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Publicado a: 18/09/2017

Noite de curtas no Barbican dedicada a Basquiat

Publicado a: 18/09/2017

[TEXTO] Diogo Pereira [FOTO] Direitos Reservados

O conhecido centro de artes Barbican Centre, em Londres, vai ser palco de uma mostra de curtas-metragens, com bandas sonoras ao vivo, de homenagem à vida e obra do artista americano Jean-Michel Basquiat, a decorrer no próximo dia 28 de Janeiro. O evento é o culminar da exposição Boom for Real, que começa já no dia 21 de Setembro.

Video Jam x Basquiat combina o trabalho inédito de cineastas nova-iorquinos e músicos britânicos, numa parceria audiovisual transatlântica. O ecletismo e o experimentalismo estarão na ordem da noite, dado que os géneros dos filmes anunciados abrangem tudo desde animação a narrativa e filmes-ensaio, enquanto os músicos, desde a fusão afrobeat/electrónica dos Ibibio Sound Machine ao rap vanguardista dos escoceses Young Fathers, cuja música desafia classificações (não é por acaso que gravam para a Big Dada), reflectem os gostos musicais variados do homenageado, também ele envolvido na música.

Video Jam é uma série de eventos audiovisuais, cada um subordinado a um tema ou personalidade, dedicada a convidar músicos a compor bandas sonoras originais para curtas metragens contemporâneas e experimentais e tocá-las ao vivo em catedrais, museus, galerias de arte e bibliotecas.

O multifacetado artista de Brooklyn, prodígio autodidacta que aprendeu sobre arte simplesmente “olhando para muita coisa”, que é alvo de uma exposição no mesmo espaço durante o Outono (Boom for Real), tornou-se conhecido pelo seu intervencionismo político e visão polémica da história e da cultura afro-americanas (patente em obras como Irony of Negro Policeman e Untitled (History of the Black People)), e pelo seu envolvimento no renascimento cultural da baixa nova-iorquina no final dos anos 70/início dos anos 80.

Combinando o arrojo urbano do graffiti, a irreverência do punk, a colagem da cultura DJ, a apropriação da pop art, o desrespeito do dadaísmo e o surrealismo e dissonância do no wave, em peças como King Zulu e Scull, recentemente vendida em leilão por 110 milhões de dólares, o seu estilo visual misturava rostos humanos em grande plano, com cores garridas, rabiscos infantis e uma multiplicidade de referências que se estendiam de diferentes artes tribais africanas ao ruído que se erguia dos mass media.

 


https://www.youtube.com/watch?v=BJJsuxUvEY8&feature=youtu.be


Basquiat começou por alcançar fama como membro do duo de graffiti SAMO, que escreveu frases absurdas e enigmáticas nas paredes da baixa nova-iorquina dos anos 80, antes de expor a sua arte neo-expressionista em museus e galerias internacionais.

Enquanto recuperava de um acidente automóvel aos sete anos, a sua mãe ofereceu-lhe uma cópia de Gray’s Anatomy, e o célebre manual de medicina vitoriano despertou nele uma obsessão desconstrutivista que iria marcar toda a sua obra. Privou com Bowie, Warhol, Rauschenberg e Blondie, antes de uma morte precoce aos 27 anos, vítima de uma overdose de heroína. Também se envolveu no cinema e na produção musical, tendo integrado a banda avant-industrial Gray e produzido o clássico “Beat Bop”, de K-Rob e Rammellzee, uma odisseia de rap experimental de dez minutos de duração.

Todas as informações sobre o evento aqui.

 


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