o “Rap Consciente” na altura, e é um dos produtores que ele mais gosta, então ele fez a ligação. Amei trabalhar com o Baghira, mas estava a sentir falta de estar com ele em estúdio. Eu sou uma compositora muito opiniosa e musicalmente faço “um pouco” de direcção dos meus temas, se quiseres, co-produção. O Baghira estava em Sevilha e este processo era um bocado chato, porque é na base do vai e vem. Ele faz, envia, eu peço mais coisas e ele altera. Esta troca de ideias, ou seja, compor em conjunto, à distância torna-se complexo!

O Tayob Juskow é um jovem produtor incrível e uma pessoa melhor ainda! O que me trouxe o Tayob foi o “Chuva”. Ele ouviu, curtiu e entrou em contacto comigo. Não sei se destino ou não, mas foi numa fase em que estava frustrada com esta questão da distância e lembro-me de nesse dia específico, estar a pensar “Deus! Como eu precisava de um produtor com a vibe do Baghira, mas aqui!”. O Tay manda-me uma mensagem nesse dia e os astros alinharam-se. Até hoje é, sem dúvida, a pessoa que melhor me entende e com quem mais gosto de trabalhar. Sinto sempre que conseguimos crescer um com o outro e que a arte dele alimenta a minha e vice-versa!

Fala-nos do conceito deste “Password”. De que forma é que uma antiga relação e as tecnologias te influenciaram a abordar este tema?

Olha, papo recto? Eu estava numa relação, a pior de sempre, onde era traída e não reparei. Ando sempre a 1000 à hora e talvez tenha culpa de negligenciar um pouco as minhas relações por causa da música. Mas houve uma série de sinais muito óbvios, que eu descrevo de forma literal no tema, que me fizeram de facto perceber o que se estava a passar ali. Eu escrevo sempre sobre mim, ou sobre algo que eu tenha assistido e tenha efectivamente mexido comigo ao ponto de me identificar com a situação e sentir como se tivesse sido comigo. Então muitos dos meus sons são desabafos. O “Password” não é excepção. Mas ele tem um cariz mais brincado. Foi escrito com base numa relação que já foi, então permitiu-me aliviar o tema e torná-lo mais leve, porque já passou algum tempo e já não dói como doía. Senão, provavelmente seria heavy metal! Just kidding! A ligação da traição ao uso de passwords vem porque foi assim que eu descobri, “ecrã sempre virado” para baixo, deixar o telefone tocar comigo ao lado, e não atender nem sequer ir ver quem ligou. Aposto que ele rezava na cabeça dele para eu não perguntar nada quando isso acontecia [risos]. Uma password que deixou de ter quatro dígitos e passou a ter seis, mensagens que deixam de aparecer dispostas no ecrã do telefone, etc. Eu digo no meu som “iPhone – Caixa de Pandora, o fim do mundo agora apenas à distância de um desbloquear”. É isso! Um dia aquele iPhone desbloqueou-se mesmo e foi o fim do mundo! Ele denunciou-se pelo pânico que tinha daquele telemóvel, caso contrário eu nem iria perceber.

Estamos prestes a encerrar o primeiro semestre de 2019. Tens mais planos na tua agenda para o que falta para terminar o ano?

Yes! Não vou estragar a surpresa, mas tenho aí três temas em fila de espera, todos eles r&b Que desta vez o género venha para ficar, contra todo o convencionalismo do pop, sem pudor de ser ou não ser mainstream o suficiente. Manos incríveis a fazer cada vez mais trabalhos no género, mega props para o Ivandro e o Komet. Quero mais r&b da Nenny! Let’s keep up! Não sei se os meus três temas sairão todos este ano… Mas estou empolgada para partilhá-los convosco! Até lá partilho a minha “Password”! Já é brave, né?!


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