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Publicado a: 21/09/2015

7 Dias, 7 Vídeos

Publicado a: 21/09/2015

[FOTO] Direitos Reservados

Era digital, informação à velocidade da luz. Vídeos e músicas a soçobrar pelas plataformas virtuais. Novidades emaranhadas entre si, confusão sónica, sentidos desorientados. Quem nos guia? Por onde vamos? Para onde vamos?

7 Dias, 7 Vídeos é o resgate audiovisual semanal no terreno do hip hop. Filtragem de qualidade, barreira contra a poeira que nos cega com tanto novo, com tanto por onde espreitar e escutar.

 


 

 

[MAC MILLER] “Brand Name”

Depois de um inicio de carreira promissor, Mac Miller volta às edições com GO:OD AM, desta vez com o selo de uma major, a Warner Bros. À procura de uma afirmação em definitivo, escolheu uma receita onde assume completamente o papel principal do álbum apenas com uma pitada bem escolhida de convidados dos mais distintos cantos do panorama do hip hop: Ab-Soul, Lil B, Miguel, Chief Keef e até mesmo Little Dragon; diversidade em peso.

“Brand Name” foi o tema escolhido a editar em formato de vídeo para acompanhar o lançamento do álbum. Aqui temos um Mac Miller a assumir o seu nome como uma marca. Marca essa que o faz levantar todos os dias e meter mãos-à-obra porque a quer valorizar cada vez mais, pois, apesar de já se encontrar num patamar bastante agradável, a ambição de chegar ao topo vai crescendo de mão dada com a sua evolução. “I’m too high, you can’t reach me with the cellphone”, afirma-nos o próprio.

 


 

[QUELLE CHRIS] “Nothing Moves”

Nada se mexe. Apenas as mãos. Tal como podemos ler na própria descrição anexada no YouTube, esta vai dedicada aos que se expressam verdadeiramente através de rap hands, termo utilizado para definir os movimentos feitos com as mãos pelos MCs enquanto rimam ou até mesmo para os ouvintes mais efusivos que gesticulam a ouvir as suas jams favoritas. Rap abstracto que nos leva numa viagem pelas várias sinaléticas do hip hop, uma ginástica de dedos com posições diferentes para as mais variadas situações. Em todo o lado encontramos pessoas mais ou menos expressivas corporalmente, afinal de contas esta é também uma forma de comunicação e Quelle Chris presta aqui uma homenagem aos que ainda alimentam esta arte que, voltando novamente à descrição, define aqui como sendo o sexto e mais importante elemento do hip hop. Curioso.

 


 

[ODDISEE] Freestyle @ Tim Westwood’s Crib Session

Ainda no universo da Mello Music Group, Oddisee atravessa o Atlântico para participar em mais uma Crib Session organizada pelo grande impulsionador do hip hop, Tim Westwood.

O aclamado produtor e MC norte-americano surge-nos aqui coberto de um manto de beats chill out enquanto dá asas ao seu skill de debitar poesia, ele que até tem ganho grande parte do seu reconhecimento mais pelos seu dotes de beatmaker do que propriamente como rapper. Mas quem já segue o seu trabalho não encontra surpresas neste vídeo mas sim a confirmação do grande MC que se apresenta à nossa frente e que muito tem feito para revolucionar o boom bap.

 


 

[BJ THE CHICAGO KID FEAT. CHANCE THE RAPPER & BUDDY] “Church”

Uma das mais talentosas vozes do R&B contemporâneo dedica o segundo single do seu próximo álbum, In My Mind, às batalhas travadas com a sua consciência entre a salvação e o pecado. Com Chance The Rapper a surgir com grandes rimas e Buddy a acompanhar as pontes entre o refrão e os versos, falam-nos de um universo rodeado de belezas femininas onde a tentação pelo fruto proibido é grande dada a facilidade com que as mulheres retratadas os conduzem ao acto sexual. Admitem a vontade em deixarem-se seduzir mas ao mesmo tempo têm a noção de que algo se passa de errado com toda esta disponibilidade fácil e descartável e rapidamente chutam para canto, pois na manhã seguinte têm presença marcada na igreja. Um duplo sentido que joga tanto como desculpa e ao mesmo tempo como dever moral em ficar fora dos problemas que esse tipo de relacionamento casual pode gerar, tanto a eles como a elas. Nota positiva para o wordplay onde reinam as referências religiosas para dar ainda mais ênfase a todo este cenário.

A sonoridade do tema é toda ela muito bem conseguida e faz-nos lembrar de casos como D’Angelo em Voodoo. Uma estrela em ascensão que já tem colaborado com nomes de peso no panorama do hip hop e com uma voz que dá bem nas vistas, a deixar crescer água na boca para o projecto que aí se avizinha.

 


https://youtu.be/0v53_2eQ9zw

 

[JOHNNY POPCORN] “Love the Abuse”

Com denunciados traçados provenientes do rock, o projecto de Johnny Popcorn fala-nos de abusos e da sua respectiva dependência. Ao contrário da faixa acima, aqui o desejo sexual não é negado mas sim uma medida a ter sempre em conta. Um explorar da tentação e todo o vício que gira em torno dela. Chega mesmo a referir um amor maior do que aquele que sentimos por nós próprios ou até mesmo pela nossa própria mãe. Toda esta perspectiva cruzada com os riffs de guitarra dão a este tema uma direcção que alcança um nível quase de junkie, onde já pouco ou nada importa desde que a vontade carnal seja satisfeita e levada ao limite, ao ponto de chegar a ser quase uma trip que só se obtém através do sexo.

 


 

[MR KEY & GREENWOOD SHARPS FEAT. EDWARD SCISSORTONGUE] “All Rise”

Tema interventivo por parte deste trio inglês num vídeo que nos toca na consciência repleto de imagens da natureza que retrata o que nela existe de belo e todos os problemas que afectam essa beleza e a encaminham para a destruição. Palavras de socorro num mundo que vai perdendo cada vez mais a sua essência muito por causa de acções humanas.

Este é o terceiro single do álbum que junta Mr Key ao produtor Greenwood Sharps para a conceituada High Focus que tem sido das plataformas que mais qualidade revela na cena UK.

 


 

[LEE SCOTT] “Butter Tits (Prod. Dirty Dike)”

Mais uma paródia de Lee Scott neste quarto single do álbum Butter Fly, que trouxe com ele todo o ambiente de gozo que se vive no colectivo Cult Mountain mas a apostar forte em levar a conotação de rap cómico a diversos temas diferentes para tornar o projecto mais sólido sem que se torne repetitivo.

Aqui, o MC britânico eleva a fasquia e passa no exame do curso de R&B com nota máxima, para a disciplina a que se propôs. Dirty Dike orquestra todo o instrumental que nos leva a um planeta semelhante ao de Justin Timberlake no início da sua carreira a solo, por exemplo, mas em tom de brincadeira. Aliás, todo o conceito por detrás da música já foi explorado pelo próprio Timberlake há uns bons anos quando criou o tema “Dick in a Box” juntamente com os Lonely Island. Fala-nos de gajas e deixa-nos a soltar umas boas gargalhadas. Nota também para o próprio vídeo que vai buscar uma fragrância semelhante à utilizada no clipe acima mencionado. Não se trata claramente de plágio ou cópia mas é engraçado como os estereótipos pensados pelos artistas em ambos os temas coincidem quase na perfeição. E não é neste tipo de papel que nos queremos enquadrar, o que faz crer que falar neste tipo de tom acerca de mulheres na vida real não é assim tão cool quanto isso.

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