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Fotografia: Cláudio Ivan Fernandes
Publicado a: 11/05/2022

A segunda página desta belíssima história.

Como ser abraçado por um verso

Fotografia: Cláudio Ivan Fernandes
Publicado a: 11/05/2022

No passado dia 7 de Maio, o emblemático Teatro São Luiz acolheu uma série de concertos a respeito de mais uma edição do Festival 5L, um certame que se orgulha de celebrar a língua portuguesa e as suas expressões, propondo-se a celebrar simultaneamente a Língua, a Literatura, os Livros, as Livrarias e a Leitura.

Sendo a música uma das mais bonitas manifestações da língua, estava montado naquela noite um verdadeiro cartaz de luxo com nomes como Silly, EU.CLIDES, Tristany, TNT, Mazarin, Mynda Guevara e Selma Uamusse. E o que se sentiu em No princípio era o verso foi a forma mais pura de poesia.

Antes ainda de qualquer artista entrar em palco, a sala de espectáculos estava sob o efeito de uma atmosfera que chegava a ser mística, misturada com uma antecipação que se sentia desde as filas da frente ao topo da sala e à porta do fundo. E da maneira mais adequada possível para o sentimento vivido, foi dado o mote de início do espectáculo, com o sumiço das luzes e aparição súbita de vozes que pareciam vir das alturas; e vinham. Comandadas por uma maestrina, o coro localizado do lado esquerdo superior do teatro embalava cada um dos presentes em cânticos tão inebriantes, que decerto intimidariam as mais famosas tágides da literatura.

Depois deste momento saído de um conto de fadas, os primeiros a pisarem o palco frontal foram os Mazarin, a começar também eles numa nota alusiva ao fantástico, com sons idílicos e delicados. Prontamente, seguindo o fluxo de tudo o que a arte tem de mais belo, iniciou-se a mais bonita peça, em vários actos, com uma banda sonora privilegiada.

A harmonia entre a voz doce de Silly e EU.CLIDES com a intercalação do potente rap de TNT e Mynda Guevara, passando pela força da natureza que é Selma Uamusse, com os seus fortes cânticos e danças, e por Tristany, com a sua capacidade de transportar qualquer plateia para um plano que não o terrestre, levando qualquer um às lágrimas, serviram de tempestade perfeita para contar o mais bonito conto, sempre no embalo das melodias de Mazarin; mas com a assinatura de Rafael Correia (aka Sickonce) na direcção musical e curadoria de Rui Miguel Abreu, já se adivinhava o sucesso desta obra.

Saímos dali como quem fecha um livro que estava a gostar muito de ler e volta a si, regressando à realidade, porém ainda deslumbrado com a fantasia. Porque também a música é capaz disso, assim como a poesia e, quando ambos se juntam, ou melhor, a sua junção é tão notavelmente enaltecida, surgem eventos como este que tanto podem fazer (e fazem) pelo panorama cultural português.

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