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Publicado a: 30/08/2017

Rincon Sapiência: Longa vida ao afro rap

Publicado a: 30/08/2017

[TEXTO] Núria R. Pinto [FOTO] Felipe Larozza

O rapper paulistano Rincon Sapiência actua no Musicbox, Lisboa, a 6 de Setembro. Com um álbum considerado como um dos melhores lançamentos de 2017 no mercado brasileiro e uma produção inédita na mistura de estilos e na roupagem da própria temática abordada em cada faixa, Rincon introduz-nos ao afro rap numa conversa serena a partir de São Paulo pouco depois da hora do almoço, na COHAB I, Bairro de Itaquera. Falámos de Galanga Livre, África, astrologia e vegetarianismo para descobrir que há tanto de introversão quanto de complexidade no discurso do Manicongo.

 



Como é que foi o percurso desde que eras apenas Danilo Ambrosio até chegares a Rincon Sapiência?

Foi uma mudança gradativa, né? Até porque para descolar da pessoa, como cidadão mesmo, e incorporar algo como artista me levou um tempo para confiar e comprar isso comigo mesmo e ter essa directriz. Sempre gostei muito de arte, de música e do rap principalmente, mas para eu confiar mesmo que eu estava fazendo um trabalho legal e que eu tinha que apresentar isso para um máximo de pessoas possível levou um tempo, assim. A minha adolescência ajudou muito, aquele fervor de querer salvar o mundo e conhecer um monte de coisa e tal… então foi uma fase em que a gente bate cabeça bastante mas foi o que me fez explanar nessa energia de arte que eu tinha comigo.

Quais foram as tuas principais referências, na infância e na adolescência?

As duas primeiras músicas que me causaram uma sintonia forte foi o rap, a partir do meu irmão mais velho. Os Racionais, o Gabriel O Pensador, Sistema Negro, De Menos Crime, Consciência Humana, Pavilhão 9, Duque Jam e Nação Hip Hop, bastantes grupos que eram bem expressivos na época. E tinha o samba também, que tocava muito nas rádios mais populares, aquele samba paulistano que era um pouco mais comercial, né? Tendo uma leitura do samba mais antigo e consequentemente, por essa alta do samba, tinha muito na COHAB, o bairro onde eu morava. Tinha na praça onde eu morava de frente e tinha em alguns outros lugares onde acontecia… Katinguelê, Grupo Sensação, Arte Popular. Então foram dois géneros musicais que me levaram a experimentar música, né? A cantar na rua e por aí vai. Diria que depois eu adquiri várias outras influências que passam pelo rock, pelo reggae, a música electrónica, mas o que me criou a paixão por querer fazer música foram o rap e o samba.

Isso com que idade?

Eu já tenho memórias na primeira série, já na escola. Então eu diria que com uns sete anos eu já ouvia música e fazia minhas considerações, tinha minha leitura a respeito, né?

Tu tens dois irmãos mais velhos, não é? Eles deixavam-te ouvir aquilo que tu querias, em casa?

Isso levou um tempo! (Risos) Porque eu gostava de rap e o ambiente do rap do meu irmão tinha a ver com os amigos dele, então ele às vezes me barrava de ficar junto com ele e com os amigos dele, como irmão mais novo… E tinha uma lance também de, tipo, ele saiu ouvindo uma fita e se ele voltasse do trabalho e estivesse uma outra fita ali no som ele pegava mal, “você está mexendo nas minhas coisas!”, sabe? Mas aí com o tempo ele entendeu que eu era um apaixonado e ele fez o contrário: passou a investir. Então a bateria da banda que eu tocava foi ele que comprou, os lugares onde o rap acontecia foi ele que me levou, os DJs era ele que me apresentava e por aí vai, assim… Então ele me ajudou bastante.

