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[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] mr_mute / Direitos Reservados
Licensed To Ill, álbum de estreia dos Beastie Boys, foi um vigoroso exemplo pioneiro de miscigenação entre hip hop, rock e punk no universo mainstream e, passados 30 anos do seu lançamento, é reeditado em vinil. 15 de Novembro de 1986 é, para muitos, a data que marca a primeira invasão do rap enquanto força-motriz da indústria musical – foi o primeiro álbum hip hop de sempre a ser número um no Billboard 200 Chart. O ReB foi falar com artistas, divulgadores culturais e jornalistas sobre a importância do disco nas suas vidas.
Bernardo Marques, mr_mute quando pega nos discos e mete a pista “em fogo”, é nome reconhecido no meio de DJs e, sorte nossa, o responsável pelo departamento de Marketing & Publicidade do Rimas e Batidas. A sua relação com os Beastie Boys também surge de forma familiar através de um primo que adorava o “You Gotta Fight”, mas mr_mute não se deixou impressionar logo pelo primeiro trabalho. “Não fiquei não. Foi só depois é que me agarraram. Com o Paul’s Boutique e especialmente o Check Your Head. Só ouvi o Licensed To Ill com ouvidos de ouvir depois de conhecer esses dois álbuns posteriores de trás para a frente.”
Sendo um enorme fã do trio, Bernardo acabou por colocar duas faixas do trabalho inaugural entre as suas favoritas: “Do Licensed To Ill, contudo, as faixas “Brass Monkey e “Hold It Now, Hit It” tornaram-se favoritas (o que é muito complicado dado que há uma miríade de faixas favoritas destes moços).”
O futuro do hip hop que os Beastie Boys ajudaram a consolidar é uma das heranças mais importantes deixadas pelo grupo. Bernardo traçou o que pensa serem as principais influências: “Desde logo a mescla entre rap e rock – não será por chance que os primeiros concertos que deram foram a convite de Bad Brains e Run DMC. Ao mesmo tempo, o humor em métrica, o quebrar estereótipos onde 3 judeus de classe média são aceites dentro de um estilo até então quase exclusivamente negro. E, nesse álbum em concreto, infelizmente, faixas como o “You Gotta Fight” abriram também espaço a um tipo de jock rock depois abusado por malta mázinha como Kid Rock.”
“Como DJ, os Beastie ensinaram que não nos devemos balizar, que podemos enveredar por qualquer caminho sem termos que ser validados por uma clique em antemão. São, em súmula, os maiores.” A conclusão de Bernardo é definitiva: os Beastie Boys marcaram uma era.
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