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Publicado a: 26/06/2015

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max_d_shaping_ep_reviewA música complicada de Max D é uma das boas propostas desafiantes na música de dança actual. Pode estar enraizada em house mas o processo criativo parece rapidamente ganhar autonomia e uma espécie de vida separada que quase dispensa o criador. À semelhança de muita música incrível, as coisas aqui soam independentes de decisões humanas. Shaping pode ser tomado como o trabalho de molde de Max D, só que quando o disco sai para a rua quem escuta somos nós e então é dentro da cabeça de cada um que o molde é construído.

Talvez seja complicado ouvir isto e esperar resultado na pista de dança. “Immunity” atira tudo ao ar e, no meio de algum contorcionismo que cola à força Aphex Twin e Afrikan Sciences, produz uma espécie de jam percussiva e selvagem de jazz; “She” é aquele sonho molhado garantido para quem sente prazer com Sun Araw – dinâmico, bonito, rico em narrativa; “Flex Cathedral” vem do futuro reclamar e complicar as escrituras do broken beat, um género tão apaixonado por si mesmo que se desagregou rapidamente enquanto comunidade, mais junto ao início do século. Jazz outra vez a acontecer.

Rewind total para o início do EP e “Circles Bubbles” junta Detroit com techno inglês dos 1990s, pontos de MIDI, claps secos e uma melodia desconjuntada que não falha em nos deixar felizes. Boa cena.

 

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