pub
[FOTO] Direitos Reservados
Entre milhares de tweets e retweets em que se rejubilava pela vinda de Russ a Portugal, uma pergunta surgiu várias vezes (e das mais variadas formas): “Quem é este gajo?” Apesar disto demonstrar sempre uma certa ignorância – basta digitar o nome no motor de busca do Google e percebemos imediatamente do que se trata – , a verdade é que o artista norte-americano terá aparecido raras, se não nenhuma, vezes na imprensa portuguesa mainstream.
Longe das rádios e das editoras, Russell Vitale criou um percurso independente durante 10 anos, acumulando milhões de plays no SoundCloud e, adivinhem, milhões de visualizações no YouTube. A juntar a isto, concertos esgotados em todo o mundo e uma base de seguidores fiel. No meio da confusão, decidiu que lançaria uma música por semana na plataforma fundada pelos suecos Alexander Ljung e Eric Wahlforss, um feito que permitiu que, aos 23 anos, tivesse a faca e o queijo na mão quando chegou a altura certa. Apollo 13, Pink Elephant, Velvet ou Straight From Limbo foram alguns dos trabalhos editados – o primeiro chegou em Dezembro de 2011 – e os créditos não enganam: Russ é rapper, produtor, engenheiro de som e o próprio assessor de imprensa, ajudando ainda os companheiros do colectivo do qual faz parte, DIEMON, a colocarem os seus nomes em altas rotações.
Em 2016, a oportunidade chegou. A Columbia Records apresentou uma proposta e tornou-se “parceira” – é dessa forma que o rapper e produtor baseado em Atlanta descreve a relação com a label – , o “remate final” para a glória. Desde então, “What They Want” e “Losin Control” chegaram a platina – ambas as faixas estão incluídas no seu álbum de estreia, There’s Really a Wolf.
Se pudesse convidar quem quisesse, vivo ou morto, para a sua festa, o MC de 25 anos colocou, em entrevista com a Passion Of The Weiss em 2014, os nomes de Jim Morrison, Tupac, Steve Jobs, John Lennon, Paul McCartney, Dr. Dre, 50 Cent e Eminem na lista. Na mesma conversa, revelou que O Alquimista, “the realest book I’ve ever read in my life“, de Paulo Coelho, e o primeiro Matrix – “Complete mind fuck on what life is about” – são favoritos. A partir daqui, podemos retirar algumas conclusões sobre a sua personalidade. Para colocar na prateleira de “afirmações arrojadas”, também teve tempo para causar algum pânico quando disse que J. Cole era o seu Tupac. Russ não é politicamente correcto, como já devem ter percebido.
Com uma postura de confronto com a imprensa – a entrevista para o programa Everyday Struggle é um exemplo disso – , Russ é um homem de visão e focado, qualidades que lhe permitiuram ser bem sucedido a seu próprio custo.
O sucesso está a trazer as primeiras colaborações de peso: Scott Storch, uma das suas referências, produziu as suas quatro últimas faixas publicadas no SoundCloud – na altura em que escrevemos este texto, todos os temas contam com mais de 2 milhões de plays. Estamos a falar de números de gente grande.
No dia 7 de Março de 2018, a “prova dos nove” será tirada ao vivo: um fenómeno de Internet sobrevive no palco? É isso que vamos tentar perceber. Até lá, estudem bem a lição e façam como o Russ: definam objectivos, estabeleçam metas e foquem-no que realmente querem. Os frutos virão a seu tempo…
pub