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Publicado a: 28/05/2018

10 anos de Faca Monstro: “Inspirámos muita gente e motivámos produtores de quarto a mostrarem o que tinham fechado nos seus computadores”

Publicado a: 28/05/2018

[TEXTO] Gonçalo Oliveira [DESIGN] João Alves

O colectivo Faca Monstro está a comemorar o seu décimo aniversário. A celebração começou ontem, na Internet, com a edição de FACA MONSTRO MIXTAPE #10. No dia 2 de Junho, os produtores juntam-se no Café Au Lait para um live act e vários DJ sets.

O Rimas e Batidas esteve à conversa com Maze, que nos contou o que esteve por detrás da génese do grupo e fez um balanço destes primeiros 10 anos. “Inspirámos muita gente, motivámos produtores de quarto a mostrarem o que tinham fechado nos seus computadores”, explica o rapper dos Dealema, que “soltou” a sua veia de produtor precisamente no seio de Faca Monstro.

Maze assina como Spaced Out quando o assunto são as batidas e em 2012 estreou-se com o EP instrumental MICROMEGAS. Também Mundo Segundo, Inspector Mórbido (aka Fuse) e Expawn (aka Expeão) cruzaram o seu percurso com o de Faca Monstro, juntando-se a outros visionários da cidade do Porto como HHY, Ghuna X, Challenger, What ou Lynce.

FACA MONSTRO MIXTAPE #10 foi lançado através Bandcamp e conta com 25 batidas que primam pela inovação. Próximo destino: Café au Lait. A crew de beatmakers da Invicta volta a “casa” e, no dia 2 de Junho, há um live act de 1Way a adocicar a agenda de eventos a norte do país. Johnny Def (aka Galaktron), Challenger, DJ One Erection e DJ Lynce tomam conta dos decks na hora dos DJ sets.

 



Fala-me sobre o conceito de Faca Monstro. O que idealizaram em 2008 quando decidiram arrancar com este colectivo?

Faca Monstro começa quando o grupo de amigos, HHY, Spaced Out (Maze), Ghuna X, Expawn (Expeão), What e Lynce decide criar uma plataforma, em 2008 e ainda com o MySpace como principal rede de divulgação, para lançar as suas produções e dar espaço a muitos que se juntaram à tribo em sintonia com os nossos ambientes sinistros e pesados, que criavam o seu próprio universo e sonoridade, como o Vladstep, Batimal ou o Grime de St. Ovídeo. Todo o nosso imaginário de série b de terror, voodoo, sci-fi, gore, é inspirado no ambiente decadente e indigente, muito diferente da actual cidade gourmetizada, que se vivia na altura no Porto central e oriental. O objectivo não era apenas disponibilizar essas mixtapes mas sim devolvê-las às ruas da Invicta, onde começámos a fazer os ajuntamentos. Sincronizávamos algumas boomboxes sintonizadas na mesma frequência dum emissor de rádio, que transmitia a mixtape para todos que se quisessem juntar à festa. Era um sistema de som artesanal mas potente, íamos saltando de sítio em sítio e terminávamos com uma festa de lançamento no Café Au Lait, precisamente a casa onde vamos comemorar o décimo aniversário.

10 anos depois, como olhas para a sua evolução? Sentes que ajudou, de alguma forma, a inventar novas fórmulas dentro da cena beatmaking a norte do país?

Sem dúvida, tivemos períodos de maior e menor actividade porque também estávamos focados em muitos outros projectos, todos temos carreiras musicais nas mais diversas áreas, mas sinto que inicialmente inspirámos muita gente, motivámos produtores de quarto a mostrarem o que tinham fechado nos seus computadores, a explorar, evoluir e entrar nas mixtapes ou criarem as suas próprias plataformas.

Destas quase duas dezenas de lançamentos que constam no arquivo do Bandcamp, há algum que vos tenha marcado mais? Se tivesses de nomear um “Top 5 de faixas obrigatórias de Faca Monstro”, quais seriam as tuas recomendações?

É um arquivo desenvolvido com esforço de equipa, dividimos funções entre os produtores, ilustradores e DJs que trabalham em cada projecto que se torna marcante sempre de forma singular. Não consigo escolher 5 músicas, é um exercício muito difícil. Consigo destacar alguns dos lançamentos que mais me marcaram pessoalmente. Entre eles estão a Mixtape #4, que sinto que está bastante coesa e tem uma capa incrível do Kidness Bwoy, o EP de Çuta Kebab & Party editado em vinil com capa em papel de Kebab, Expeão – Maskhara (Reconstructed Versions) editado em CD, o meu EP enquanto Spaced Out, MICROMEGAS, porque marca a minha estreia como produtor e a Mixtape #1 pelas memórias do entusiasmo de estar a criar o Monstro!

Editaram ontem uma nova compilação — a décima mixtape Faca Monstro que serve também para assinalar os dez anos de existência do colectivo. Presumo que tenha sido fácil reunir todos estes artistas dada a importância da data. Há também caras novas a surgir no meio destes 25 temas?

Não foi assim tão fácil pois não conseguimos ter toda a gente que gostaríamos nesta mixtape comemorativa, faltam alguns nomes de peso da equipa. Mas a família cresceu muito ao longo desta década e essas caras novas que apareceram confirmam que não é só uma comemoração do caminho percorrido até aqui mas o apontar para o futuro com mais lançamentos.

O aniversário não vai passar apenas pela Internet e já reservaram o Café Au Lait para fazer a festa na noite de 2 de Junho. O que nos podes adiantar sobre esse evento?

Vamos celebrar esta Mixtape #10 e o 10º aniversário em família, com um live act do 1Way, actualmente sediado em Berlim, e DJ sets a cargo de alguns nomes do colectivo, como o veterano Johnny Def (aka Galaktron), Challenger, DJ One Erection e o habitual DJ Lynce. Vai certamente ser uma festa memorável que não vão querer perder.

 


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