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Publicado a: 10/11/2016

A Tribe Called Quest: Os Filhos da Tribo

Publicado a: 10/11/2016

[TEXTO] Amorim Abiassi Ferreira [FOTO] Direitos Reservados

Não é um exagero considerar a influência dos A Tribe Called Quest como uma das grandes plataformas a partir do qual o hip hop se eleva. A mistura de beats e samples de jazz já é totalmente familiar e reconfortante, mas o som e a atitude dos ATCQ contribuiu também com algo essencial para o desenvolvimento de muitos artistas que lhes seguiram: ensinaram ao mundo do hip hop a representar a própria identidade, não importando o quão fora do habitual esta fosse.

Na altura de maior força, o movimento dos Native Tongues conseguiu mobilizar uma atenção, até então desconhecida, para um conjunto de artistas que defendiam a originalidade enquanto procuravam elevar as origens afrocêntricas que eram intrínsecas à sua cultura. Todos os que seguiram, pegaram na tocha e têm corrido o mais longe possível com ela, abrindo sempre um pouco mais o horizonte.

Na verdade, tentar traçar os limites da tribo é um desafio impossível de realizar. O leque de sucessos é um verdadeiro who’s who de escutas obrigatórias: Mos Def, Talib Kweli, Slum Village, Outkast, Kanye West, Pharrell, The Roots, etc…

Para lá das grandes lendas do hip hop, o Rimas e Batidas leva-vos por uma viagem à descoberta dos filhos menos mediáticos da tribo e que carregam as suas influências à flor da pele.

 


[CLEAR SOUL FORCES]

Quatro MCs independentes de Detroit formam os Clear Soul Forces. A rivalidade saudável entre os quatro acaba sempre por subir a parada das suas barras. Juntaram-se por sugestão de Royce da 5’9” e têm trabalhado em conjunto desde então. “Beats, Rhymes and Life” pede emprestado o nome do quarto álbum dos ATCQ e é um óptimo ponto de entrada para o trabalho do grupo.

 


[BISHOP NEHRU]

Oriundo de Nova Iorque, Bishop Nehru tem estado activo desde os seus 13 anos. Do lado da produção aprendeu a escola tão característica da tribo, embrenhada em samples de jazz e de uma forma de rimar que nos transporta para a era dourada do hip hop. Hoje tem 20 anos e já conta com um feito invejável: criou um álbum em equipa com MF Doom — NehruvianDoom.

 


[ZIMBABWE LEGIT]

Os Zimbabwe Legit são uma dupla que se estreou em 1992. Foram também o primeiro grupo africano a gravar hip hop nos Estados Unidos e pertenciam a uma label que fechou antes de terminarem o primeiro álbum. Contam com um dos primeiros remixes de Dj Shadow em disco e, 13 anos mais tarde, conseguiram finalmente lançar o seu primeiro álbum: Brothers from the Mother.

 


[CHESTER WATSON]

Chester Watson é outro prodígio de tenra idade que assina muitas das suas produções. Dançou ballet até que decidiu enveredar pelo mundo da música e aos 15 lançou a mixtape Phantom. Ele considera que a elegância e leveza dos bailarinos é algo que quer emular na sua forma de rimar. Essa mesma atitude pode ter sido responsável pela velocidade a que a sua música se tem espalhado pelo mundo.

 


[ODDISEE]

Rapper e produtor (repararam no padrão?), Oddisee é o homem com a discografia mais completa deste conjunto. De origem afro-americana e sudanesa, o artista lança todos os anos um álbum com vocais e outro de instrumentais. Um ritmo tão elevado costuma comprometer a qualidade, mas, sinceramente, perdermo-nos na verdadeira biblioteca de sons de Oddisee é uma experiência que poucos podem oferecer.

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