O teu caminho no rap veio sendo feito um pouco ao lado de alguns padrões mais comuns, em São Paulo. Fora das batalhas de MCs, por exemplo…

Na época, o freestyle eram sessões de exibição e não haviam as batalhas. Era mais uma banda tocando, alguém fazendo um beatbox, algum DJ soltando instrumentais e a gente não tinha musica autoral gravada. Os recursos não eram tão acessíveis assim, então eu tive uma época do freestyle mas quando teve a alta das batalhas, eu já tinha uma cobrança comigo mesmo de que eu tinha que amadurecer o meu trabalho criativo e também autoral. Fiquei mais focado, por mais que eu tenha demorado muito para lançar um álbum, em produzir música e gravar, também. Eu achava que o meu tempo de freestyle já tinha dado, que eu poderia ter esse estigma de não ser um cara que tinha boas letras e tudo mais e que só era massa por fazer freestyle. Então eu meio que fui comprando os recursos, né? De computador e produção e esse tipo de coisa, me levantando aos poucos, microfone… e focando em gravar minhas coisas.

 



Foste apostando na tua munição.

É, sim, basicamente um computador e um teclado mas em alguns momentos eu uso coisas de percussão também. Um djembé que eu comprei lá em Dakar e um caxixi, agogô… Coisas simples de tocar, né? Nada muito complexo. Para isso eu já prefiro chamar um percussionista, um especialista, assim. Mas eu me divirto muito produzindo e eu tenho aprendido muito, tenho até uma certa ansiedade em expor trabalhos novos que eu já tenho feito.

Como é que controlas isso? Porque imagino que tenhas muita vontade de mostrar o que já tens…

É. É muita vontade mas ao mesmo tempo eu acompanho as pessoas que lançam discos e o que eu mais pego assim é a forma como o disco é trabalhado. O que talvez seja mais difícil do que fazer o próprio disco. Então eu me vejo na responsabilidade de gerar mais conteúdo em torno do Galanga Livre. Tenho ideias de fazer mais clipes, a gente já tem datas marcadas, e fazer um documentário, também, sobre o processo do disco, um pouco, enfim… Eu sinto que ainda tenho que explanar mais as coisas.

Rentabilizar mais essa mensagem?

Isso. Mas eu sou um cara muito criativo, por enquanto consigo ter esse certo ritmo de criar coisas e aí eu confesso que me pego um pouco com vontade de expor algo, fazer algo. Mas vai tudo chegar no seu tempo.

Galanga Livre é um trabalho dedicado à auto-estima preta. É inédito até pela carga positiva que lhe dá, eu diria. E ao mesmo tempo foge da frieza do rap americano para trazer o calor que já está tão à vontade na grande maioria da música brasileira. Foram critérios obrigatórios para ti na produção deste primeiro álbum?

Foram critérios, sim, exactamente dessa forma que você colocou. E o nome dessa filosofia, digamos assim, eu chamo de afro rap. O rap é uma sequência dessa diáspora, de termos saído do continente africano e se espalhado pelas Américas. Então as perguntas e respostas dos vocais é algo que já tem na música africana, antes do rap. O contar de histórias já tem na cultura africana, o lance do canto versado, isso já tinha no continente africano antes dos EUA construírem esse formato de rap. Às vezes eu acho que vale a pena a gente olhar mais para trás, ainda, mais para o continente africano do que para os EUA. É esse conceito de beber da música afro e afro-brasileira que eu defino como afro rap. Esteticamente é o resultado que tem nas músicas “Meu Bloco”, “Ponta de Lança”, “A Coisa Tá Preta”, que é essa energia da música afro com a contemporaneidade do rap.

Em termos sociais, Galanga Livre é lançado num momento em que o Brasil enfrenta uma recessão social grande e uma regressão até em alguns aspectos ao nível dos direitos adquiridos. Ao contrário do que assistimos em 2014 e 2015, a população parece ter perdido algum fôlego para se manifestar… O que é que tu achas que se passa?

É um momento bem complicado que o Brasil tem passado. Acredito que até por isso o que eu proponho no disco acabou vindo num momento interessante. E os caminhos são incertos, né? Infelizmente. Pelas mal feitorias que têm rolado, assim, o Brasil pode caminhar para um lugar que pode não ser muito legal como pode ser até o contrário. Como pode ser que através dessa indignação aconteçam várias reivindicações de melhorias e a partir mesmo disso existir um crescimento intelectual do povo brasileiro que passa por combater mais o racismo, combater mais o machismo, a homofobia. Pensar mais em questões sociais, saber escolher mais os seus candidatos, dar mais apoio à arte, fazer arte com mais glamour sentimental porque eu acho que isso também ajuda na qualidade final dos resultados. Então eu acho que essas adversidades que o Brasil vem passando também tem levado a pessoas a fazerem coisas interessantes. Eu sou um pouco positivo quanto a isso. Acho que a arte pode reverter essa situação e criar uma situação mais favorável pra gente.

