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Publicado a: 20/02/2018

ProfJam: “Tento sempre que os vídeos adicionem algo ao som”

Publicado a: 20/02/2018

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTO] Direitos Reservados

ProfJam acaba de lançar “Yabba”, novo single com produção de Osémio Boémio e co-produção de benji price. André C. Santos, realizador de “Já Passa”, dos Wet Bed Gang, ou “Shut Up”, de YUZI, ficou responsável pela parte visual e colocou o conceito de 3 e Mário Cotrim num patamar superior.

Com apenas duas canções, “Matar o Game” e “Mortalhas”, lançadas em 2017, o artista da Think Music deixou os seus companheiros de editora brilharem. E resultou. L-Ali, Fínix MG, YUZI, Ventura, Oseias., benji price e Prettieboy Johnson conquistaram o seu público e criaram, sem grandes pretensões, uma nova forma de se “pensar a música” em Portugal. “Free thinkers“, escreve ProfJam numa troca de mensagens com o Rimas e Batidas.

Depois de estar perto de assinar pela Universal Music Portugal — não resultou por “uma questão de decisões mútuas e timings” –, o MC regressa no seu estilo habitual, críptico e à procura de novas fórmulas.

 



Desde Junho passado que não lançavas nova música, uma eternidade na era em que vivemos. O que é que está a ser preparado para 2018?

Mais não é necessariamente melhor. Sigo o meu flow e intuição criativa. E respeito os meus próprios tempos… Sim, haverá algumas novidades. Neste momento posso dizer que estou a desenvolver 2 projectos em simultâneo.

Sempre tiveste alguma preocupação com os vídeos, mas aqui subiste um pouco mais o nível. Para alguém que costuma ser tão críptico nas letras, o vídeo é uma ajuda para decifrar a mensagem da música? 

Obrigado, faço o possível com os meus meios. Tento sempre que os vídeos adicionem algo ao som e não apenas imagens. Adoro pensar nos visuais, mas também adoro a componente narrativa e a conceptual. Penso que essa parte é um pouco descurada não só pelo público enquanto consumidor dos conteúdos criados, mas também por nós, artistas e as nossas equipas de produção, enquanto produtores desses conteúdos. Senti que no “Matar o Game”, por exemplo, apenas uma minoria tentou verdadeiramente interpretar o clipe… Eu não tenho problemas em explicar mas gostava que tentassem interpretar primeiro, à semelhança de um professor na aula. Posso deixar uma linha da “Mortalhas”: “Eu vim pa matar o Game e vim pó ressuscitar!”

Umas das linhas que me captou a atenção foi: “Obrigado por abrires caminho, Gula”. Para ti, qual foi o caminho que o Regula abriu?

A meu ver, o Gula abriu caminho e horizontes para muitos da minha geração/escola (não sendo o único, claro) . Na altura do Gancho mostrou que era possível o rap português alcançar outros níveis e ter outras ambições, como encher discotecas mainstream e entrar nas playlists lado a lado com o rap americano. E fê-lo com unapologetic e explicit bars. O Gancho é um game changer a vários níveis e nem sequer foi o primeiro dele. Obrigado, Gula.

2017 foi um ano importante para a consolidação da marca Think Music — destaque para a participação no MEO Sudoeste, os lançamentos de projectos de Ventura, Oseias e Finix MG, a entrada do L-Ali ou o impacto do Yuzi em cada single que meteu cá fora. Esta afirmação tão repentina da label era algo programado? Tu previste que ia acontecer desta forma ou surpreendeu-te?

Eu sinto que tenho uma dream team. Somos free thinkers acima de tudo e não temos grandes “complexos” artísticos, mas sim ambição. Acho que conseguimos muito no primeiro ano, posso dizer que estou surpreendido, mas não muito, porque sempre confiei no talento da equipa, na nossa visão e no nosso público. Eles são a principal razão dessa tal afirmação.

O lançamento do novo do EP do Mike El Nite também parece algo natural, até porque vocês trilharam um caminho em conjunto desde o início. Tirando esse trabalho, o que é que podemos esperar da TM em 2018?

Singles, projectos e mais colaborações com mais associated acts. Tudo vai depender do tempo e trabalho investido por nós e do support dos fãs.

Falou-se que estarias perto de assinar por uma major, nomeadamente a Universal. Pelo que percebemos, isso não se concretizou. O que é que aconteceu? E o que é que correu mal?

Nada correu mal, as coisas simplesmente acontecem. Foi mesmo uma questão de decisões mútuas e timings. Deixo inclusive um grande obrigado à Universal pelo interesse e disponibilidade nas conversações. É um grande elogio para mim e para quem trabalha comigo.

 


YABBA_COVER_FINAL

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