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Publicado a: 22/05/2017

Roger Plexico sobre Where The Sidewalk Ends: “Começámos a achar que as músicas mereciam mais”

Publicado a: 22/05/2017

[ENTREVISTA] Rui Miguel Abreu [FOTO] Direitos Reservados

Where The Sidewalk Ends é o novo trabalho de Roger Plexico, a identidade escolhida por  Taseh e DJ SlimCutz para esta aventura em conjunto. Mais orgânico e ambicioso, o novo registo coloca, novamente, a personagem criada pelos membros da Monster Jinx em órbita por sítios abandonados em locais tão díspares como Estados Unidos da América, Japão ou Rússia.

O Fender Rhodes, o Juno 106, o Yamaha DX7 ou o Moog Voyager são algumas das “naves” que nos transportam para o universo sónico dos produtores, contando desta feita com a ajuda de Pedro Vasconcelos e Pedro Vidal, dois elementos cruciais para o passo em frente que Roger Plexico dá em Where The Sidewalk Ends. 

O sucessor de No Man’s Land já está disponível nos formatos digital e vinil e o Rimas e Batidas esteve à conversa com a dupla para perceber o processo que os trouxe até aqui:

 


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Mais um trabalho de Roger Plexico, mas com novidades técnicas desta vez: porque decidiram ter bateria real neste disco?

Este disco começa com uma recolha de samples de drum breaks que nos inspiraram a nível rítmico mas, a determinada altura, começámos a achar que as músicas mereciam mais. As melodias começaram a pedir mais variações e mais detalhe. É aqui que surge a ideia de convidar o Pedro Vasconcelos para num trabalho conjunto conseguirmos chegar ao resultado que pretendíamos. É um músico incrível com uma energia contagiante quando está com as baquetas.

Poderá este vosso envolvimento com músicos reais ser o primeiro passo para um dia no futuro Roger Plexico se transformar numa banda?

Banda, quarteto de cordas, orquestra. Esses sonhos existem, mas queremos dar um passo de cada vez. O envolvimento com outros músicos é sempre um evento catalisador, mesmo que não exista sequer um projecto em comum, há sempre algo a aprender: abordagens e processos diferentes só vão enriquecer o nosso trabalho. O Pedro Vasconcelos e o Pedro Vidal, com a gravação das baterias e a sua “lap steel”, são já um exemplo disso.

Quais são as vossas referências para este trabalho? Soa como a banda sonora de um filme perdido dos anos 80…

As bandas sonoras sempre foram uma referência. São infinitas as histórias que podem contar. A relação com os anos 80, tem muito a ver com a maquinaria de estúdio que usamos, que é praticamente toda dessa altura. Esperemos que seja uma característica que jogue a nosso favor.

Têm feito mais trabalho de produção para MCs? Ou novas remisturas?

Sim, temos estado envolvidos em vários projectos, seja como Roger Plexico ou a nível individual. É sempre bom quando acham que podemos acrescentar algo ao projecto de alguém. A par disto, continuamos a ser uma força-motriz nos projectos da Monster Jinx.

Como chegam aos locais que inspiram os títulos das vossas faixas e o que é que vos fascina neles?

É inerente à personagem do Roger Plexico esta relação com o tempo e com estes locais abandonados que já foram parques temáticos ou hotéis. Podem ser faróis desactivados ou cidades fantasma, sítios que, apesar de já quase nada restar deles, são um trigger para a nossa imaginação. Locais outrora vibrantes, que tiveram o seu momento na história, mas que são uma inspiração, pelo menos para nós.

Que trabalhos de outros produtores têm sentido que vos inspiram nos últimos tempos?

A inspiração é sempre bem-vinda, seja de onde for, às vezes até de produtores em que o estilo de música nada tem a ver com o que fazemos. Ouvimos tanta coisa que, hoje em dia, até fica difícil focar no trabalho de alguém ao ponto de dissecar toda a magia que para lá vai e absorver toda a dedicação envolvida no processo. Nos últimos tempos, ouvimos desde library music dos 70s, a Thundercat e toda a Brainfeeder, Knowledge e a Stones Throw, ou, por exemplo, BadBadNotGood. Assim como é impossível ouvir um álbum do Kendrick Lamar e não nos deixarmos inspirar, seja pelos versos, pelas melodias ou pelas texturas.

Que mais se pode esperar de Roger Plexico no futuro próximo?

Estamos desde o ano passado a preparar um álbum a pensar em pessoas com as quais gostávamos de colaborar. Vai ser um processo de trabalho totalmente novo, não o queremos apressar. Certamente irão acontecer coisas novas como remisturas ou um EP, músicas em projectos da Monster Jinx, nunca sabemos bem. O certo é que todos os dias são dias de trabalho e o nosso foco está sempre na música que iremos lançar.

 


https://www.youtube.com/watch?v=HRhuVR3hC-A&list=PLPF7zSE-PLmwel-t6UmgaE65pyieyGDZu

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