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Publicado a: 27/06/2017

10 exemplos criativos de como o hip hop também se apoderou da moda dos lyric videos

Publicado a: 27/06/2017

[TEXTO] Gonçalo Oliveira [FOTO] Direitos Reservados

Os lyric videos são cada vez mais uma forma recorrente para os artistas angariarem visualizações. Mas de onde é que eles vieram? E a partir de que momento se tornaram numa peça chave para a indústria musical?

A ideia de um vídeo musical conter apenas frases e palavras era algo que não conseguiríamos imaginar possível até há bem pouco tempo. A cultura do videoclipe entranhou-se nos hábitos do consumidor de música, muito graças ao aparecimento da MTV e ao conceito que o histórico canal televisivo pretendia para a sua grelha de transmissão. E até faz algum sentido. Quem gostaria de estar sentado em frente a um televisor a observar um conteúdo que se assemelhava aos visuais presentes nos eventos de karaoke? Um fundo preto com as letras do tema a passear pelo ecrã não era, de todo, uma forma credível de entretenimento para um espectador de televisão. No entanto alguns artistas “venderam” a ideia de videoclipe com aquilo que podemos hoje considerar como exemplos pioneiros do conteúdo que hoje identificamos como lyric videos.

 



Muito antes do aparecimento do termo “videoclipe”, é na década de 1920 que surgem os primeiros pedaços audiovisuais produzidos em torno de um tema musical. Com o avanço das décadas, ideias como “música ilustrada” ou “clipe promocional” foram sendo usadas para sustentarem pequenos filmes em que as editoras apostavam para que a música dos seus artistas pudesse também ser “vista”. Alcançando o tão desejado aumento de popularidade de um tema, e consequente sucesso comercial.

Foi nessa fase que surgiu o vídeo promocional para “Subterranean Homesick Blues” de Bob Dylan, o primeiro “videoclipe” de sempre a apostar na letra da música enquanto foco principal para os nossos olhos. Embora os cartões que Dylan segura na sequência contenham apenas algumas das palavras da letra do tema, com vários erros propositados, a história dos lyric videos tinha acabado de dar os primeiros passos, corria o ano de 1965.

Já depois do nascimento da MTV, foram os R.E.M. a primeira banda de sempre a recorrer ao lyric vídeo num formato já mais próximo daquele a que nos habituámos a assistir nos últimos anos. O vídeo para “Fall On Me”, editado em 1986, contou com uma produção minimalista e deu o pontapé de saída para algo que hoje pode literalmente valer ouro. Prince não esperou muito tempo para seguir a tendência, e no ano seguinte estreava na televisão o teledisco para “Sign o’ the Times”. Um verdadeiro clássico na estética dos lyric videos.

 



Só em 1990 chegaria o terceiro caso, de uma forma totalmente inesperada. George Michael, devastado com a ideia de se estar a tornar num sex symbol e num ídolo para um público maioritariamente adolescente, tomou a iniciativa de não fazer campanhas de promoção para o seu segundo álbum a solo. Num mercado onde a música tinha obrigatoriamente de passar pela MTV para atingir o sucesso mundial, a Sony decidiu fazer o lyric vídeo mais simples de todos os tempos, face à insistência do cantor em não aparecer nos vídeos. “Praying For Time” gerou controvérsia, mas os canais televisivos não resistiram a colocá-lo em rotação durante largas semanas.

 



Aos poucos, o mundo da música preparava-se para a febre dos lyric videos com que nos deparamos nos dias de hoje. E foi exactamente um artista com fortes ligações ao hip hop que marcaria o início desta nova era na industria musical. Estávamos em 2010 quando CeeLo Green editou “Fuck You”, um tema que rapidamente viria a tornar-se viral sem que o artista o previsse. Era necessário direccionar todo aquele público para um só local, pelas visualizações e o respectivo lucro que com elas se pode obter. Na falta de tempo para que CeeLo conseguisse produzir um vídeo “a sério”, a equipa que trabalha com o artista apressou-se a editar aquele que viria a ser o primeiro grande lyric video desta nova geração.

Nunca a expressão “menos é mais” fez tanto sentido no segmento audiovisual da indústria musical. Para quê investir numa produção avantajada para todos os videoclipes se, em algumas situações, um baixo orçamento satisfaz perfeitamente as condições pretendidas pelo artista? É certamente esta a pergunta que as grandes editoras começaram a colocar em cima da mesa, na constante tentativa de reduzir custos e aumentar lucros. E a MTV surge novamente associada à “revolução”, tendo mesmo criado uma categoria dedicada aos lyric videos para a edição de 2014 dos seus VMAs. Com “Don’t Stop”, os 5 Seconds of Summer seriam os primeiros e únicos vencedores de sempre do prémio, que foi excluído da programação nas edições seguintes.

Mas nada impede que a febre dos lyric videos continue a fazer furor nas plataformas online. As roupas e a maquilhagem deram lugar à meticulosa estilização do tipo de letra escolhido. O cenário desapareceu e abriu-se uma nova porta para um vasto leque de animações digitais para acompanhar as palavras. O hip hop também abraçou esta nova moda e o Rimas e Batidas seleccionou 10 exemplos de vídeos criativos em torno das letras dos respectivos temas.

 


[A TRIBE CALLED QUEST] “We The People….”


[ELVIS COSTELLO & THE ROOTS] “Walk Us Uptown”


[EMINEM] “Phenomenal”


[JUSTIN TIMBERLAKE] “Suit & Tie” feat. Jay-Z


[CIARA] “I’m Out” feat. Nicki Minaj


[DESIIGNER] “Tiimmy Turner”


[BECK] “Wow”


[DIE ANTWOORD] “Love Drug”


[KYLE] “iSpy” feat. Lil’ Yachty


[RUN THE JEWELS] “Down” Feat. Joi

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