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Publicado a: 25/05/2018

E se o B.Leza fosse o epicentro da “Nova Lisboa”?

Publicado a: 25/05/2018

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Hélder White

A quarta edição da curadoria da Enchufada no B.Leza não defraudou, certamente, as expectativas de todos aqueles que decidiram confirmar o fenómeno ao vivo. Não é de admirar: trazer a electricidade electrónica de uma das editoras mais vibrantes do panorama nacional para um espaço com história é uma aposta em cheio que só vem acrescentar qualidade à preenchida agenda cultural lisboeta.

A actuação de Dino D’Santiago era o grande destaque do evento, mas é impossível ignorar o que se passou antes e depois da sua subida ao palco: PEDRO & Progressivu ficaram responsáveis pela abertura e o fecho da casa — melhor aquecimento era impossível, Dotorado Pro mostrou que as marimbas ainda soam frescas e Rastronaut levou-nos para os lugares mais exóticos da América do Sul e de África.

O momento “especial” da Na Surra de ontem não deixou ninguém indiferente e obrigou-nos a tomar de imediato uma nota mental: o autor de Eva está a preparar um trabalho muito especial. Enquanto não chega, falemos sobre a actuação. A fórmula foi simples e eficaz: Paul Seiji, um dos arquitectos sónicos do próximo disco, lançou os instrumentais e Dino, sem qualquer tipo de dificuldade aparente, cantou como só um predestinado o faria. Durante um curto espaço de tempo, o cantor enfeitiçou-nos com “Nôs Funaná”, “Raboita Sta Catarina”, “So Bô”, “Nôs Tradison”, “Idju Poilon” e, para gáudio dos presentes, “Nova Lisboa”, um daqueles hits instantâneos que não poderia ter saído em melhor altura.

No fim de contas, Dino D’Santiago reclama uma “Nova Lisboa” que conhece bem. “Não vão encontrar nada como isto noutro sítio”, atirou a meio do showcase. Não será uma verdade absoluta, mas ninguém duvida que vivemos um momento especial em que existe uma celebração real e autêntica da música lusófona em todo o seu esplendor, com espaço nos grandes festivais ou nas salas mais pequenas e alternativas.

Os ilustres na festa também ajudam a delinear esse mapa musical diversificado: Bispo e Estraca, representantes do hip hop português, ou nomes como Richie Campbell, Virgul, Mayra Andrade, Branko, Selma Uamusse, Kalaf, João Pedro Moreira (Beautify Junkyards) e Nélson Freitas marcaram presença no B. Leza, emblemático espaço que valoriza a música africana há mais de 20 anos.

Uma grande festa que já é uma das paragens obrigatórias desta “Nova Lisboa”.

 


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