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Publicado a: 06/01/2016

3 razões para não perderem o disco de estreia de Ocean Wisdom

Publicado a: 06/01/2016

[TEXTO] Gonçalo Oliveira

 

Chaos 93 é não só o álbum de estreia de Ocean Wisdom como é também um dos mais aguardados lançamentos de hip hop britânico da nova escola. Apesar de o trabalho do rapper de Brighton ser ainda curto, as faixas e vídeos que se encontram disponíveis na internet mostram-nos um jovem com muito talento e apetite por microfone. O álbum já tem data marcada, 22 de Fevereiro, e está agora disponível a sua pré-venda para quem quiser começar a apoiar o trabalho de Ocean Wisdom.

Para os mais distraídos, este anúncio pode não parecer uma razão válida para o reconhecimento do jovem rapper. Como tal, vamos destacar aqui três momentos-chave de 2015 onde Ocean Wisdom merece toda a nossa atenção.

 


 

[OCEAN WISDOM] Exclusive Bars @ High Focus TV

Este foi o meu primeiro contacto com o rap de Ocean Wisdom. Até aqui tínhamos apenas algumas filmagens amadoras e faixas soltas por parte do jovem de Brighton, à excepção de Julho de 2014 onde o MC protagonizou um par de sessões exclusivas para a Soapbox e lançou também o seu primeiro videoclipe, “Walkin’“, que contava com a produção de Dirty Dike – ele que é o produtor que assina todos os beats de Chaos 93. Se até ao lançamento deste vídeo já havia quem o achasse impressionante, depois de o vermos a cuspir estas barras sobra-nos pouco espaço para dúvidas. Também este instrumental pertence a Dirty Dike, não tendo sido confirmado se os versos/beat farão parte do álbum. Seja como for, estes quase quatro minutos mostram-nos um rapper carregado de garra e emoções que se desdobra em flows electrizantes capaz de deixar qualquer um boquiaberto. De realçar toda a sua performance, que acontece na rua, sem reforços para segundas vozes, limpa, sem erros. É um trabalho de respiração e dicção cirúrgicos por parte do rapper.

 


 

[OCEAN WISDOM] “Splittin’ The Racket (Prod. Dirty Dike)”

Depois de nos ter dado o brinde anterior, juntamente com o anúncio de Chaos 93, Ocean Wisdom escolhe um dos temas do álbum para receber tratamento de vídeo e ser lançado como o primeiro single do projecto. Boom bap forte e feio daquele que nos faz esquecer Joey Bada$$ por instantes. Dirty Dike novamente a controlar os ritmos, desta vez com um instrumental mais clássico a merecer todo o tratamento possível digno de uma faixa que queira ser um hit. “Splittin’ The Racket” é um hit, dos grandes. Os detalhes da linha de baixo, os loops de breaks ainda repletos de pó e os sons do que parece ser uma guitarra perdida em efeitos e encontrada algures num vinil antigo. São elementos que poderiam ‘matar’ qualquer MC menos preparado numa faixa. Aqui é Ocean quem pega nas rédeas do beat e lhe indica as direcções e mudanças de intensidade. Um egotrip forte com um jogo de palavras muito interessante que combina na perfeição com a velocidade que consegue aplicar nas rimas.

 


 

[OCEAN WISDOM] “Ewok (Prod. Kidkanevil)”

Velocidade, técnica, mestria. E nada nos soa a mais do mesmo. Ocean Wisdom consegue pegar em qualquer instrumental e moldar o seu flow em torno das batidas que lhe são impostas. É versátil. Tanto podemos ouvi-lo em registos boom bap bem como a viajar por esse universo mais sombrio e electrónico do hip hop. A sua voz recebeu a educação do grime, que nos tem mostrado ao longo dos anos vários velocistas líricos provenientes do Reino Unido. Mas este não é um velocista qualquer. Para isso a velocidade não pode ser tudo. Há momentos em que se deve acelerar e outros em que se deve abrandar. Ocean Wisdom conjuga essas mudanças de velocidade com aquilo que tem para nos transmitir. Não coloca mais palavras do que as que são necessárias para que o tema seja ainda mais rápido. E isso dá-lhe mais um ponto importante, as mudanças de flow. Podemos ouvi-lo durante um tema inteiro sem que a sua voz se torne monótona. É como se a voz estivesse em constante improviso rítmico em cima do beat. É viciante.

“Ewok” é um tema solto a convite do produtor Kidkanevil que Ocean Wisdom escolheu para ganhar novos contornos sob a forma de vídeo onde o rapper veste a pele de um Sith que luta contra um Jedi. O lado das trevas parece estar presente também no instrumental que combina graves potentes com rudimentos de tarola que nos remetem para uma espécie de banda sonora de um ritual obscuro.

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