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Publicado a: 26/04/2017

Slug Beetle: “Este registo é mais experimental no sentido técnico”

Publicado a: 26/04/2017

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTO] Direitos Reservados

Timelapses and Other Fables é o novo álbum de Slug Beetle, pseudónimo criado por Edgar Matos. A con+ainter é a editora responsável por colocar o selo neste projecto.

Quem se quiser perder-se na discografia do produtor português só tem que entrar no seu bem recheado Bandcamp. Andando sempre a experimentar nos campos da electrónica, os projectos sucedem-se em catadupa. Mo Junkie, outro dos alter-egos de Edgar Matos, explica-nos qual é a diferença: “Este registo é mais experimental no sentido técnico. Os trabalhos anteriores também o eram à sua maneira, mas este conjunto de faixas foi bem estudado e testado entre amigos da scene aos quais tenho que agradecer a paciência para ouvirem as infinitas versões e takes que lhes fui enviando até surgir o alinhamento final. Sinto que este trabalho está um pouco relacionado com o EP Pss Transmissions, mas um nível acima. Desta vez houve um certo cuidado mais profissional com a masterização que ficou a cargo da Audio Incal.”

A con+ainer, que foi alvo de notícia no Rimas e Batidas recentemente, é a plataforma editorial que pôs cá fora este novo projecto. O produtor conta-nos como tudo aconteceu: “Amigos em comum e muito amor pela música explicam a ligação. A determinada altura do processo de teste das tracks entre amigos foi-me sugerida uma listagem de editoras para as quais deveria enviar algumas faixas. Eu fiz o trabalho de casa e enviei. O resultado está aí.”

Associado à Rádio Quântica onde tem uma residência mensal, Edgar Matos apresenta-se amanhã em estreia absoluta no Lux Frágil, espaço mítico onde qualquer artista sonha actuar. “Inspira-me. Normalmente, quando posso ir ao Lux, acabo por no dia seguinte ficar umas quantas de horas a digerir o que ouvi e a testar ideias que ficaram no meu subconsciente. Gosto bastante do espaço e ainda recentemente vi um grandioso live act do Stenny que me meteu em tilt. O Lux tem um sistema de som incrível.”

Transportar as estranhas formas sónicas para uma actuação ao vivo pode não ser tarefa fácil, mas os planos para a 2ª sessão no espaço lisboeta já estão delineados: “Vou rodar discos, apesar do formato live estar em estudo e projectado ainda para este ano. Desta vez é em formato DJ e vou incluir provavelmente alguns originais unreleased. Vai ser um DJ set composto por grande parte da música electrónica que me influencia – alguma recente, outra nem tanto. Para aqueles que querem uma referência mais audível, recomendo a audição de qualquer uma das emissões que tenho mensalmente na Rádio Quântica que estão disponíveis no Mixcloud.”

Como qualquer curioso musical, a música que roda em casa de Slug Beetle é, de certa forma, um reflexo do que vai fazendo enquanto produtor. “Compro discos em segunda mão todas as semanas. É muita influência em simultâneo, mas tenho assim uns 5 ou 6 produtores ligados à cena electrónica actual e old school que respeito e tento seguir o que editam: o Arca, Plaid, Aphex Twin, Shackleton, Clark… Os novos trabalhos do Clark e do Arca são muito bons. Não me limito a géneros nem fronteiras geográficas. Tento cultivar-me o máximo possível e conhecer coisas novas. Na cena portuguesa, por exemplo, fui surpreendido por uma dupla chamada Black Zebra. Vi ao vivo e são poderosos tanto a nível melódico como rítmico.”

Sem mais demoras, já podem ouvir o novo álbum no Spotify:

 


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