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Publicado a: 17/02/2017

Reflect: “Consegui finalmente voltar a mim e relatar a mais dura caminhada que fiz”

Publicado a: 17/02/2017

[FOTO] Direitos Reservados

Reflect acaba de lançar o novo single, “Eu fico bem”. O fundador da editora algarvia Kimahera volta a rimar a solo num instrumental de Dezman.

4 anos depois de lançar o álbum homónimo, Pedro Pinto “sai da sombra” para se reencontrar nas rimas e batidas. Em 2016, lançou 12 Canções Faladas e 1 Poema Desesperado, trabalho em conjunto com Napoleão Mira, pai de Sam The Kid. O Rimas e Batidas esteve à conversa com Reflect para saber tudo:

 


Começas por apresentar o single? Do que fala, quem produz, como o descreves em termos estéticos?

Enquanto lutava comigo numa fase muito complicada da minha vida, não consegui ser o Reflect, muito menos o Pedro. Mas felizmente e infelizmente, a vida dá e tira. A mim, deu-me a melhor “segunda oportunidade” que poderia ter tido. Ao distanciar-me dessa sombra que me prendeu, consegui finalmente voltar a mim e relatar a mais dura caminhada que fiz, do escuro até à luz. “Eu fico bem” é uma viagem e, para voltar como Reflect, nada melhor do que narrar o meu regresso à vida como Pedro, até aqui… Até voltar a ser feliz.

A ideia eu já a tinha, mas foi o instrumental produzido pelo Dezman que a potenciou a um nível de intensidade arrepiante. Esteticamente, procurei retratar da forma mais fiel possível este duelo entre luz e sombra. Dediquei muitas horas a trabalhar minuciosamente tudo o que acontece na música ao longo destes cinco minutos, onde vão poder sentir na pele a luta que vivi na primeira pessoa (ouçam pelo menos uma vez de fones). Com a música terminada, senti que era algo tão visual, que não faria sentido não existir um vídeo que me ajudasse a contar este capítulo da minha história. Como trabalhei quantidade de luz, optei pelo preto e branco e deixei que a cor fosse dada pelo movimento da Laura Abel que representa e é a minha luz.

O conceito de “cubo” nasceu de um texto escrito pela Laura e foi o ponto de partida para a minha narrativa. Por esse motivo, quis tê-la não só a dançar, mas também a dar voz às suas palavras. Comigo, neste “Eu fico bem”.

O que vem aí a seguir? Podes levantar o véu sobre o álbum?

Apesar desta música fazer parte de um conjunto de ideias que quero explorar daqui para a frente com afinco, é a primeira “amostra” do que podem esperar do novo Reflect. Sinto-me moderno sem estar na moda. Sinto-me motivado. Sinto-me relevante. E apesar de tudo o que já fiz na música, este é o meu recomeço. Porque já tenho alguns álbuns no meu espólio, decidi tentar algo diferente. Daqui para a frente vou trabalhar com objectivos mais curtos e dedicar mais tempo a cada um deles. Não quero estar meses ou anos em estúdio a guardar músicas até um dia… Quero guardar cada música até estar o melhor possível e depois partilhá-la convosco. Agora que esta está lançada, começa a próxima. Quando estiver pronta, ouvem. Em Reflect é assim.

E quanto à Kimahera: transformaram-se numa incontornável referência do hip hop nacional. Sentem isso? Quais os planos para 2017?

Nunca fiz nada na vida para ser “mais um”. Se faço, quero ser o melhor. O melhor que possa ser.
É assim que estou na vida e foi essa postura que transportei para esta editora que tem sido a casa de tanta coisa boa a nível de hip hop (e não só). É louvável que uma equipa de trabalho sediada no Algarve, num destino de férias tão célebre como Armação de Pêra, trabalhe durante todo o ano para fazer justiça a esse estatuto que é mérito repartido por todos os artistas que vestiram e/ou vestem esta camisola. Para além do factor geográfico único e invejável de ter a praia ao fundo, a Kimahera tem pessoas com fundo. E é por sermos a equipa que somos que conseguimos chegar a 2017 com tanto trabalho de qualidade feito, mas com a mesma vontade de fazer ainda melhor este ano. Por isso, sim, sentimos isso e obrigado a todos os que estão connosco. “Os outros” são bons, mas nós também somos.

 


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