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Publicado a: 09/02/2017

Os hits dos outros foram a bebida energética de A$AP Ant no Titanic Sur Mer

Publicado a: 09/02/2017

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Sara Coelho

 

O caminho de casa até ao Titanic Sur Mer é longo e na rádio do carro roda To Pimp a Butterfly. De Kendrick Lamar a A$AP Ant, o caminho também é longo, apesar de partilharem a mesma nacionalidade e o género pelo qual se expressam. As diferenças são importantes: a diversidade sónica é uma das principais qualidades do rap, mas até que ponto é que o conceito de concerto tradicional faz sentido quando um artista prefere meter um público em constante exaltação e algazarra com a música que está a bater – e que não é dele – em vez de partilhar o seu próprio material? A Internet e os DJs de estádio também estão a mudar a maneira dos rappers se apresentarem? Problemáticas para analisar noutra ocasião…

Depois de OG Maco no Musicbox, existem vários paralelos facilmente encontrados nesta noite: Mike El Nite, as caras no público e a prestação do MC com o DJ a assumir um papel de igual importância em palco. Para já, voltemos ao Justiceiro: set incrível com “Don’t” de Bryson Tiller, “It G Ma” de Keith Ape, “Goosebumps” de Travis Scott ou Lil Yachty, pintando um quadro das mutações rap e r&b que metem a dançar o comum mortal.

 


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Curiosamente, Chyna, o newcomer do rap nacional que actuou antes de A$AP Ant, trouxe muitos amigos para palco e tentou impressionar um público que se dividia: metade para ele, metade para o MC americano. Made in Chyna, EP de estreia, está a ser desvendado de forma gradual e “AMFL” e “Na Via” são pérolas que comprovam talento e destreza para rimar em batidas de Fumaxa – mesmo que durante o concerto tenham acontecido alguns percalços e se tenha notado uma certa imaturidade na entrega dos versos, algo normal para quem ainda está a perceber quem é em palco. Atrás dele, o produtor e DJ com um papel importantíssimo: todos os instrumentais são bangers com certificado de qualidade a exigir alguém ao nível para não sucumbir. São pormenores e eles fazem a diferença para melhor, neste caso. Chyna é nome a reter para 2017.

 


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Fumaxa ficou sozinho em palco enquanto o DJ de YG Addie não assumia as funções e foi o grime que marcou aqueles minutos de suspense. Finalmente, hypeman e homem nos pratos para aquecerem o público com “Father Strech My Hands pt.1” de Kanye West a ser a primeira canção apresentada, seguindo-se A$AP Mob e A$AP Rocky. Fast forward e passamos já ao momento mais alto? “Yamborghini High”, banger da A$AP Mob, com o melhor verso dos últimos anos do rapper de Baltimore. O resto foi mais do mesmo: Migos, Migos e Pretty Flacko. O grupo de Atlanta é o mais quente do momento e OG Maco e A$AP Ant provaram-no em duas semanas consecutivas.

Enérgico e interactivo, o membro da A$AP Mob mostrou que sabe como estar em palco e não é um novato nisto: o público todo ao lado nele no final que o diga. Ficamos com a sensação que a evolução está à nossa frente e o futuro será diferente, digamos. Para melhor? Só o tempo dirá.

 


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