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Texto: Fungo
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 09/08/2022

Brisas singulares.

Adriana João e Pedro Tavares: “Os sons surgem sempre de uma (des)sintonia frenética muito comunicativa”

Texto: Fungo
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 09/08/2022

Lançado na recta final de Junho passado, ONDA DOIS VENTOS, o projecto colaborativo de Adriana João com Pedro Tavares (ou funcionário), será apresentado esta quinta-feira, dia 11 de Agosto, na Escola do Largo (no Chiado), em Lisboa. O concerto, uma co-produção da Nariz Entupido com a Fungo, editora responsável pelo lançamento do trabalho, também tem Simão Simões (para a abertura) no cartaz — e a entrada custa apenas cinco euros.



Como se conheceram?

Ambos temos o mesmo percurso académico superior, incluindo pós-graduação, embora com um ano de diferença. Gostos e visão que se complementam, a ocasião faz o ladrão. Roubos simbióticos saudáveis.

De que forma surgiu a ideia/intenção para este álbum conjunto?

Este álbum surge em consequência a um espaço tempo livre e aéreo em que temos vindo a trabalhar em conjunto desde Maio de 2021. O Pedro Tavares convidou a Adriana João para acompanhar num concerto de funcionário (projecto a solo do Pedro), e daí ramificou-se o projecto: criar som em conjunto. De gravações de improvisação na sala de uma casa alheia, recorrendo a violino, piano e a computadores. Daí formou-se o primeiro álbum 6 Ensaios, editado pela CD-Recordable, a convite do Simão Simões. Materializando-se posteriormente numa performance/concerto conjunto no OUT.FEST, em Outubro de 2021. Tudo isto para continuar a força diária de expressar o que ambos achamos necessário trazer ao mundo.

Este trabalho conjunto é o reflexo natural da estética específica de cada um ou a união dos dois mundos acabou por gerar o som único de um projecto musical “a dois”?

A+B = C. Criação de algo único e singular, embora as ferramentas andassem à volta do que cada um conseguisse trazer na mochila às costas e do que encontrassem pelo espaço de produção. Seja isto feedbacks ou a água potável do sítio onde trabalhavam.

É o gosto do Pedro Tavares por free jazz, esse mergulho à golfinho no desconhecido, e o à-vontade da Adriana João para o navegar.

O álbum foi o resultado das gravações dos dois dias de estúdio ou foi incluído material produzido fora desse contexto?

O álbum ONDA DOIS VENTOS é o resultado de dois dias de trabalho, nos quais nos juntámos sem qualquer tipo de planeamento prévio onde foi moldado o som e as ideias de forma conjunta, fluída e dinâmica.

Quando foram para estúdio, tinham já em mente o que pretendiam fazer? Ou foi puro improviso, tipo “vamos lá meter isto a gravar e logo se vê”? Ou um pouco de ambas?

Os sons surgem sempre de uma (des)sintonia frenética muito comunicativa. Gravando e compondo praticamente ao mesmo tempo. Improvisação da maneira mais vasta de olhar o termo. A única meta diária era ir jantar ao Tambarina.

Porquê ONDA DOIS VENTOS?

Soa bem, é bonito e não se parece com nada.


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