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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 17/03/2021

Novos actores, novas abordagens e novas linguagens.

Phil Freeman assina Ugly Beauty, novo livro sobre o jazz no século XXI

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 17/03/2021

Phil Freeman, crítico, investigador e mentor da Burning Ambulance, um site e podcast existentes desde 2010 que agora também é selo editorial, prepara-se para lançar em Janeiro próximo o livro Ugly Beauty – Jazz in the 21st Century, através da Zer0 Books.

“O livro concentra-se na cena americana, mas existem secções que se debruçam sobre músicos do Reino Unido e da África do Sul”, começa por nos explicar o autor, numa troca de e-mails. “Eu estou de alguma forma familiarizado com certas cenas de jazz europeias, particularmente Portugal e países nórdicos (Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia), mas acho que a cena europeia tem a sua própria cena especial que tem valor para uma abordagem separada por outros escritores que estejam mais dentro do assunto”, justifica.

Num momento em que o jazz parece atrair novas audiências e renovar atenções por parte dos meios de comunicação, facto que se poderá atribuir ao trabalho de uma nova geração de artistas menos interessados em abordagens dogmáticas e mais apostados em testar os limites do género quando procuram cruzamentos com outras linguagens musicais e até quando introduzem novas ferramentas nessa prática, um olhar como o que Philip Freeman propõe reveste-se de redobrado interesse.

“Isso é algo com o qual lido de forma extensiva no livro, discutindo, por exemplo, a mistura de jazz com música electrónica do Shabaka Hutchings nos The Comet Is Coming, ou falando com músicos mais novos (com menos de 40 anos) sobre se sentirem tão ligados ao hip hop como ao jazz e combinarem estes dois conceitos musicais num só”, concorda o autor. “Pessoalmente, eu acho que é uma coisa boa, desde que a música seja boa, e é — muito melhor do que nos anos 90, quando os músicos de jazz traziam um rapper ou um DJ para tentar enxertar ou transplantar hip hop para dentro da sua música. Raramente resultou, mas agora tens músicos que cresceram a respirar hip hop e que tomaram a decisão consciente de ir para o jazz, em vez de fazerem o contrário. Também fico feliz porque os músicos de jazz mais novos parecem estar a abraçar o seu papel de ‘entertainers‘, demonstrando um estilo visual cativante e fazendo concertos que são capazes de atrair jovens. Até um veterano como o Branford Marsalis entende isto; ele uma vez disse-me que existe uma razão para as pessoas dizerem que vão ‘ver uma banda tocar’. Shabaka, Kamasi Washington e Christian Scott aTunde Adjuah — estes perfomers dão-nos um espectáculo, e o público (e os jornalistas) respondem”, confirma Freeman.

Escrito sobretudo durante o confinamento, Ugly Beauty condensa alguns anos de trabalho de Philip Freeman. “Algum dum material deste livro já tem alguns anos, sim”, confirma o homem do lema da Burning Ambulance. “Algumas das cosias são adaptadas de peças que escrevi para as revistas Wire e DownBeat ou para publicações online como a Stereogum e o meu site Burning Ambulance, mas existem várias secções que contém entrevistas novas”.

O autor levanta igualmente o véu sobre a organização de Ugly Beauty: “O livro está estruturado como uma série de perfis/ensaios curtos sobre 40 artistas, alguns deles destacados individualmente, outros em pares ou em grupos em que vejo ligações entre eles. A maior parte desses perfis/ensaios começa com uma descrição de uma performance que tenha visto do artista, depois analiso o seu trabalho e incluo declarações sempre que se justifica. O livro está dividido em cinco secções, cada uma com uma pequena introdução a explicar o seu tema principal. Estas secções falam de músicos tradicionais; vanguardistas que estão a levar o som para a música clássica e para a música de câmara; os chamados músicos de jazz espiritual; cinco trompetistas que eu penso que representam o futuro; e artistas que têm uma abordagem punk rock no seu trabalho. Mas existem conexões de secção para secção também. Eu digo na introdução que isto não é uma enciclopédia — é mais uma colecção de postais, reunidos durante mais de uma década (e eu escrevo sobre jazz desde 1996, por isso poderia ter ido ainda mais longe)”.

O livro Ugly Beauty – Jazz in the 21st Century será editado no próximo dia 28 de Janeiro, mas já está disponível em pré-venda.


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