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Publicado a: 08/03/2018

Russ na Altice Arena: Portugal é um amor para a vida

Publicado a: 08/03/2018

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTO] Direitos Reservados

Um dos concertos mais esperados de 2018 (o Twitter que o diga) teve lugar na noite passada, na Altice Arena, em Lisboa. Russ, o fenómeno self-made, apresentou-se perante um público faminto pela sua presença. Sem essa “devoção” dos fãs, principalmente aqueles que esperaram à chuva pela hora do concerto, a história seria totalmente diferente. Não existindo um grande espectáculo visual, nem uma exuberante performance vocal, o que sobressaiu foi a prestação da audiência, que esteve incansável do primeiro ao último minuto.

Com uma densa moldura humana na plateia à sua espera– o balcão 1 estava mais desembaraçado –, o artista norte-americano entrou com imponência: “It’s funny how they act now” foi uma das primeiras frases que se ouviram nas colunas e serviu como a introdução ideal para o “Universo Russ”. Parte do seu motto e das suas temáticas giram à volta de questões como a superação pessoal e profissional — tornou-se num meme para uns e numa referência para outros por causa das menções recorrentes ao facto de tratar de todas as fases da sua música, desde a criação até à masterização.

Olhando para o público — aquele que esteve perto de nós, o que vimos antes de entrar e o que foi sendo filmado durante a actuação –, a conclusão é simples: os adolescentes e jovens adultos são o seu público-alvo. E não deixa de ser curioso que tenhamos assistido a dois concertos — $uicideBoy$ e Russ — com grande adesão em que os fãs pertenciam à mesma faixa etária, mas que eram ainda assim muito diferentes. A prova clara de que o hip hop, seja de que “credo” for, vai buscar seguidores a todos os locais possíveis, e essa é a sua grande força na actualidade.

 



E como é que se comporta um “fenómeno” da Internet ao vivo? Nada mal, se falarmos de Russell Vitale. Competente a cantar e a rimar e interactivo q.b. — deu um mimo ao público quando ergueu a bandeira de Portugal e mostrou um lado mais ternurento quando chamou a mãe ao palco –, o MC fez o quis dos 13 mil fãs, números do próprio, atirando-se a hits como “What They Want”, “Losin Control”, “Pull The Trigger”, “Wife You Up” ou “Do It Myself”, um dos temas que encerrou o gig.

A relação de amor com Portugal é real e recíproca e muitos artistas não quiseram deixar de marcar presença na Altice Arena. GSon foi a única pessoa que vimos por lá, mas as stories do Instagram não mentem: Bispo, Mike El Nite, Harold, DJ Big, ProfJam ou Cálculo quiseram também testemunhar na primeira pessoa como se comporta um artista como eles que se movimenta com outra escala.

E, na verdade, esta é uma escala a que o artista que começou por marcar esta data para o Coliseu dos Recreios talvez não esteja ele mesmo – ainda… – habituado: “Este é o maior espectáculo da minha carreira”, atirou após contemplar a massa humana que se apresentava diante dos seus olhos, algo que repetiu mais do que uma vez durante a actuação. Sim, Russ, é verdade. O que aconteceu ontem à noite não foi um sonho. A realidade bateu o digital e os bots não foram necessários: acreditem no hype.

 


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