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Publicado a: 17/04/2017

O Abril de Holly: o EP Yakamoz e a tour pela África do Sul

Publicado a: 17/04/2017

[FOTOS] Direitos Reservados

O mês de Abril ainda vai a meio, mas estas duas semanas já foram suficientes para Holly deixar mais pegadas na rápida e intensa caminhada que é a sua carreira enquanto jovem produtor e DJ. Depois de passar pela Austrália e fazer datas na China, Índia, Hungria e nos Estados Unidos da América, o músico das Caldas da Rainha fez uma digressão pela África do Sul, em conjunto com Chee, e carimbou mais um continente no passaporte.

Além disso, acaba de editar, novamente, pela editora Buygore, o EP de sete faixas Yakamoz. O produtor já tinha dito, em entrevista ao Rimas e Batidas em Março, a razão por que escolheu este nome para o disco: “É uma palavra de origem turca que representa a imagem do reflexo do luar no mar. Conheci a palavra há umas semanas e achei que servia como uma boa metáfora para me exprimir quanto àquilo que sinto face à minha vida actualmente. Não tenho nenhum conceito ou sonoridade específica para este EP, nunca o precisei para lançar e fazer a minha música. Simplesmente são faixas que decidi juntar e compilar num novo projecto para a Buygore.”

O EP tem participações de YDG, Atik, Blaqout, TWERL, Ecraze e Duskus. Holly disse na mesma entrevista que, apesar de lançar constantemente trabalhos e estar em tour, tem muitos projectos para concretizar e ainda não pensa na hipótese de preparar um álbum. “Ainda não fiz nada do que ambiciono, sendo que isto tudo se acaba por se relacionar com esta metáfora da bela imagem de um luar no mar aka Yakamoz. Isto é: nunca tomar nada por garantido porque não sabes se todos os dias há luar; quando há, sente-te grato porque podes ter essa experiência mas ambiciona sempre por uma utopia superior em tudo o que faças. Ambiciona por um luar com estrelas, por exemplo [risos].”

A propósito da digressão e do novo trabalho, publicamos fotografias da viagem de Holly pela África do Sul e uma descrição faixa a faixa do próprio artista sobre o seu novo projecto.

 


1


“Aqui estou a tocar em Pretória na primeira data da tour. A primeira data numa série de shows num país novo é sempre um grande misto de sensações e pensamentos para mim. É aqui que temos o primeiro contacto com a cultura, que fico a pensar no que se vai passar nos próximos dias, que conheço os primeiros locals, que sentes as primeiras energias do pessoal que te rodeia e em que dou por mim a pensar ‘estarei no meu quarto nas Caldas a sonhar ou será que estou mesmo a tocar num país novo?’ Às vezes é tudo muito surreal para mim.”

 


[FAIXA] “Who R U”

“Quando comecei a fazer este EP tinha aqui quatro ou cinco esboços de faixas que adorava e estava indeciso em qual delas usar para o projecto. Acabei por pensar ‘porque não juntá-las todas num só som?’ e foi isto que aconteceu.”

 


2


“Nesta foto estou eu e o Chee. Conheci o Chee pelo SoundCloud há alguns meses e começámos a produzir alguns beats em conjunto através da Internet. Houve um dia em que tivemos a ideia de fazer uma tour em conjunto pela África do Sul, sendo que ambos temos uma visão artística e musical semelhante, assim como já editámos nas mesmas editoras. Devo-lhe muito o facto de toda esta experiência ter acontecido, mas ainda lhe devo mais por todos os momentos e conversas que acabámos por ter ao longo destes dias a tocar pela África do Sul, que acabaram por transformar esta relação virtual numa amizade na vida real.”

 


[FAIXA] “Ghostlly” (feat. Atik)

“Atik é um produtor grego do qual sou grande fã, e já andava a tentar falar com ele hà uns meses para fazermos algo em conjunto. Quando finalmente consegui contactá-lo, descobri que o mesmo se passava da parte dele, e que queria fazer algo comigo também. Este foi o resultado das nossas experiências, sendo que o nome da faixa é a junção de ‘Ghost’, que representa um pouco o branding do Atik com o meu nome artístico.”

