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Texto: ReB Team
Fotografia: Filipe Gonçalves
Publicado a: 21/11/2024

Medir o pulso ao que se fez no ano passado.

A representatividade continua a ser o maior desafio das salas de espectáculos segundo a rede Circuito

Texto: ReB Team
Fotografia: Filipe Gonçalves
Publicado a: 21/11/2024

A rede Circuito apresentou hoje o seu relatório de actividade referente a 2023. Ao todo, são 21 espaços de música ao vivo de todo o país representados nesta iniciativa.

A representatividade de género continua a ser o maior desafio enfrentado pelos programadores das diferentes salas de espectáculos. Dos 5689 artistas/bandas que passaram por estes palcos, 75,3% são identificados como masculinos, 20,4% femininos, 2,2% não binários, 1,3% trans e 0,4% de género fluído. Seguindo o Método Keychange — em que basta que um elemento de um grupo não ser masculino para este ser identificado como um projecto não masculino — detectam-se 35% de artistas/bandas não masculinas e 64% artistas/bandas masculinas.

O problema da centralização também persiste e reflecte a limitada representatividade de artistas de música fora das grandes cidades, com Lisboa a ser a coordenada de maior foco e onde mais de metade dos espaços culturais da rede Circuito se encontram sediados. Dos 2578 projectos nacionais programados por estas salas ao longo do ano passado, 75,4% são artistas residentes de Lisboa, 10,7% do Porto, 2,8% de Évora e 2,8% de Setúbal, sendo que as restantes cidades e localidades surgem com representatividade inferior a 2%. O relatório destaca, ainda assim, a importância das venues mais periféricas, que têm sido fulcrais para dar continuidade ao desenvolvimento dos ecossistemas musicais locais.

Entre os restantes dados apresentados pelo documento hoje revelado nota-se ainda o impacto económico deste sector, com as salas da Circuito a gerar uma receita combinada superior a 3 milhões de euros. Ao nível do tipo de actuações programadas — numa análise referente a 3082 actuações em 14 salas que atingiram um público total de 367.801 espectadores (uma plateia média de 119 pessoas por espectáculo) —, estas consistiram em 888 atuações ao vivo (28,8%), 2107 DJ sets (68,4%) e 87 live acts (2,8%).

Para os tempos que se avizinham, a Circuito destaca três pontos merecedores de uma maior atenção de modo a superar os desafios que ainda persistem: Fortalecer políticas de inclusão para ampliar a participação de artistas de minorias de género; Incentivar a descentralização cultural, aumentando o número de espaços e de atividades culturais fora dos grandes centros urbanos, principalmente fora da AML; Consolidar o papel das salas como centros de inovação e conexões comunitárias.

A Circuito foi fundada em 2020 como forma de promover e proteger as salas privadas ou sem fins lucrativos de música popular ao vivo. Para este estudo, mediu-se a pulsação das seguintes salas: B.Leza, Bang Venue, Barreirinha Bar Café, Café Concerto Maus Hábitos, Carmo 81, Casa Capitão, DAMAS, Ferro Bar, Hot Clube de Portugal, Lux Frágil, Maus Hábitos, Musicbox, RCA Club, Salão Brazil, SHE, Titanic Sur Mer, Village Underground e ainda A Casa – Oficina dos Infantes, Casa Independente, Lounge e VALSA — sendo que estas últimas quatro entretanto já encerraram ou anunciaram o encerramento dos seus espaços habituais.


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