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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 11/12/2023

Uma semana de novidades audiovisuais nos terrenos do hip hop e electrónica pela mão de Gonçalo Oliveira.

7 Dias, 7 Vídeos

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 11/12/2023

Era digital, informação à velocidade da luz. Vídeos e músicas a soçobrar pelas plataformas virtuais. Novidades emaranhadas entre si, confusão sónica, sentidos desorientados. Quem nos guia? Por onde vamos? Para onde vamos?

7 Dias, 7 Vídeos é o resgate audiovisual semanal nos terrenos do hip hop e electrónica. Filtragem de qualidade, barreira contra a poeira que nos cega com tanto de novo, com tanto para espreitar e escutar.


[Venna] “Perfect Divide” feat. Marco Bernardis

Tinha apenas 21 anos quando arrecadou o primeiro GRAMMY pelo trabalho desempenhado em Twice As Tall, de Burna Boy, e hoje é um músico reputado cujos tentáculos cobrem uma alargada área dentro do espectro da cena urbana, sendo habitual vê-lo a ser elogiado pelos seus pares. Venna é um saxofonista e produtor inglês que integra o core da banda que acompanha Yussef Dayes na estrada e o seu nome tem vindo a surgir afixado em várias fichas técnicas de projectos emblemáticos conduzidos por gente tão distinta quanto Beyoncé, Knucks, Lord Apex, MIKE ou Navy Blue. Com uma bagagem deste calibre adquirida em tão poucos anos, é mais do que certo assumirmos que he’s out there a espalhar o seu som por todo o globo. Em jeito de vídeo-diário, Venna compila algumas das imagens que vão sendo captadas ao longo das suas viagens como forma de ilustrar o seu novo duplo single, a primeira mostra de música nova desde que se estreou em disco com Equinox, em Abril passado. A este “Perfect Divide” junta-se “Hizuki”, também ele com direito a uma peça visual para o YouTube onde, entre inúmeros destinos, podemos detectar uma passagem do artista inglês por Portugal.


[Benny The Butcher] “One Foot In” feat. Stove God Cooks

Com um pé dentro e outro fora, ou, se preferirem, entre os nomes já consagrados do game e aqueles cujo brilho ainda se encontra meio ofuscado. Depois de ter conseguido um feature de Lil Wayne em “Big Dog”, Benny The Butcher recebe agora o protegido de Roc Marciano, Stove God Cooks, neste “One Foot In”, mostrando que não baixa nunca a fasquia dos seus versos quando dá um pulo a uma “divisão” abaixo para contracenar com artistas menos mediáticos. Ambas as mais recentes faixas do MC que integra o pelotão da Griselda vão confluir num mesmo alinhamento em Janeiro de 2024: Everybody Can’t Go será selado no próximo mês pela icónica Def Jam Records e terá produções de The Alchemist ou Hit-Boy.


[Pharrell Williams] “Airplane Tickets” feat. Swae Lee & Rauw Alejandro

O que acontece quando se juntam num tema três indivíduos que possuem o toque de Midas? Só podem ser dourados os “Airplane Tickets” que fazem Pharrell Williams, Swae Lee e Rauw Alejandro levantarem neste voo de primeira classe que é o mais recente single assinado pelo super-produtor de Virginia Beach, que aqui adere à febre do reggaeton — e, diga-se, passa com distinção no teste da ginga latina. Ainda a carecer de confirmação por parte da equipa que representa Pharrell, os rumores apontam esta canção como sendo a terceira em jeito de antecipação de Phriends, que poderá ser o próximo trabalho a solo do homem que há um ano engendrou outras colaborações com amigos de peso — “Down In Atlanta” (com Travis Scott) e “Cash In Cash Out” (com Tyler, The Creator e 21 Savage).


[Jack Harlow & Dave] “Stop Giving Me Advice”

Em 2023 há gurus a cada esquina — ou a cada perfil de Instagram — prontos a dar conselhos (financeiros, amorosos, de carreira, etc.) não solicitados mas que, por vezes, o algoritmo faz questão de nos esfregar na cara. No caso de quem se passeia pelo mundo da fama, a coisa sobe de tom, pois são muitas mais as bocas a quererem opinar sobre a vida alheia. E basta-nos escutar apenas uns poucos dos versos que Jack Harlow e Dave debitam neste seu “Stop Giving Me Advice” para rapidamente percebermos que estes são dois rappers que dispensam qualquer tipo de tutorias, donos e senhores de uma muito forte veia artística direccionada para a escrita. O Lyrical Lemonade encurtou a distância que os separa e proporcionou este clash de titãs com diferentes sotaques de inglês, que tem tudo para figurar entre as colaborações mais memoráveis deste ano.


[AntsLive] “C’est La Vie”

A entrega, o flow, os jogos de palavras, o carisma…? Já nada nos espanta em AntsLive, newcomer que está a protagonizar um 2023 a todo o gás e a deixar-nos muito boas memórias. Só achamos estranho em como demorou tanto tempo a intitular uma faixa de “C’est La Vie”, já que o MC inglês é um confesso adepto da importação e utilização de expressões populares de outras línguas que não aquela que lhe é nativa. Mas veio em boa hora: quando o frio se instala nas nossas casas e o céu lá fora parece mais triste, o seu rap lúdico não falha em estampar-nos um sorriso no rosto e em lembrar-nos que, por vezes, o que mais vale mesmo é levar as coisas com um pouco menos de seriedade, apenas com a dose de compromisso necessária para não cruzar a linha do desleixo.


[Kenny Mason] “FACTS”

Quem cospe “FACTS” não merece castigo e, contra eles, não existem argumentos possíveis. Verdade absoluta é que Kenny Mason é um nome bem quente no actual tabuleiro do jogo do hip hop e, este ano, tem vindo a comprovar as credenciais que lhe têm sido depositadas através de um disco em nome próprio, 6, e de boas prestações em projectos de Paris Texas, Denzel Curry ou TOBi. A fechar as contas de 2023 em grande, só faltava um novo curta-duração, HIGHWAY 9, que nos fez chegar no decorrer da última semana e no qual este seu novo single se faz ladear de “PULP FICTION” e “OFF THE RIP”. Alguém o pára em 2024? Não cremos.


[Channel Tres] “Walked In The Room”

Tal como Kenny Mason, também Channel Tres tem estado em bom plano no decorrer do ano que está prestes a findar. Ajudou a ressuscitar o boogie no EP Real Cultural Shit, embarcou na nave cósmica de KAYTRANADA em Lover/Friend e ainda deu voz a uma das canções mais populares do mais recente longa-duração dos Jungle (em “I’ve Been In Love”, de Volcano). Novamente na companhia de um baixo pulsante e uma batida “redondamente quadrada”, o cantor e músico de Compton não mostra qualquer pudor em levar a sua dança avante e agarra-nos a uma malha de house music bem acidificada que faz querer rasgar t-shirts ao meio e exibir a penugem peitoral.

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