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Publicado a: 17/10/2017

[Exclusivo] Doobies Vol.1 é a nova compilação de Dead End

Publicado a: 17/10/2017

[FOTO] Wilson Pereira [ARTWORK] Margarida Carriço

Depois de lançar o EP Love or When Universe Collide em Maio, Dead End está de volta com Doobies Vol.1, compilação que podem ouvir em exclusivo no SoundCloud do Rimas e Batidas.

Para os mais distraídos, Dead End é um dos produtores portugueses mais entusiasmantes do momento, juntando uma série de qualidades (destacamos o sound design das suas faixas ou a capacidade de criar autênticos bangers cinematográficos) que o tornam peça ímpar no panorama nacional. Flying Lotus, não estarás interessado em assiná-lo pela Brainfeeder? Fica a dica.

Em conversa com o ReB, Carlos Salgueiro desvenda, em quatro pontos, os caminhos para a sua música:

 



[A procura incessante de samples]

“Por norma, tenho o hábito de comprar e arranjar vinil, usado e antigo, em todo os sítios que possas imaginar. Quanto mais estranho for, melhor para mim, porque muitas vezes são esses discos que escondem samples preciosos e únicos. Além de ter o prazer de desfrutar de horas a fio da audição em formato vinil, costumo também usar o YouTube como recurso porque é uma biblioteca infindável de som. Estou neste momento a desenvolver o hábito de gravar os meus próprios samples através de pequenos barulhos e texturas de instrumentos do quotidiano para poder tornar a minha sonoridade mais rica, apesar de também usar muitas bibliotecas de foley de som para cinema.”

 

[O sample de Higher Brothers]

“Gosto muito de usar samples de música tradicional asiática e dos seus instrumentos singulares, apesar de não conseguir ter tanto acesso como gostaria à mesma. Depois gosto muito da música mais urbana que tem vindo do continente asiático como Howie Lee, Higher Brothers, Bohan Phoenix, DZA, Shinichi Osawa, Araatan, etc.. Também gosto de música de artistas com ascendência asiática mas que vivem fora como Onra, Shigeto, Nosaj Thing ou Tokimonsta. Acho que é um continente muito vasto, muito diversificado e com uma cultura musical muito rica e que deve ser tida em conta.”

 

[As diferenças entre Love or When Universe Collide e Doobies Vol.1]

“Por norma, os meus EPs têm um conceito que idealizo na minha cabeça e tento que esse conjunto de faixas funcione bem em separado, mas que faça sentido principalmente no seu conjunto. São projectos pensados à priori e é assim que os vou desenvolvendo. Neste caso, quis ter uma abordagem diferente. É um projecto lateral para ir lançando ao longo do tempo em vários volumes. São faixas que foram produzidas ao longo de um ano e que surgiram da experimentação e de horas de volta da produção, mas que não tiveram fim musical nenhum porque não se encaixavam ou porque eram meras divagações artísticas que eu achei que deveriam ver a luz do dia neste formato específico.”

 

[Como começar a construir uma música]

“Não existe só uma maneira de o fazer e depende um pouco do que estou a sentir no momento, mas por norma, como passo algum tempo a ouvir música e a samplar, o processo acaba por começar por aí. Tenho sessões em que junto montes de samples numa pasta e quando produzo já tenho logo à mão várias opções para explorar, que podem dar bom resultado ou não. Na construção musical, aí começo pelo kick e pelo snare, depois samples, bass, texturas, efeitos e por aí fora. Tenho trabalhado também muito o sound design das faixas para as tornar únicas e com uma sonoridade que quero alcançar. Obrigo-me a criar uma base completa e vou desconstruindo os beats a partir daí, desfazendo mesmo, por vezes, o que estava no inicio. Experimento twists diferentes que puxam os beats para outro lado, dou breaks no beat de uma certa maneira e simplesmente brinco com efeitos sobre samples. Penso que o meu som é uma constante evolução e o processo vai-se desenvolvendo e modificando consoante a necessidade e aquilo que quero transmitir.”

 


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