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Publicado a: 12/08/2016

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review trim

 

[TEXTO] Amorim Abiassi Ferreira 

Trim está um passo ao lado do movimento grime. Sempre com o cuidado em trabalhar com produtores que ofereçam-lhe sonoridades fora do habitual, o MC já acumula 10 mixtapes de experiência. Conheceu James Blake através de um remix poderoso à “Confidence Boost” e mantiveram-se em contacto. Agora, o dinossauro ligou ao artista e convocou-o a mostrar a sua habilidade em músicas produzidas por alguns produtores com sonoridade electrónica mais ecléctica do Reino Unido: Airhead, Happa, Bullion, Boothroyd, Dan Foat e Klaus.

 



O nome de produtor mais fácil de reconhecer aqui é o de James Blake. No entanto, a música “RPG” é das mais fracas do conjunto. A voz em repetição constante acompanhada de uma fraca progressão instrumental resulta numa das músicas mais irritantes do projecto. O álbum ganha força em “Before I Lied”, produzido por Happa, com um beat uivante onde Trim demonstra toda a sua destreza.  Ainda temos outros momentos interessantes: o minimalismo de “Man Like Me”, a influência jamaicana de “Waco”, as guitarras de “White Room” e a mistura curiosa de sonoridades de “13th Apostle”.

O minimalismo representa, aliás, uma atitude contínua ao longo de todas as produções. Chega a ser complicado separar as músicas umas das outras, já que elas exploram pormenores muito parecidos. Este disco teria beneficiado de um produtor executivo mais activo, para se certificar de que todas as partes intervenientes não se atropelassem tanto criativamente. A prestação de Trim é o elemento mais forte deste projecto, mesmo que ele em entrevista à Complex, alegue ter simplificado as letras para tentar ter impacto num público maior. É um álbum interessante para experienciar? Sim. Não sei é até que ponto tem substância suficiente para torná-lo num álbum a voltar a visitar.

 


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