 


3


“Esta foto foi tirada no meu gig em Joanesburgo! Ainda me lembro deste momento: aqui estava a passar um mashup do ‘All I Do Is Win’ com o “Hold On” de Sub Focus e Rusko, e esta é aquela parte da faixa em que tens a voz a dizer ‘everybody hands goooo up’. Neste momento só me lembro de ver o flash da câmara do fotógrafo da festa e ficar a pensar “damn isto deve ter dado uma boa foto, mal posso esperar para ver” [risos].

 


[FAIXA] “Hellfire” (feat. Blaqout)

“Ouço esta faixa e só penso em como poderia ser a banda sonora para um fogo no Inferno. ‘Hellfire’ é o nome da terceira faixa do EP com o produtor Blaqout, dos Estados Unidos da América.”

 


4


“Em Pretória ainda conheci algumas partes da cidade, e visitei o Union Buildings, edifício onde é a sede do presidente da república da África do Sul e onde está um dos vários memoriais a Nelson Mandela espalhados pela cidade. Para além da experiência brutal que foi tocar na África do Sul, estar em contacto com a cultura e perceber o impacto que certas épocas históricas (como o apartheid) têm na actualidade acabam por ser das experiências mais enriquecedoras e marcantes que podemos extrair destas viagens.”

 


[FAIXA] “Take” (feat. Duskus)

“Nem sei como é que esta faixa acabou por sair, sendo que o músico londrino Duskus perdeu cerca de três vezes as pistas deste som e atravessou vários writings blocks neste processo todo. Chamámos ‘Take’ ao som porque ao fim de algum tempo o que eu mais dizia ao Duskus era ‘Take your time take your time'” [risos].

 


5


“Acho que sou das pessoas que conheço que fico mais “anhado” nas fotos de press [risos]. Aqui estou eu com o centro da cidade de Pretória no meu background, numa que é das minhas fotos favoritas desta viagem.”

 


[FAIXA] “Crazy Binz” (feat. ECRAZE)

“A quinta faixa do EP chama-se ‘Crazy Binz’ e fiz em colaboração com o ECRAZE, francês que passa a maior parte da vida a produzir dubstep mas que aceitou o desafio de fazer algo fora da nossa zona de conforto nesta paisagem.”

 


6


“A Cidade do Cabo é uma cidade surreal. Seja em que parte da cidade estejas, tens sempre montanhas inigualáveis à tua volta, sendo que acabas por te sentir como se estivesses numa cidade virtual desenhada por algum designer de paisagens da Konami. Consegui perceber aqui as utopias e histórias míticas que ouvimos do Vasco da Gama na época dos Descobrimentos a passar o Cabo das Tormentas, sendo que durante a noite estes relevos montanhosos só nos remetem a seres e monstros terríveis. É também considerada uma das dez cidades mais belas do mundo e, apesar de sentir que cada cidade é incomparável, consegui entender o significado dessa classificação nos dias que aqui estive.”

 


[FAIXA] “Fortify” (feat. TWERL)

“Impossível não negar que tanto eu como os TWERL fomos influenciados ao fazer esta faixa por toda a cena halftime que nomes como Alix Perez, EPROM, Ivy Lab, Fracture, Sam Binga, Bleep Bloop ou G Jones, entre outros, têm vindo a explorar nos últimos anos. ‘Fortify’ é a faixa seis deste EP!”

 


7


“Esta deve ser a última foto que tenho na África do Sul e também a foto mais “choramingas” deste artigo [risos]. Aqui estou eu e o Chee a despedirmos-nos de uma forma bastante romântica à beira mar da Cidade do Cabo, neste que foi o nosso último momento juntos depois destes dez dias a viajar e a tocar à volta da África do Sul. Sniff Sniff!”

 


[FAIXA] “No Name On This Track” (feat. YDG)

“Por norma, quando acabo um som, o nome que dou à faixa é sempre um sentimento, estado de espírito ou qualquer outra coisa que esteja a acontecer naquele momento relacionada com a minha vida. Quando acabei esta faixa com o YDG, estávamos ambos sem qualquer ideia e noção sobre o que nos rodeava naquele instante e sobre o nome que poderíamos chamar ao som, sendo que acabou por ficar ‘No Name On This Track'”.

 


8


“No regresso a Portugal ainda tive uma escala de 24 horas no Dubai, onde acabei por explorar um bocado e conhecer melhor este ‘perfeito oásis artificial’ do século XXI. Obrigado a todos os que estiveram aqui a ver um pouco desta minha viagem! See you soon.”

 


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