 



O que é que mudou para ti, se é que mudou alguma coisa, depois da tua passagem pela Mauritânia e pelo Senegal?

Eu tive várias percepções sobre o contexto histórico, mesmo. No caso, eu passei em dois países que têm pouco mais de 50 anos de independência, então isso já é surreal, um pouco. Mas vi coisas interessantes principalmente no que diz respeito a educação. Ter pessoas que falam vários idiomas, pessoas muito ligadas e com trabalhos legais em moda, música, enfim… Vi um nível cultural não tão diferente de outros lugares que têm uma estrutura económica melhor. E isso fez com que eu também tivesse a conexão e percepção de como o Brasil também é uma África fora do continente africano, né? Talvez o país que tenha mais essa energia, fora do continente, também pelo tamanho que ele tem. Então eu entendi mais também o quanto tentam desconectar nossa cultura da cultura africana, né? A grande maioria das referências passam pelo cristianismo, a música clássica, algumas coisas que descolam das nossas personalidades. E isso me ajudou muito a me encontrar, me conhecer como pessoa e principalmente como artista. Eu diria que depois dessa viagem eu tive um norte totalmente diferente sobre os meus rumos com a música e eu acho que eu fui assertivo em vários pontos desse processo. Acho interessante o Brasil, e os pretos no geral, estarem se reconectando com o continente africano porque isso tem ajudado na nossa formação intelectual e pessoal, também.

Sentes que a África que chega ao Brasil leva sempre uma espécie de filtro europeu?

Sim, com certeza. Muitas vezes me chega uma informação que a história europeia quer passar para a gente, né? Sei lá, por exemplo, na escola: no ensino que a gente tem se fala muito sobre os períodos de escravidão e fala-se muito pouco sobre os reinados que existiam lá (em África) ou sobre o facto de eles serem os donos dos ouros e de existirem monarquias, impérios, conhecimento. O Egipto tem uma figura que se chama Imhotep. Ele já trabalhava com a cura e já tinha diagnóstico e cura para variadas doenças. E isso num período muito antes de Cristo! Então pode-se dizer que o pai da medicina é um africano. A ciência, a magia da medicina passa pelo continente africano, também, e pelo homem preto. Isso é pouco relatado e informado para a gente. Para você ter esse tipo de conhecimento existem umas barreiras que são precisas pular e uma pesquisa mais apurada a se fazer. Isso prejudica um pouco o acesso a todo o mundo ter informações que são interessantes, do homem e da mulher preta terem essa ideia.

Eu própria lia há pouco um artigo sobre o colonialismo e também não aparece nos nossos livros de história que Portugal foi o maior esclavagista da Europa. Ou melhor, a forma como a história é retratada é, também ela, suavizada de alguma maneira…

É, porque na verdade o que é necessário é um maior entendimento da história em si, de tudo o que aconteceu. Não necessariamente eu vou ter que escolher pessoas e jogar essa responsabilidade para cima delas mas a história aconteceu, os factos são factos e todo o mundo tem que saber disso e saber se posicionar. Cada um no seu lugar que ocupa, na sua etnia, na sua orientação religiosa e saber encontrar o melhor lugar de harmonia numa sociedade que é diversa, né? Então, contar a história de forma a ofuscar o que aconteceu acaba não enriquecendo a sua formação e acaba não sendo uma história, de facto, e não constrói, né? Porque a história ajuda a construir. Isso é interessante.

