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Publicado a: 12/12/2017

Mute celebra quatro décadas de pioneirismo com novo livro

Publicado a: 12/12/2017

[TEXTO] Rui Miguel Abreu [FOTO] Direitos Reservados

Mute: A Visual Document é o título de um novo livro lançado pela Thames & Hudson que pretende celebrar quatro décadas de uma incrível história dedicada à música. O livro, que tem por subtítulo From 1978 to Tomorrow, é assinado por Terry Burrows e por Daniel Miller, o homem que em 1978 fundou a etiqueta que se estreou a editar o seu próprio projecto, The Normal, a identidade por trás dos clássicos “T.V.O.D.” (que mereceu versão dos portugueses Ghost Hunt) e “Warm Leatherette”.

A Mute tem um lugar muito especial na história da música electrónica tendo ao longo destas quatro décadas erguido um importantíssimo catálogo com obras de nomes como Fad Gadget, Depeche Mode, Erasure, Goldfrapp, New Order, Nitzer Ebb ou Yazoo, para citar apenas alguns dos mais relevantes exemplos.

O livro tem, como seria de esperar tratando-se da história de uma etiqueta tão rica visualmente como a Mute, extraordinário design assinado por Daniel Streat da Visual Fields: o material é impresso em material de qualidade e o rigor da paginação ecoa a própria estética electrónica que sempre orientou a editora, com uma certa austeridade a dominar a orientação visual do livro.

Claro que há por aqui uma tonelada de informação que interessará não apenas aos fãs de sempre da editora como a qualquer pessoa que queira investigar a história da música electrónica. O livro divide-se em diferentes capítulos que cobrem importantes fases da história da Mute: “1978-1979 – ‘Warm Leatherette’ and Letraset”; “1980-1982 – Taking the Charts”; 21983-1989 – The Other Side of Mute”; “1990-1999 – ‘Spreading the news around the world’”, “2000 > – Into Tomorrow” a que se adiciona ainda um “album and singles Catalogue” e os habituais créditos para todo o abundante material gráfico e fotográfico.

 


História da Mute em novo e incrível livro!

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Este é, nitidamente, um coffee table book com incrível material que convida os nossos olhos a perderem-se num impressionante acervo visual que conta quatro anos de história: fotos de artistas e capas de discos, claro, mas também fotos de masters, cartazes e flyers, anotações, maquetes de capas de discos. E, ainda que o material visual seja a parte de leão do livro, Mute: A Visual Document contém ainda importantes reflexões escritas que ajudam a enquadrar a brilhante história da editora.

“Eu vi a música electrónica como sendo mais punk do que o punk”, diz, em jeito de epígrafe, o próprio Daniel Miller, “não era preciso aprender acordes, bastante carregar num botão no teclado e sons muito interessantes eram gerados”. Na verdade, Miller possuía uma visão que lhe permitiu navegar as águas mais experimentais e exploratórias da electrónica e, ao mesmo tempo, aproximar-se da esfera da pop inventando uma nova linguagem para o futuro com a sua aposta em bandas como os Depeche Mode ou Erasure e Yazoo. Do topo das tabelas aos mergulhos nos abismos da techno, Daniel Miller não deixou nada para explorar conseguindo a proeza de manter a Mute como uma das mais relevantes editoras do presente – só este ano editaram trabalhos de Ben Frost, Liars, New Order ou Goldfrapp, entre outros, equilibrando no catálogo a electrónica e o rock mais desafiante de estetas como os Swans ou Nick Cave. É obra. Que agora se imortaliza em livro.

 


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