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Publicado a: 08/01/2016

19 icónicas fotografias curadas pelo Hip-Hop Photo Museum

Publicado a: 08/01/2016

[TEXTO] Joaquim Meireles [FOTO] Rachelle Clinton/Hip-Hop Photo Museum

 

A mercantilização do hip hop tem apagado contextos históricos e sociais dos quais emergiu a cultura. Foi assim que surgiu o Hip-Hop Photo Museum, com o intuito de preservar a função cultural do movimento. A fotografia desempenhou um papel muito importante, capturando a emoção e resistência das primeiras épocas em que o hip hop se fazia escutar nas ruas de Nova Iorque. Os fotógrafos têm uma grande responsabilidade artística pois conseguem dizer-nos coisas sem recorrer a palavras. Contam-nos histórias através de imagens, desde uma fotografia ou ilustração até à capa de um álbum. O Hip-Hop Photo Museum quer parabenizar todos os criativos que estão por detrás deste trabalho árduo e intemporal.

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, os fotógrafos valem um milhão.

Podem seguir o Hip-Hop Photo Museum através do Facebook, Instagram e Tumblr.

 


Muita gente pode não conhecer o Chi Modu, mas certamente está familiarizado com o seu trabalho devido às suas icônicas fotografias. Chi Modu é conhecido devido aos retratos e capas de álbuns que fotografou e criou durante os anos 90. Foi também director de fotografia da Source Magazine onde reproduziu algumas daquelas que são consideradas melhores capas de revistas de hip hop de sempre.

 

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Esta fotografia foi tirada no bairro social de Queensbridge Houses em 1994 durante o photo shoot do segundo álbum de Mobb Deep, The Infamous, onde se conseguiu capturar a essência de todo o álbum num só “click”. (©Chi Modu)

 

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Chi Modu fotografou este retrato em 1992 para o Enta da Stage dos Black Moon, considerado um clássico, geralmente referido nas listas dos melhores álbuns de hip hop de todos os tempos. (©Chi Modu)

 


Considerada a rainha da fotografia do hip hop, Marta Cooper é uma lenda viva que documentou os primórdios desta cultura global.

 

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Martha Cooper capturou Dondi White na missão Children of the Grave na estação de Brooklyn em 1980. Esta fotografia está imortalizada no livro Subway Art, adornando a capa da nova edição. (©Martha Cooper)

 

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Children of the Grave Part 3 de Dondi White, wholecar datado de 1980 em Nova Iorque, é sem dúvida a fotografia de graffiti mais famosa. Esta obra-prima representa a terceira parte da trilogia Children of the Grave. Toda a trilogia pode ser vista no livro Subway Art de Martha Cooper e Henry Chalfant. (©Marta Cooper)

 

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Kase 2, Dee 5 e Dez aka DJ Kay Slay são três proeminentes pioneiros do hip hop na vertente do graffiti. Martha Cooper fotografou-os durante a gravação do filme Style Wars, datado de 1983, produção dirigida por Tony Silver com a co-produção de Henry Chalfant, sendo uma das obras cinematográficas mais importantes da cultura do hip hop. (©Marta Cooper)

 


Conhecido como o homem que fotografou os bebés do hip hop, Joe Conzo estava no local certo, à hora certa e devidamente equipado para fazer as coisas acontecer. Retratou visualmente os vários eventos culturais, ainda numa fase embrionária, em discotecas locais, em escolas, em parques e em block parties. Sem as imagens deste lendário fotógrafo não teríamos noção de como foi a génese do hip hop nas ruas.

 

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Este retrato dos pioneiros Cold Crush Brothers foi captado no sul do Bronx em 1981. A cultura hip hop foi edificada no Bronx na década anterior, antes dos primeiros registos serem lançados comercialmente, sendo os Cold Crush Brothers um dos grupos mais importantes nesta estrutura. O colectivo nunca teve sucesso de vendas, mas as suas rotinas foram icónicas. Joe Conzo estudou na mesma escola do grupo, acabando por construírem laços entre si. Conzo tornou-se no fotógrafo do colectivo. (©Joe Conzo)

 

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Joe Conzo fotografou no Dixie Club, no sul de Bronx, em 1981, Kool DJ Red Alert (sentado), um dos primeiros protegidos de Afrika Bambaataa e o primeiro DJ oficial da Zulu Nation, e DJ Tony Tone, um dos DJs dos Cold Crush Brothers (o outro é Charlie Chase). (©Joe Conzo)

 

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Os Cold Crush Brothers pós-assinatura do contrato para o filme Wild Style com Charlie Ahearn no Dixie Club em 1981. O filme foi o primeiro filme de hip hop da história e é um ponto de referência obrigatório para quem quer conhecer a génese do movimento de trás para a frente. O documento respeita a cultura hip hop ao ilustrar a interligação entre todos os elementos: graffiti, DJing, MCing e breakdance. (©Joe Conzo)

 


Danny Hastings fotografou algumas das capas dos álbums  mais importantes da Golden Era, como Return Of The Boom Bap de KRS-One, The Sun Rises In The East de Jeru The Damaja, Livin’ Proof dos Group Home, Keepers Of The Funk de Lords Of The Underground , Jealous One’s Envy de Fat Joe, entre outras. O fotógrafo destacou-se pelo seu estilo inovador e extraordinário.

