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Texto: ReB Team
Fotografia: Sebastião Santana
Publicado a: 27/12/2018

A lista do ano de Madkutz

Texto: ReB Team
Fotografia: Sebastião Santana
Publicado a: 27/12/2018

A celebrar 10 anos de carreira, Madkutz teve 12 meses loucos: lançou 12 beat tapesGrinch foi a última — , produziu canções de Estraca e NGA e, entre outras aventuras, ainda remisturou faixas de Blasph, Lancelot e Ferry.

O produtor, que deu uma grande entrevista ao Rimas e Batidas em Fevereiro, deixou-nos o seu balanço deste ano.



[MELHOR ARTISTA NACIONAL] Slow J

“Uma lufada de ar fresco para a música portuguesa. Bastante versátil, visionário e com um plano bem delineado. Provavelmente dos artistas mais completos em Portugal: produz, escreve, canta, toca instrumentos, técnico de som, etc…

Saber fazer muita coisa e bem, não é para todos. O ano passado foi um ano de afirmação para o Slow J e este ano elevou a fasquia, tanto em todo o trabalho no álbum do Papillon, como no ‘Teu Eternamente’ que é provavelmente das melhores músicas que ouvi nos últimos tempos. Muita atenção aos pormenores. Inspirador.”



[MELHOR ARTISTA INTERNACIONAL] Roc Marciano

“Sempre gostei da autenticidade do Roc Marci, adoro a voz e escrita dele, provavelmente dos melhores a matar drumless beats, que por vezes podem parecer monótonos mas ele consegue fazer com que sejam cativantes. Há uma envolvência única na música dele, todo o fio condutor do álbum, tanto a solo como o com o DJ Muggs. Nova Iorque continua com força e saudável.”



[MELHOR PRODUTOR NACIONAL] Lhast e Here’s Johnny

“Esta categoria é bastante ingrata. Desculpem não respeitar as regras, mas não dá para escolher só um. Ambos são incansáveis, especialmente o Johnny que ainda tem a costela de técnico de som e que esteve envolvido na produção, captação ou mix/master de mais de metade das cenas que saíram este ano em Portugal. São nomes que conquistaram o padrão qualidade! Frescura ao mais alto nível.”



[MELHOR PRODUTOR INTERNACIONAL] Kanye West

“Custa-me escolher o Ye nesta categoria. Não deixo de estar chateado com a situação mental em que ele se encontra. Sempre bebi da fonte do Mr. West, único e inspirador, mas como todos os génios tem as suas batalhas internas. Quanto à música, que é o que mais interessa, é fenomenal toda a diversidade de produção do Ye nos vários álbuns que lançou este ano pela sua editora G.O.O.D. Music. Falo com conhecimento de causa porque mesmo eu quando estou a produzir as beat tapes que tenho em mãos, vou preenchendo faixa a faixa nas respectivas pastas, ele fez o mesmo mas com um timing super apertado. Um formato bastante raw/purista mas também arriscado como fez no álbum do Kid Cudi. Destaco as produções no álbum do NAS, Pusha T e Teyana Taylor.”



[MELHOR FAIXA NACIONAL] “Sendo Assim” de Sam The Kid

“Um ensaio de porrada de poesia. Já disse e volto a dizer que quero um baixo assinado para que esta música seja estudada pela nossa juventude nas escolas. Uma carta de amor a uma grande paixão do Samuel: hip hop. Uma mensagem de coragem e agradecimento a várias gerações. Uma demonstração de cultura geral por parte do STK. A sensibilidade em saber escolher o instrumental certo para encaixar esta obra-prima. O videoclipe é qualquer coisa, está minado de pormenores. Dei por mim a ver e rever o clipe várias vezes por dia com a missão de decifrar os vários códigos. Fascina-me e inspira-me ver o Sam constantemente a refrescar a sua obra. Genial.”



[MELHOR FAIXA INTERNACIONAL] ”Gonna Love Me” de Teyana Taylor

“Este tema e ‘Rose In Harlem’ foram os que mais senti neste álbum. ‘Gonna Love Me’ faz-me lembrar a Alicia Keys no Songs In A Minor, tem esse tipo de vibe. Para melhorar o tema, realmente só chamar os meus membros favoritos dos Wu: Ghost, Rae & Meth. Perfeito.”



[MELHOR DISCO NACIONAL] Deepak Looper de Papillon

“Sempre gostei de GROGNation. O rapper com que sentia mais empatia era o Harold. No entanto, Papillon deu um pulo impressionante. Já não me sentia ‘agarrado’ a um álbum como o Deepak Looper há muito tempo. Eu ligo muito ao fio condutor de um álbum. Não sei se é por ser produtor e ter de ver o quadro minimamente pintado antes de começar a escolher as tintas, mas gosto quando um álbum está bem estruturado, quando segue um padrão, uma história. Desabafos familiares, profissionais, pessoais, etc… Vibes de todos os tipos. Papi vai ter muito trabalho pela frente quando começar a orquestrar o sucessor deste magnífico trabalho. Fiquei orgulhoso de ver o Casino de Lisboa cheio no concerto dele. A prova que boa música, música feita com sentimento, chega e toca as pessoas”.



[MELHOR DISCO INTERNACIONAL] Behold a Dark Horse de Roc Marciano

Marcberg era o meu álbum favorito do Roc Marci, mas tinha sempre aquela sensação que ele ainda não tinha feito ‘aquele’ álbum. Behold a Dark Horse acompanhou-me nas várias horas que passei a preparar as encomendas das beat tapes este ano. Nem dava pelo álbum passar. Muito bem estruturado, estes beats são super difíceis de criar e ele parece que tem à pazada. Inspirou-me a criar uma saga como produtor. Destaco o featuring do Busta Rhymes. A primeira vez que ouvi Roc Marci foi no Anarchy do Busta e agora parece que ele devolveu o convite onde o Bussa Bus espalhou perfume. Nah! Este é o álbum! Fo sho!

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