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Publicado a: 07/05/2016

7 Dias, 7 Vídeos

Publicado a: 07/05/2016

[TEXTO] Gonçalo Oliveira [FOTO] Direitos Reservados

Lee Scott está de volta às sonoridades sombrias do subterrâneos ingleses com um novo single. Pesado! De Portugal temos Weis e os rapazes do Clube dos Poetas Loucos a fazer barulho merecedor da minha atenção com dois bons conceitos.

Vince Staples também tem um tema novo que o leva até à cena da música electrónica de dança, estranho mas catchy. Também não é demais partilhar um novo vídeo de Stormzy, ele que é um dos pesos-pesados do trap britânico.

Em 7 Dias, 7 Vídeos, há uma vasta pesquisa pelo mais e o menos óbvio, coleccionando o melhor fruto de cada árvore para o dar a conhecer aos nossos leitores. É um resumo semanal onde o conteúdo nem sempre é mediático, mas tem sempre elevado interesse.

 


 

[LEE SCOTT] “NVRMND (Prod. Chemo)”

Depois de um bom álbum marcado pela polivalência de Lee Scott, foi revelado um novo single que leva o britânico às sonoridades profundas do underground com um egofreak estonteante.

Bumping Black Sabbath backwards while I practice zen / I’m takin’ over just don’t ask me when.”, Lee enfrenta a inércia do seu ego depressivo, afirmando, logo de seguida, que é agora que quer ter direito a tudo o que merece pelo seu trabalho. Ele que muito tem feito pelo circuito independente britânico tanto pelo seu trabalho a solo, como pelas várias prestações em colectivos de peso do Reino Unido.

“NVRMND” consegue traduzir-nos o brilho que existe até na noite mais escura em rimas cruas e directas, straight from the gutter, num beat fora de série de Chemo. Os visuais acompanham num registo lo-fi, como muitas vezes aposta, cheio de imagens e efeitos trippy, como se andásse às escuras nas matas à procura de sinais de alienígenas.

Lee Scott envolveu-se recentemente no segundo volume do projecto Cult Mountain e não se sabe ainda se o mesmo se encontra a trabalhar em algo mais para breve, sendo que este tema foi lançado como single em vinil e não deverá alinhar num projecto futuro do rapper do Reino Unido.

 


 

[WEIS] “Cada Vez + Forte (Prod. VIRUS)”

Se havia duvidas, o próprio responde. Weis está cada vez mais forte. Segundo videoclipe numa ainda curta carreira que conta com uma mixtape e, mais recentemente, uma compilação de material que estava arquivado nos ficheiros do rapper nortenho. A par com esses trabalhos há também várias faixas soltas que têm ajudado a manter o nome de Weis nas bocas do hip hop. Depois de uma compilação de lost tracks e dois bons singles com vídeo pode ser esteja para breve que o rapper se estreie com um álbum que o afirme no circuito nacional.

 


https://youtu.be/t9ybqME3YV4

 

[ROTT, UNO, ELIOT & BENNY B.] “O Que Conta é o Conteúdo (Prod. Uno)”

Este tema é a prova de que o rap independente está de boa saúde. Atitude do it yourself num punk rap em formato de boom bap. Este clube de poetas tem dados cartas no subsolo nacional com vários singles de peso e os projectos em que estão envolvidos estes rapazes são bastante aguardados por estes lados.

Instrumental acelerado com um loop bastante funky, flippado por Uno. Com os quatro rappers a debitar as suas ideias sobre o conteúdo que realmente merece ser falado. E fazem-no com a garra e a chama de quem foi escolhido a dedo pelos pioneiros para não deixar morrer o groove e o conceito de knowledge no hip hop.

“O Que Conta é o Conteúdo” é o primeiro single de avanço do EP ALPA CAMASCA do Benny B., sendo que também Uno e Rott se encontram a trabalhar nos seus próprios projectos bem como no EP do Consultório – que junta os vários MCs que gravam no estúdio do Uno;

 


 

[STORMZY] “SCARY (Prod. Sir Spyro)”

Também no Reino Unido o trap vai dando os seus passos, cada vez mais importantes – visto que a label de Skepta assinou um cotrato com Drake; O hoje muito visível MC Stormzy lançou um novo single que, como sempre, é bastante singular na sua sonoridade graças à sua fórmula mágica de misturar os ritmos e melodias do grime com os do trap. “SCARY” é isso mesmo, é um egotrip assustador que rapidamente escala os nossos ouvidos e nos faz equipara-lo aos melhores trappers e aos melhores grimmers da actualidade. Stormzy tem essa capacidade e tem deslumbrado a cada nova track. É sem dúvida um dos mais completos no ramo.

 


 

[FLATBUSH ZOMBIES] “Smoke Break/Fly Away”

Depois de “Bounce” e “This Is It”, os Flatbush Zombies editam agora um conceito audiovisual para dois dos interlúdios do seu ultimo álbum 3001: A Laced Odyssey. É de realçar o esforço que colocam em cada vídeo que, embora sempre em ambientes mais obscuros, nos seduzem pela sua estética e o seu desenrolar de acções. Em “Smoke Break/Fly Away” recriam uma espécie de culto sombrio que se reune no meio do mato. Um pouco à imagem do grupo, que leva um bom número de seguidores mesmo actuando num sector mais independente.

O último álbum dos Flatbush Zombies é a continuação da saga do grupo em explorar as novas sonoridades da sua geração e uma das boas surpresas de inicio de ano.

 


 

[J DILLA FEAT. NAS] “The Sickness (Prod. Madlib)”

Abril foi um mês cheio de Dilla. O espirito do produtor de Chicago esteve bastante presente no nosso dia-a-dia, tanto pelo seu tão aguardado álbum The Diary como pelo festival que o Rimas e Batidas lhe dedicou, que apontaram as nossas antenas novamente para o planeta Dilla neste ano em que se cumpriu a primeira década desde o seu precoce desaparecimento.

“The Sickness” foi um dos primeiros sons revelados pela Mass Appeal pertencentes a The Diary. O tema conta com uma produção insana de Madlib, num beat bem à medida de Dilladog que conta também com a participação de Nas. Infelizmente as imagens de J Dilla são rebuscada dos arquivos, bem como os temas do álbum que estavam guardados à mais de uma década, mas todo este som em torno da sua figura consegue soar tão fresco e actual que até parece que ele ainda está no meio de nós.

 


 

[WITH YOU. FEAT. VINCE STAPLES] “Ghost”

One more pill, might overdose”, este é de facto o mote para o tema estrado o ano passado que junta Vince Staples à crew de produção With You.. Uma faixa bastante trippy, com um vídeo a fazer lembrar o banido “Smack My Bitch Up” mas com uma dose maior de drogas. Em “Ghost” assumimos a pele de Vince enquanto passeia pelo caos de uma rave e pegamos em tudo o que houver ao dispor para consumir, testando o nosso corpo e a nossa sanidade até ao limite.

É um tema feito a pensar nas pistas, que abraça fortemente a musica electrónica de dança. Um registo não usual para Vince mas que consegue aqui aplicar um flow que fica a favorecer a integridade da faixa.

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