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Publicado a: 08/10/2015

T&C/AVNP&NMTC: Apontamentos por NERVE IV

Publicado a: 08/10/2015

[TEXTO/ARTWORK] Tiago ‘NERVE’ Gonçalves

RELER: [O Plano Inicial] | [A Primeira Recolha de Instrumentos & Redefinição (Parte I)] | [Redefinição (Parte II) & A Segunda Recolha de Instrumentos]

 


[O SUBTÍTULO “AVNP&NMTC”]

Ainda no final de 2012, antes de gravar mas já com o novo alinhamento praticamente fechado, tornou-se claro que a componente mais negativa e pessimista já tinha consumido demasiado tempo do álbum (cerca de metade das faixas) e era agora demasiado notória para não ser referida no título ou num subtítulo. Não podia deixar de ser “Trabalho & Conhaque”, porque fazia sentido com a linha condutora já reestruturada, mas não podia ser só isso. Numa das novas letras, que ainda não tinha título, havia uma rima bem negativa (“Eu esclareço esta como se esclarece a uma criança: a vida não presta e ninguém merece a tua confiança”) que retratava na perfeição o desconforto que eu queria transmitir no subtítulo do disco. Peguei no segundo verso dessa rima (“a vida não presta & ninguém merece a tua confiança”) e utilizei-o como subtítulo do álbum. Na versão final dessa letra, essa rima é então utilizada como refrão. E a música, que até então ainda não tinha título, foi baptizada como “Subtítulo”.

Já que há muito se tinha abandonado quaisquer ideias de seguir uma onda polida e de relativa “fácil digestão”, decidi que o subtítulo do álbum tinha de ser gigante, como que um protesto contra o próprio disco, como se tivesse tido um ataque de tourettes ao registar o título. Demasiadas palavras para uma só linha.

 



Pode encontrar-se uma referência no filme Dr. Strangelove, cujo título completo é Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb. Não revelo esta referência de dedo mindinho empinado… eu nunca vi o filme completo, só gostei do título e sei que isso me influenciou de alguma forma. No entanto, não é que nunca tenha lançado um álbum com um título gigante.

 

[PARTICIPAÇÕES]

Até fins de 2011, inícios de 2012, estavam previstas algumas participações no álbum. Algumas chegaram a ser gravadas. Oiça-se a faixa “Acena” do álbum Frankie Dilúvio Vol. 1 do Blasph, que numa fase inicial seria para o “Trabalho e Conhaque”. No entanto, com o passar do tempo, e tendo perdido completamente a noção de quando ia sair o disco, a ideia de ter participações dissipou-se naturalmente. Um processo contínuo de preservação e actualização de letras antigas era um esforço para o qual eu estava disponível, mas não podia pedir o mesmo compromisso a alguém “exterior” ao disco. Ninguém gosta de escrever um verso que pode vir a ser editado só três ou quatro anos depois. Com a evolução do disco, que acabou por ser na sua maioria egocêntrico, pessimista e individualista, acabou por fazer ainda mais sentido não ter participações.

 

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