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Pôr a vida deles na televisão mais próxima

[TEXTO] André C. Santos [FOTO] Bernardo Lima Infante

A realidade do bairro social raramente é retratada em TV, a não ser que haja um assassinato, um tiroteio ou qualquer outra situação parecida. Isto direcciona automaticamente a percepção das massas em relação a bairros sociais, neste caso o de Vialonga. Sendo a TV uma das maiores armas de informação e propaganda, deveria ter um papel mais equilibrado na divulgação de informação, retratar a realidade e não só parte dessa mesma realidade.

Neste caso, a RTP2 e o programa Cinemax Curtas investem em diversos documentários sobre artes relacionados com problemas sociais, raciais, entre outros, mas pouco se vê sobre hip hop ou o bairro social. O simples facto de termos conseguido pôr um documentário que retrata um bairro e um grupo de hip hop acho que é uma vitória para todos!

O hip hop ganhou muita força em Portugal nos últimos 8 anos e arrisco a dizer que o Pratica(mente) do Sam The Kid foi a catapulta final para todo este fenómeno crescente.

Documentários como estes são importantes para que os mais distraídos e desentendidos percebam que o hip hop é muito mais que mandar umas barras sobre mulheres, carros e todos esses assuntos em que muitos desses rappers estão simplesmente a encarar uma personagem, tal e qual como um actor; no caso dos Wet Bed Gang, há uma historia por detrás que praticamente era desconhecida, uma história real que sustenta toda esta dedicação insana destes rapazes. Acredito piamente que existem muito mais rappers que tenham as suas motivações e convicções bem sustentadas e fortes para fazer do hip hop a sua vida. Ter feito este documentário foi toda uma descoberta constante! Desde que o Fabrizzy (irmão do Rossi ) falou comigo para podermos fazer algo a homenagear o Rossi e, de repente, sem nos apercebermos, 3 anos depois nasce um documentário – isto acontece após um convite do Gson para filmar um concerto. A partir daí tudo se montou naturalmente.

Sei que não vou agora iniciar nenhuma revolução e as pessoas vão desatar a fazer documentários a torto e a direito, mas era bom que houvesse mais espaço em TV para este tipo de temática. Não fazer do hip hop uma moda, mas sim um modo de expressão.

 


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