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Fotografia: Ana Viotti
Publicado a: 12/02/2024

Celebração crioula numa das salas mais cosmopolitas de Lisboa.

Acácia Maior no Lux Frágil: música que atravessa tempo e espaço

Fotografia: Ana Viotti
Publicado a: 12/02/2024

Terra e cosmos, tradição e inovação, Cabo Verde. A musa que deu fruto a Cimbron Celeste, álbum de estreia de Acácia Maior, foi apresentado pela primeira ao vez ao vivo na passada quinta-feira, 9 de Fevereiro, no Lux Frágil.

Ainda de sussurro e com uma plateia comedida, o cavaquinho hipnotizante de Luís Firmino deu início a uma viagem pelas ilhas de Cabo Verde, através de um “Amor Astral” (nome da última música do álbum), que junta o melhor da devoção e respeito pelos alicerces do cancioneiro da música tradicional cabo-verdiana, com um passo transcendente nos astros e no futuro, através da fusão com aquilo que é novo e atual.

Foi com esta premissa que Acácia Maior — coletivo composto por Henrique Silva e Luís Firmino, acompanhados por Renato Chantre no baixo, Jah Son nas percussões e Nir Paris na bateria — abriram as portas a uma noite quente, dançável e orgulhosamente crioula, quando lá fora se fazia sentir o frio e a chuva.

Após um início ainda calmo, chegou Débora Paris que, com a sua voz poderosa e energia contagiante, progressivamente deu o pulo que abriu as portas para o calor da plateia, o bater do pé e o mexer do corpo, com uma “Bô Contradança” que fez o ritmo da sala aumentar. A festa tinha começado.

De seguida, o concerto foi abençoado pela presença angelical e trazida por Landa, que nos transportou para uma dimensão Maior com um grito de “Speransa” que havia de rebentar pelas costuras num jeito de catarse e libertação. Toda a energia transpirada por aquele conjunto de músicos, sem que parecesse deslocado ou estranho, conseguiram o feito incrível de trazer a “Manga d’Terra” vinda do chão das ilhas de Cabo Verde, pegado à raiz e ao material, com uma frescura arejada e doce de mornas que rimam com reggae, ou de coladeiras que rimam com blues.

E nada disto seria possível sem a presença do magnífico Danilo Lopes, que com a sua voz e guitarra levou para outro nível a trajetória desta viagem psicadélica a transbordar com a riqueza de um povo, de uma cultura, da celebração da vida e da procura de luz, com o poder avassalador de dar novas roupagens e possibilidades a uma música que viajou entre tempo e espaço e que aterrou em Lisboa com a promessa de chegar bem mais longe.


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