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Publicado a: 01/09/2015

Sequin: uma mulher e os seus sintetizadores no Festival Rimas e Batidas

Publicado a: 01/09/2015

[TEXTO] Ricardo Miguel Vieira [ENTREVISTA] Rui Miguel Abreu [FOTO] Direitos Reservados

 

Uma mensagem de Sequin logo na abertura: “há muita gente que não acredita que sou eu que componho os temas, escrevo as letras e que tenho sempre um papel activo na parte da produção”. Ana Miró é uma mulher entre sintetizadores hipnóticos e reverberações vocais que tem na criação de sons uma das coisas que “mais prazer me dá”.

A artista que se estreou o ano passado com o disco de rasgos electrónicos e pop Penélope, edita pela Lovers & Lollypops e produzido por Moullinex, sobe ao palco do Festival Rimas e Batidas na 5ª feira, num dia exclusivamente dedicado às artistas femininas. E por falar em mulheres, produções e festivais: “faz falta ver mais figuras femininas no mundo da música, especialmente em Portugal.”

 

Como foi trabalhar com o Moullinex? Como é que ele interpretava e integrava as tuas ideias nas produções finais?

Foi muito bom. Aprendi imenso com ele. Tivemos sempre uma boa comunicação e a produção das músicas foi sempre feita em conjunto, por isso foi sempre fácil chegarmos a consenso. Eu gosto do trabalho dele e ele gostou muito das músicas que lhe mostrei. Acho que foi sempre muito prazeiroso e isso refletiu-se nas músicas.

 

Qual foi a coisa mais acertada que já se disse ou escreveu sobre a tua música?

Não sei se foi a coisa mais acertada, mas sem dúvida a mais engraçada foi que a minha música poderia fazer parte da banda sonora de uma possível sequela do filme Drive.

 

Quem são as tuas musas, quem te inspira criativamente?

Inspiram-me muito artistas como Jessy Lanza, Kelela, Grimes. Mulheres que fazem a sua própria música, compositoras e performers que tentam vingar numa área ainda muito dominada pelo sexo masculino, sobretudo no que toca à produção musical.

 


 


Tens noção de que mulheres com sintetizadores é uma combinação sexy?

Não fazia ideia. Sempre adorei sintetizadores. Fascina-me sobretudo o facto de se poder criar sons. Escolher as nuances dos sons que utilizo para as minhas músicas é uma das coisas que mais prazer me dá.

 

E por falar nisso: tem-se discutido a sub-representação das mulheres no cartaz dos festivais. Sentes que por seres mulher tens que lutar um bocadinho mais do que os teus pares do sexo oposto?

Em certas coisas há sem dúvida diferenças. No entanto até acho que é uma tendência que se tem vindo a alterar. Sinto que há ainda algum descrédito no trabalho que faço, apenas por ser mulher, há muita gente que não acredita que sou eu que componho os temas, escrevo as letras e, sobretudo, que tenho sempre um papel activo na parte da produção. No entanto tenho conhecido e falado com muitas raparigas que fazem música, que têm projectos muito interessantes, e espero sempre poder ajudá-las ou incentivá-las a pôr coisas cá fora. Faz falta ver mais figuras femininas no mundo da música, especialmente em Portugal.

 

Que nos podes adiantar sobre a tua passagem pelo festival Rimas e Batidas?

Estou muito ansiosa pelo festival, fiquei muito contente pelo convite, e já ponderava assistir a alguns dos concertos antes de fazer parte do cartaz. Em relação ao meu concerto na quinta-feira, vou tocar essencialmente músicas do meu primeiro álbum, mas vou também tocar alguns temas novos que tenho andado a “cozinhar”. Conto sempre que seja divertido e ao mesmo tempo algo introspectivo. Espero que corra bem e que o público dance connosco.

 

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