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Publicado a: 03/03/2016

10 DJ sets imperdíveis no Lisboa Dance Festival

Publicado a: 03/03/2016

[TEXTO] Martim Simões de Almeida

De ano para ano, os mais atentos têm vindo a observar o crescimento exponencial da cena electrónica em Portugal. Os nossos artistas estão cada vez mais activos no estrangeiro e, mês após mês, aumenta o número de internacionais a visitar-nos com actuações memoráveis em clubes, eventos e festivais de Norte a Sul. Portugal está na boca do mundo e é neste panorama que surge o Lisboa Dance Festival (LDF), iniciativa que muitos comentam aparecer em boa hora. Finalmente, um festival dedicado exclusivamente à música electrónica no coração da capital. Com um cartaz invejável que conta com mais de 50 artistas a ocuparem quatro salas do LX Factory, opções não vão faltar. Neste âmbito escolhemos os 10 DJ sets que não vão querer perder nos dias 4 e 5 de março (esta sexta-feira e sábado).


[10] Move D

Move D já anda nisto há uns anos. O primeiro álbum que lançou foi em 1992 com o projecto Deep Space Network. Este nome implica uma certa afinidade com ficção científica, que Move D já confessou em várias alturas e que se ouve perfeitamente nas suas produções para editoras como a Warp ou em colaborações com Pete Namlook. A sua vertente mutante de house music cruza melodias subtis e intergalácticas com ritmos hipnóticos e uma dose de soul inconfundível. E mais: este senhor possui uma técnica impecável derivada dos seus 30 anos de experiência atrás dos pratos. Actua sábado na Fábrica XL, das 00h30 à 1h30


[9] XDB

O alemão XDB, fundador da Metrolux Music, é DJ desde os anos 90 e já editou o seu trabalho na Wave Music de Francois K, Echochord, Dial Recordings, AIM e Dolly entre várias outras. Os seus sets são conhecidos por percorrer uma vasta gama de estilos, do house mais profundo e soulful ao techno mais cru e analógico. XDB descreve-se como um apaixonado pela música e realça que pouco mais interessa na carreira de um DJ. É esta convicção que nos move à sala NormaJean, sábado, entre as 22h30 e as 00h00.


[8] Prosumer

Achim Brandenburg é Prosumer, ex-residente do Panorama Bar, um dos pioneiros da mítica Playhouse e defensor eterno do eixo Detroit-Nova Iorque-Chicago. A sua música viu a luz do dia na Running Back, Get Physical, Mobilee, Hotflush, 240 Volt, Playhouse e Ostgut Ton e foram várias as colaborações com Sebo K. ou Murat Tepeli. A sua estética característica como DJ está à vista de todos na compilação Panoramabar 03. O seu gosto requintado e afinidade pelos clássicos sem nunca esquecer as sonoridades mais actuais tornam a sua actuação numa proposta imperdível, no entanto este facto apresenta um verdadeiro dilema para os apaixonados do house music, visto que toca no sábado, na Fábrica XL, das 22h30 à 00h00, no mesmo horário que XDB na sala Norma Jean.


[7] St. Joseph

David Joseph nasceu para a música ao descobrir o trabalho de Prince, Stevie Wonder, Michael Jackson o hip hop dos anos 1980 e toda uma panóplia de soul e funk. Nos anos 90 descobriu o techno, comprou um par de Technics e começou a coleccionar discos. Em 2011 lança o seu primeiro trabalho, ainda como David Joseph, na Lonesome Hero – um EP a meias com John Tejada. Neste mesmo ano adopta o nome de guerra St. Joseph e edita o Limitiert #14 na Platzhirsch Schallplatten. No ano seguinte inicia a relação que o traz ao Lisboa Dance Festival, ajuda a estabelecer o selo lisboeta Assemble Music com o seu EP Personal Dancefloor. St. Joseph actua no sábado, na sala NormaJean entre a 00h00 e a 1h30.


[6] Âme

A dupla composta por Kristian Beyer e Frank Wiedemann é certamente conhecida de quem comprou bilhete para o Lisboa Dance Festival, afinal de contas são cabeças de cartaz do dia 4, donos, juntamente com Dixon, da Innervisions, uma das editoras do momento, e responsáveis por um dos maiores hinos do techno do novo milénio, “Rej”, que passado 10 anos ainda suscita gritos eufóricos de qualquer pista. Os sets viajantes e profundos dos Âme oscilam entre o house e o techno mais elegante. Actuam sexta-feira na Fábrica XL das 2h00 às 4h00.


[5] S.A.M

O Lisboa Dance Festival marca a estreia do dinamarquês S.A.M em terras lusas. É um dos membros do projecto Mandar juntamente com Lazare Hoche e Malin Génie, dono do selo Delaphine, e mantém uma relação especial com uma das editoras mais interessantes do panorama nacional, a Pluie/Noir, a qual é responsável pela sua vinda ao LDF. A inteligência das suas produções traduz-se perfeitamente para os seus sets fluídos e hipnóticos. S.A.M actua sábado na sala NormaJean, das 18h30 às 19h30.


[4] Sven Vath

Palavras para quê? sejamos realistas: certamente que uma grande percentagem do público que comprou bilhete para o Lisboa Dance Festival foi com o intuito de ver a actuação de Sven Vath. “Papa Sven” é já íntimo do público português, de tal forma que dispensa apresentações. É uma das figuras mais emblemáticas e influentes da história do techno. Quem nunca o viu tem agora uma grande oportunidade de o fazer. Sven Vath toma conta da Fábrica XL, sábado, entre a 1h30 e as 4h00.


[3] Violet

Violet é sem dúvida uma das propostas mais aliciantes do Lisboa Dance Festival. Esta ex-participante da Red Bull Music Academy é cara metade de Honey num dos projectos mais fascinantes do hip hop tuga, as A.M.O.R, já editou na Cómeme de Matias Aguayo, é uma das mentes por trás da Rádio Quântica e a One Eyed Jacks, e a sua música serviu de musa para Donatella Versace. Honestamente, precisam de mais razões para ir ouvi-la no sábado, à sala BI+CA, entre a 01h10 e as 02h30?


[2] De Los Miedos

De Los Miedos é Sebastião Delerue, dono da Ostra Discos e pioneiro em Portugal de uma sonoridade que bebe de fontes distintas; da música étnica turca, às paisagens espaciais do krautrock, passando pelas basslines irresistíveis do funk e os ritmos orgânicos do disco primordial. Responsável por alguns dos edits mais interessantes dos últimos dois anos, a sonoridade única de De Los Miedos vai servir para abrir mentes e limpar paladares. Actua sexta-feira na sala NormaJean, entre as 21h30 e as 23h00.


[1] Vakula

Vakula (na foto) é o projecto musical do ucraniano Mikhaylo Yityuk. A a sua fusão única de jazz, funk, techno e música étnica ajudaram-no a estabelecer-se no palco mundial como uma das vozes mais peculiares e excepcionais da música de dança moderna. O seu trabalho suscitou o interesse de uma panóplia de editoras desde a Dekmantel ou a Archipel, mas é no próprio selo, Leleka, onde se sente mais à vontade. O seu último LP, A Voyage To Arcturus, é sem dúvida um dos álbuns de 2015 e os sets deste defensor do vinil são verdadeiras palestras na arte do ecletismo. Numa palavra: imperdível, na sexta-feira, das 23h00 à 1h00 na sala NormaJean.

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