Há uma excerto também interessante que li numa entrevista que deste, em que dizias que a conexão das pessoas com a tua música acabou por ser mais visível do que com a música que era cantada na mesma língua destes países, neste caso o francês…

Ah, sim, sim. Isso foi um ponto positivo. Lógico que foi horrível não ter um poder absoluto de comunicação, desenrolava mas não era tudo 100% redondo ali. Mas na hora das apresentações – a música é um diálogo universal, né? – então a minha presença de palco, a expressão, as referências que tinha no instrumental, o berimbau de capoeira, fazia com que as pessoas gostassem do meu trabalho mesmo sem entender. E isso já foi um ponto ganho para eu conseguir me dar bem e ter uma relação massa com as pessoas… Porque tinha gente de diversos lugares e isso também me deu um norte de pensar a minha música como tendo um conteúdo internacional. Essa viagem, ela já foi um pouco pensada para enxergar que ali eu poderia ter um diálogo musical fora do Brasil.

Eu sei que és um apaixonado por astrologia, que o “Solta o Pavão” do Jorge Ben te trouxe essa curiosidade, e que como bom virginiano que és, a crítica e o método devem mover-te muito. Mas também assumes bem esse papel de representante, o Manicongo. Sentes essa pressão ou vês isso como uma benção, até?

Eu tenho muito de leonino e às vezes nem sempre é boa essa relação. Recentemente eu fiz um mapa, tenho um lado sentimental e também coisas de ser “pé no chão” e metódico como um virginiano. É essa representatividade que eu tenho conseguido apresentar no meu trabalho, que envolve o discurso, a espiritualidade, a tiração de onda quando tenho que tirar, a provocação… Então eu vejo todo o conjunto desse mapa indo para esse lugar que consegue, mesmo sendo um cara tímido e reservado, me levar a espalhar bem a minha missão, o que eu tenho que falar e ser.

 



Consegues equilibrar bem isso, então?

Eu tenho equilibrado. Às vezes a parte profissional que implica relações com muitas pessoas, eu gosto também, mas às vezes pelo meu jeito eu queria estar mais no meu mundo, mais de boa, sabe? Mas até agora eu tenho conseguido equilibrar bem essa demanda toda que te acontecido. Acredito que tem dado certo. Está dando para dar conta.

O ideal para ti seria subir no palco, fazeres o que tens a fazer, e voltares?

E ir curtir lá para o meu bairro, na COHAB, ficar com o meu filho e tal… (risos) Mas a gente tem que entender que não é assim, né? Essa viagem na Europa, o lançamento do disco, os festivais…A gente tem que por energia no trabalho, ensaiar pra caramba. Por opção ficaria na COHAB, mas a demanda é essa.

É, mas tu decidiste que querias ser um artista…

É! (risos) Mas eu imagino que depois de um longo tempo trabalhando bem, assim, fazendo uma analogia do meu trabalho com uma casa: quando a casa já estiver bem grande, com uns muros bem altos, aí eu acredito que eu vou merecer abrir mão de algumas coisas e curtir o ócio.

Já falaste muito – nas entrevistas, digo – do teu percurso desde que querias ser jogador de futebol, até hoje, do teu primeiro contacto com o rap e até do facto de seres vegetariano, o que aliás é uma coisa que as pessoas têm muita curiosidade, não é? Perguntam-te sempre isto…

O lance de ser vegetariano?

Exacto!

É… (risos) Para mim começou com um grande amigo que se envolveu na cultura Hare Krishna. Virou um cara influente e ele tinha essa disciplina toda que eu achava bem interessante que passava mais pela ideia de que você é o que você come, a energia dos alimentos, do que você está ingerindo. E eu também gostava muito da cultura rastafari que também tem uma dieta vegetariana. Aí eu comecei a seguir essa linha. Mas depois vivenciando experiências e pensando na parte social, também, a gente vê que o mercado agro-pecuário tem muito a ver com ocupação de terras, principalmente no Brasil. A ocupação de terras tem caminhos muitos injustos quando se tratam de minorias e quilombolas, por aí. Tem uma dificuldade na relação do grande latifundiário com essas minorias. Então eu misturo a parte espiritual e social e levo comigo como uma dieta. Mas eu entendo a relatividade da coisa e não tento impor a qualquer custo que as pessoas queiram seguir esse caminho do vegetarianismo. Mas acho muito importante…

Bem, mas a minha pergunta até não era essa! Só fiquei foi surpreendida pois falam muito disso como se não fosse de esperar ver um rapper vegetariano…

(Risos) Sim, porque ainda é muito fora da realidade do brasileiro! Tem locais que vendem pizza vegetariana mas que tem bacon no molho (Risos) As pessoas ainda estão no processo de entender que existe esse bagulho também e você acaba por ser um ET.