 

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Danny Hantings aproveitou uma igreja abandonada ao lado da Empire Management, empresa que geria o colectivo Gang Starr Foundation em 1994, para fotografar a capa Hard to Earn dos Gang Starr. A igreja encontrava-se deteriorada, o que não o impediu de restaurar a área do photo shoot e pintar o fundo de laranja. O resultado não podia ter sido melhor, dando origem à capa de um álbum de culto, obrigatório em qualquer coleção de discos. (©Danny Hastings)

 

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Enter the Wu-Tang (36 Chambers) é o primeiro álbum de estúdio dos Wu-Tang Clan, considerado um dos melhores álbuns de estreia de todos os tempos. Esta fotografia, que pertence ao photo shoot da capa, descreve o ambiente do álbum onde a criatividade e as personalidades teatrais das artes marciais se unem num só. (©Danny Hastings)

 


Rachelle Clinton é uma fotógrafa que foi predominante nas publicações de hip hop dos anos 90, como a Rap Pages ou The Source Magazine. Muitas vezes subestimada, tem várias fotografias influentes e intemporais, algumas delas a circular na internet sem que muita gente identifique a autoria.

Estas duas fotografias (abaixo), nunca antes publicadas, foram cedidas exclusivamente ao Hip-Hop Photo Museum por Rachelle Clinton. Documentam a gravação do álbum de Nas, Illmatic, que é indiscutivelmente um dos álbuns de hip hop mais influentes de sempre. (©Rachelle Clinton)

 

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Large Professor, DJ Premier e Nas.  (©Rachelle Clinton)

 

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Pete Rock e Nas. (©Rachelle Clinton)

 


 

Janette Beckman reproduziu com precisão alguns dos retratos mais emblemáticos da cultura hip hop, inclusive capas de álbuns e documentação indescritível.

As três seguintes fotografias têm um grande significado histórico porque representam a primeira vez que o hip hop veio conhecer a Europa, em 1982. Este marco simbólico foi um grande contributo para ajudar o movimento a expandir-se, tornando-se assim um fenómeno global até aos dias de hoje.

 

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Crazy Legs, da Rock Steady Crew, executa, nesta fotografia, alguns movimentos de breakdance numa pista de dança em Londres, reproduzindo a vertente da qual é um dos pioneiros. (©Janette Beckman)

 

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Nesta fotografia, também em Londres, encontram-se Shaheem, Grand Mixer DST e Godfather KC, pioneiros nas vertentes MCing e DJing. (©Janette Beckman)

 

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Os writers Futura 2000 e Dondi White tagam um caixote do lixo junto ao hotel onde estavam alojados em Londres, representando a vertente graffiti, da qual também são pioneiros. (©Janette Beckman)

 


Ernie Paniccioli está no top 3 dos melhores fotógrafos de todos os tempos com uma reputação incontornável. Citando o padrinho da cultura hip hop, Afrika Bambaataa, “Ernie Paniccioli is hip hop’s photo king.

 

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Public Enemy na imagem que embeleza a capa do álbum Apocalypse 91… The Enemy Strikes Black de 1991, registo certificado disco de platina. Obrigatório em qualquer colecção de discos, independentemente do estilo de música que se privilegia nos speakers de casa.

 

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Nesta foto podemos ver Chuck D (à esquerda) acompanhado de Khalid Abdul Muhammad, Brother Malachi e alguns membros da Nação do Islão em 1991.

 

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KRS-One e sua falecida esposa, Ms. Melodie, em 1989 no Marcus Garvey Park em Harlem.

 


Finalizo o artigo com uma fotografia de Sophie Bramly, fotógrafa lendária Francesa que nos anos 80 foi para Nova Iorque documentar a cultura hip hop.

 

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Sul de Bronx, 1982. Africa Bambaataa é o padrinho do hip hop e organizava festas onde toda a gente era convidada: DJs, MCs, writers e breakers. Kool Herc, com o capacete, é o pai do hip hop e Grand Mixer DXT era o melhor scratcher à época. O resto é história… (©Sophie Bramly)

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