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Publicado a: 20/01/2018

Slow J no Hard Club: “Foi a melhor ‘Casa’ que já vi acontecer à minha frente”

Publicado a: 20/01/2018

[TEXTO] Alexandra Oliveira Matos [FOTOS] Pedro Mkk

“De corpo e alma, actor da calma. Vem cá fora ver o verde, ver a cor da fauna” — sim, é a letra da famosa “Serenata” de Slow J, mas podia ser perfeitamente a descrição da simbiose entre o artista setubalense e o público do Hard Club na cidade do Porto que cantava em uníssono e sem hesitações as letras de todos os temas do princípio ao fim. Incrível? Bastante!

Ainda assim, façamos rewind a tudo o que aconteceu na primeira vez de Slow J na cidade invicta no primeiro concerto de dois esgotados em poucos dias. Por volta das 20 horas, já havia meia dúzia de fãs sentados do lado de dentro da porta do Mercado Ferreira Borges.

 


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Às nove e meia, as portas já tinham aberto e a linha da frente de palco já se compunha de umas sólidas quatro filas compactas de espectadores ansiosos. Eram 22 horas e o Hard Club estava praticamente cheio. A mesa de DJ à frente e a ser destacada pelas luzes confirmava que Lhast aqueceria o público primeiro. Assim foi. Com pontuais quinze minutos académicos de atraso, o produtor-maravilha de tantas músicas que marcaram 2017 fez um set de pouco mais do que uma hora em que viajou entre o hip hop, o grime, o trap, o dancehall. O público, impaciente para ver a estrela da noite, entusiasmava-se com as músicas de Plutónio, de Richie Campbell, de Mishlawi, Regula, Dillaz e dos Wet Bed Gang que iam passando no alinhamento.

 


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Só a dez minutos da meia noite é que João Batista Coelho entrou em palco. De guitarra ao peito — tal como na entrada do concerto no Casino de Lisboa — e a tocá-la a caminhar ainda na escuridão lateral do palco, Slow J cantou “Arte” já à frente de um público visivelmente feliz por vê-lo. “Foda-se, Porto”, repetiu várias vezes no final com um grande sorriso. “Casa” deixou logo de seguida qualquer um confuso sobre o berço do artista. Setúbal teria esta garra toda? Com um arranjo inicial mais acústico tocado por Francis Dale, Slow J garantiu: “foi a melhor “Casa” que já vi acontecer à minha frente”.

“Fome” e o seu lyric video arrancaram algumas interjeições do público e um flow irrepreensível a acompanhar as palavras que caíam no ecrã. Depois de “Sonhei para Dentro”, chegou “Às vezes” e o primeiro convidado. Nerve entrou leve e solto a sentir o calor do público em êxtase que sabia os seus versos de cor, tal como sabia os de “Comida” e até os de “Biza”. Não houve faixa, na realidade, que escapasse na memória dos portuenses.

 


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Nem “Water”, participação de Slow J no mais recente trabalho de Richie Campbell. Depois de garantir que não teve “concertos nas últimas semanas para poder preparar isto” para aquele público, João saiu de palco que se enche de azul mar para a entrada de Richie — sozinho e a brincar com as notas. “Queres entrar na turma tens que ter connects”, cantou o público logo ao dropar do beat. Os abraços no final da música e a felicidade bem visível vinham a repetir-se mais à frente com “Pagar as Contas” e “Vida Boa”. Gson e Pappilon tomaram de tal forma conta do palco e do público que Slow J teve tempo de se sentar no chão a apreciar. “Porto, Porto”, “Slow J, Slow J”, eram palavras de ordem repetidas pela plateia de braços no ar. Não faltou a “Serenata” pintada a luzes cor de rosa (aliás, este foi o melhor concerto de Slow J ao nível de luzes).

Depois de “Cristalina”, João ainda quis homenagear “um dos pais” daquilo que faz — Valete –, isolando os versos da “Canal 115” que costuma debitar nessa música do EP The Free Food Tape, mas nunca alinhada no final da actuação. “Mun’Dança” fechou o concerto, sem encore e sem os quatro convidados em palco.

Uma noite sem dedos a apontar, apenas braços no ar em movimento de vénia quer em direcção ao palco quer na direcção contrária. O público não quis deixar o créditos em mãos alheias e fez jus à máxima “Tudo é melhor no Porto”.

 


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