 



E então, como eu dizia, tu já falaste sobre isso tudo, mas eu queria mesmo era pedir-te que me contasses algo sobre este álbum que ainda não tenhas contando a ninguém.

Ah! Então… a situação que me vem mais rápida, sobre esse disco: eu fiz toda a produção, todas as letras, com excepção de “Amores às Escuras”, e eu abria o projecto com todos os instrumentos separados e levava para casa do William Magalhães. Ele fez a mixagem do disco e se tivesse, por exemplo, uma caixa com um timbre ruim ele colocava uma outra caixa. Se tivesse algum piano que não foi tocado ali, assim meio quadrado, ele tocava porque ele é um óptimo pianista e por aí vai… Um trabalho que eu chamo de co-produçao e ele fez a direcção do disco, também.

Então houve um momento em que eu já tinha levado todos os projectos e a gente só estava finalizando. Aí toda a vez que eu ia para casa dele eu levava uma novidade. Falava “Ô, abre a música aí de novo! Agora ela tem uma percussãozinha ali!”. No outro dia: “Abre tal coisa, botei uma voz nova”. Aí teve um dia em que ele ficou muito bravo! Falou que não aguentava mais, que tinha que terminar o disco! Mas aí mais tarde, depois, me falou: “Não me leve a mal, não, mas também fizeram isso comigo!” Ele também já tinha sido expulso porque alguém fez o mesmo com ele na banda Black Rio, quando lhe falaram que já não aguentavam mais porque o cara também tinha que terminar o disco. (Risos) Mas ele fechou com uma filosofia bacana que é: o disco termina não quando fica bom mas quando a gente desiste. Aí a gente acabou desistindo na hora certa e deu tudo certo.

É importante saber quando desistir, também, talvez até mais do que quando não desistir. As pessoas desvalorizam isso…

Sim, eu estou aprendendo isso. Deixa rolar. Deixa ver o que vem. Não se cobre tanto. É algo que eu também estou trabalhando.

Estavas à espera desta recepção do Galanga Livre? O álbum foi considerado um dos melhores do ano em várias publicações…

Sempre confiei nesse trabalho mas da forma como foi eu confesso que não imaginava. Porque tudo depende das pessoas a quem o trabalho chega e como é que ele chega para elas. E é uma parte que não compete tanto com o trabalho em si. Mas depois do sucesso de “Ponta de Lança” fomos muito assertivos em continuar mantendo esse hype e em pouco tempo lançamos “Meu Bloco”, os shows, as pessoas viram que era também interessante… Então o disco saiu num melhor momento. Se tivesse saído antes talvez não tivesse tido esse sucesso mas, como eu digo, o tempo é rei. Ele sabe o que faz. Eu contava que tinha feito um bom trabalho mas com essa rapidez e o sucesso do jeito que está sendo, não.

Para terminar: para quem não ouviu ainda o álbum e para quem não te conhece aqui em Portugal, o que se pode esperar ouvindo o Galanga Livre?

Eu acho que vocês vão encontrar um artista dedicado mas também um cara que se diverte fazendo a parada, com toda a seriedade que envolve você gravar. Aquilo que eu faço de fazer ele sozinho no meu quarto não tem aquela coisa de “fui eu que fiz”. É só porque eu vivo isso e me divirto com isso. Então, quem escuta esse álbum está ouvindo o trabalho de um cara que tem alguns equipamentos no seu quarto e diariamente liga eles e se diverte. Passa por vários lugares, vários sentimentos, vários géneros. Um cara que ama, que transa, que tem ranço do mundo em alguns pontos e que combate algumas coisas e que se diverte, também. Um cara normal, fazendo música. Basicamente isso.

 


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