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Uma capa inspirada numa fotografia da Princesa Diana logo a abrir. Sem polémica, só mar e mais mar. Outro tipo de realeza também. Um saxofone em segunda linha e um espaço aberto para se descobrir a outra voz. O Portugal da electrónica e outro mais perto da tradição e do berço. Uns olhos que sonham ou que deixam a sonhar (?).
[SZA] SOS
Cinco anos depois de Ctrl, SZA entrega-nos o seu sucessor, SOS. Finalmente. 23 novas faixas de uma das autoras mais singulares do r&b moderno com colaborações que vão do habitual parceiro Travis Scott a Phoebe Bridgers e produções que tanto têm Jay Versace (“Smoking on my Ex Pack”) e Rodney “Darkchild” Jenkins (em “Forgiveless”) a puxar o seu lado mais rapper ou Babyface (“Snooze”) a trazer uma versão mais clássica de um género que ajudou a revitalizar.
[Leland Whitty] Anyhow
Não é um membro original dos BADBADNOTGOOD, mas, nesta altura do campeonato, a ideia que dá é que sempre fez parte (surge creditado pela primeira vez em BBNG2, trabalho de 2012). Anyhow é o primeiro álbum a solo de Leland Whitty; este é o resultado de música pensada em momentos pós-criação de bandas sonoras, o que diz muito: aqui, o saxofonista é um compositor-produtor-realizador a projectar com eficácia as imagens que surgem na sua cabeça.
[MOUNT WESTMORE] SNOOP CUBE 40 $HORT
Bem, um supergrupo formado por Snoop Dogg, E-40, Too $hort e Ice Cube podia não estar na wishlist de muita gente, o que não quer dizer que não quiséssemos ouvir um disco feito por esse poderoso quarteto da Costa Oeste. Os rappers (todos já nos seus 50 anos) já se conhecem (e colaboram) desde a década de 90 e aqui aparecem com uma energia renovada para mostrar que não há uma idade certa para se fazer isto.
[ZZY] Photophobia
Uma entrevista do realizador João César Monteiro foi o dedo no gatilho para a formulação do conceito de Photophobia, o mais recente álbum de José Veiga, produtor mais conhecido por ZZY. Um espécie de Ensaio sobre a Cegueira em em forma de som em que o músico português se propõe a estimular a audição com um sound design altamente definido e textural.
[Júlia Reis] Ó Nossa
As irmãs Reis continuam a fazer das suas; depois de Maria exibir os seus dotes de forma individual em Chove na Sala, Água nos Olhos, A Flor da Urtiga e Benefício da Dúvida, agora é a vez de Júlia assumir a dianteira com Ó Nossa, projecto em que tudo é tocado e cantado pela própria, excepto os baixos (que ficam à responsabilidade de António Quintino). Mais de 15 minutos, algumas adaptações de canções populares e reflexões sobre maternidade: “Este disco foi imaginado e concebido entre os 5 e 25 meses da minha filha. A maternidade é muito mais difícil do que alguma vez eu pensei que pudesse ser. A solidão e a felicidade que a acompanham devolveram-me a vontade de cantar”.
[River Tiber] Dreaming Eyes
Os produtores de SZA, Drake, Kendrick Lamar e Young Thug mostraram, ao longo dos anos, um carinho especial pela música de River Tiber através do sampling. O multi-instrumentista do Canadá regressa aos discos em nome próprio com Dreaming Eyes, seis anos depois de lançar Indigo, não recorrendo a nenhum dos “tubarões” a que provavelmente teria acesso e exibindo as qualidades na composição que facilmente lhe reconhecemos de há cerca de uma década para cá.
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